A restaurada Fonte de Trevi foi revelada este domingo após mais de dois meses de limpeza e restauração, parte dos preparativos de Roma para o Ano Santo Católico Romano de 2025. E já sem a temporariamente célebre "piscina de Trevi" para atirar moedas.
Os trabalhos, para os quais a cidade de Roma fixou um orçamento de 327 mil euros, incluíram a remoção de sujidade, poluição, óxido de ferro e calcário do monumento do século XVIII, uma das mais conhecidas atracções turísticas de Roma.
Durante este período de restauro, a fonte foi esvaziada, mas os visitantes puderam vê-la a partir de uma ponte pedonal provisória. Para evitar o regresso das grandes multidões que habitualmente enchiam a pequena praça que alberga a fonte, o Presidente da Câmara Municipal de Roma, Roberto Gualtieri, disse que os visitantes terão de formar uma fila de 400 pessoas no horário permitido.
Os turistas não terão de se apressar, pois não há limite de tempo para caminhar de uma ponta à outra da fonte, mas não poderão sentar-se nas suas margens.
No futuro, a cidade de Roma quer introduzir a obrigatoriedade de bilhete pago para visitar o monumento, acrescentou Gualtieri.
O Vaticano prevê que cerca de 32 milhões de turistas visitem a capital italiana por ocasião do Jubileu, o que colocará sob enorme pressão as antiquadas infra-estruturas de Roma e aumentará as dores de cabeça na gestão do fluxo de visitantes.
Concluído em 1762, o chafariz de Trevi é uma obra-prima do barroco tardio, com estátuas de tritões guiando o carro de conchas do deus Oceano, ilustrando o tema da domesticação das águas. A tradição manda que os visitantes lancem uma moeda na fonte para garantir o seu regresso a Roma.
Durante as obras, os visitantes tiveram de atirar moedas para uma "piscina" temporária. A fonte é particularmente recordada pelo seu papel de protagonista em vários filmes, o mais importante deles "La Dolce Vita" de Federico Fellini. Numa das cenas mais famosas do cinema, a actriz Anita Ekberg entra na fonte, entre sereia e deusa, e chama o galã Marcello Mastroianni para se juntar a ela, um chamamento que se tornou eterno: "Marcello! Anda cá!".