Natal com crianças: conselhos práticos para os pais

Nesta época é natural que existam mais vírus em circulação e por outro lado com o aumento do contacto social, mesmo nas semanas que antecederam o Natal.

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"Outra preocupação muito frequente é 'e se o meu filho fica doente?'" Elina Fairytale/pexels
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Com a chegada do Natal, gera-se uma enorme alegria, que pode dar origem a alguns pontos de preocupação relacionados com crianças, mas que com pequenas dicas podem ser facilmente ultrapassados. Partilho cinco conselhos para um Natal em família com serenidade:

Vestuário

É verdade que no inverno está mais frio e por isso tentamos proteger as crianças com camadas de roupa adequadas. Ainda assim, é importante optar por materiais respiráveis, mas que tenham alguma conservação térmica. Por outro lado, as camadas são muito importantes, porque atualmente, com a preocupação crescente com a climatização da casa, podem ser necessários ajustes nos ambientes interiores aquecidos. Não mantenha os agasalhos do exterior quando estiver no interior e vigie os sinais de calor da criança e do bebé.

Sinais de alarme de doença a vigiar durante as festas

Outra preocupação muito frequente é “e se o meu filho fica doente?”.

Nesta época é natural que existam mais vírus em circulação e por outro lado com o aumento do contacto social, mesmo nas semanas que antecederam o Natal, pode acontecer que surjam alguns sintomas relacionados com infeções respiratórias ou eventualmente gastrointestinais.

Na maioria dos casos são infeções de bom prognóstico, facilmente controláveis no conforto do lar, desde que com vigilância adequada dos sinais de alarme. Em caso de febre, há alguns sinais de alarme que devem motivar que procure uma orientação especializada de imediato. Deve procurar uma orientação pediátrica em casos de febre em bebés pequenos, com menos de três meses, situações de febre alta, ou persistente. Febre que não ceda a antipiréticos, ou seja, a medicamentos para baixar a temperatura, ou febre que se associe logo desde o início a exantema (manchas na pele) ou a alterações na cor da pele.

Além da febre, é importante também uma orientação pediátrica se notar sinais de dificuldade respiratória, ou seja, respiração muito rápida ou em que se veem “covinhas” nas costelas por exemplo. Em caso de vómitos persistentes, diarreia frequente ou com sangue também deve procurar ajuda pediátrica.

Um último ponto importante a vigiar é o comportamento do bebé e da criança. Se a criança ficar muito prostrada, ou seja, muito apática, sem brincar, de forma continuada, ou por outro lado, se notar uma irritabilidade persistente, podem ser também motivos de alarme para observação pediátrica. Sem esquecer as convulsões, que devem motivar que contacte de imediato o 112 de forma a ter assistência rapidamente e observação na urgência pediátrica.

Alimentação saudável e sustentável nesta quadra

Uma grande questão. Como vamos fazer com tantos doces no Natal?

No caso das crianças é natural que sejam ainda mais apelativos. O ideal é evitar sempre o açúcar adicionado, de preferência até aos 3 anos e depois com bastante moderação. Uma forma de conseguirmos um equilíbrio é incluir pratos saudáveis no menu, mas bastante coloridos e divertidos, de forma a ficarem interessantes para as crianças.

Se preferir uma abordagem mais sustentável e até para todas as famílias que tenham acesso a este tipo de opções, priorizar alimentos locais, de produção biológica e preparados em casa. Pode ser a melhor escolha. Nesta fase, incluir as crianças nas atividades na cozinha é uma ótima atividade de promoção do desenvolvimento, educativa e de diversão em família.

Cuidados com a escolha e manutenção dos brinquedos

Uma das grandes preocupações dos pais é com a segurança dos brinquedos. É uma preocupação válida e muito adequada.

Habitualmente, em Portugal, as marcas de brinquedos mais confiáveis têm indicação da idade recomendada da criança que poderá receber ou brincar com o mesmo. Esta idade indicada na embalagem não se refere apenas ao estadio de desenvolvimento da criança, mas também à preocupação com os acidentes. Os acidentes mais graves com brinquedos relacionam-se com ingestão de peças pequenas, que podem provocar obstrução da via aérea e complicações graves.

Assim, aquilo que recomendamos é que respeite as indicações relativas à idade adequada que constam na embalagem. É importante também estar atento, de forma a evitar que outras crianças mais pequenas possam ter acesso a brinquedos de crianças maiores, com peças pequenas que possam causar engasgamentos. Caso não tenha um curso de primeiros socorros pediátricos pode ser útil assistir a um vídeo sobre manobras de desengasgamento publicado por entidades de saúde.

Por fim, outra preocupação muito atual e que faz todo o sentido, é com os materiais. Idealmente prefira materiais duráveis e sustentáveis — madeira por exemplo. Evite ao máximo os plásticos, principalmente descartáveis. No caso de adquirir brinquedos em segunda mão, ou até oferecer aos seus filhos brinquedos mais antigos, verifique o estado dos materiais, nomeadamente, se há arestas cortantes ou peças soltas. Por último, brinque com os seus filhos. Vão todos adorar.

Respeito pelo ritmo e pelas rotinas do bebé e da criança

Finalmente, é importante recomendar que tentem ao máximo manter as rotinas de sono e alimentação da criança, dentro daquilo que for possível, claro. Certamente não será uma época semelhante ao quotidiano familiar. Mas idealmente, deve tentar manter pelo menos o sono e alimentação dentro daquilo que é um ritmo próximo à rotina.

Outra preocupação é a sobrecarga de estímulos. De forma a prevenir alguma possível irritabilidade e até cansaço excessivo nas crianças, priorize momentos de tranquilidade em família para que a criança se sinta segura.

Com estas dicas, aproveite a magia do Natal no ambiente sereno e acolhedor da sua família. A chave é vigiar sinais de alarme, evitar excessos, selecionar opções equilibradas e partilhar, como habitualmente, todo o amor com os seus filhos. Boas Festas.


A autora escreve segundo o Acordo Ortográfico de 1990

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