Petroleiros russos afundam no Mar Negro e causam derrame de mais de 4000 toneladas de fuelóleo

Os navios foram ao fundo na zona do estreito de Kerch tinham mais de 50 anos. Um dos membros da tripulação terá morrido, segundo as autoridades de saúde russas.

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O estreito de Kerch visto desde o porto de Kavkaz, na Rússia REUTERS/Maxim Shemetov
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Dois petroleiros russos afundaram no Mar Negro causando um derrame de mais de 4.200 toneladas de fuelóleo na zona do estreito de Kerch, entre a península da Crimeia e a região de Krasnodar, na Rússia.

O petroleiro Volgoneft-212, que atravessava a região este domingo de manhã durante uma tempestade, partiu-se ao meio depois de ser atingido por uma onda forte, causando a morte de uma pessoa. O petroleiro, segundo o jornal britânico The Guardian, levava 4.300 toneladas de fuelóleo pesado de baixa qualidade, um produto conhecido como mazut, usado em vários países da antiga União Soviética, que foram derramados no mar.

De seguida, numa altura em que já estavam no terreno navios rebocadores e helicópteros de resgate russos, um outro navio petroleiro, o Volgoneft-239 ficou à deriva junto ao Volgoneft-212, acabando mesmo por se afundar.

"Hoje, na sequência de uma tempestade no Mar Negro, afundaram-se dois petroleiros, o Volgoneft-212 e o Volgoneft-239", afirmou em comunicado, citado pela BBC, a Rosmorrechflot, agência federal russa de transportes marítimos e fluviais, que confirmou o derrame de "produtos petrolíferos" e que disse que estavam a ser tomadas "medidas para eliminar o derrame".

De acordo com a Reuters, citando os serviços de emergência, uma pessoa morreu e outras 12 foram retiradas do primeiro petroleiro afundado e levadas para o hospital. Duas das pessoas hospitalizadas estão em estado crítico.

No local, segundo as autoridades russas citadas pela Reuters, estavam mais de 50 pessoas e equipamentos, incluindo barcos rebocadores e helicópteros MI-8.

Ambos os navios tinham mais de 50 anos, o Volgoneft-212 começou a navegar em 1969 e o Volgoneft 239 em 1973.

O porta-voz da Marinha ucraniana, Dmitry Pletenchuk, acusou Moscovo de irresponsabilidade ao deixar os navios navegar em alto mar nas condições adversas que se faziam sentir. "Estes são petroleiros russos bastante antigos. Não se pode ir para o mar com uma tempestade destas. Os russos violaram as regras de funcionamento. O resultado é um acidente", afirmou, citado pelo The Guardian.

O estreito de Kerch, entre o Mar de Azov e o resto do Mar Negro, é uma zona disputada entre os dois países, desde a ocupação russa da Crimeia em 2014 e, especialmente, desde a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022. A Rússia afirma ter anexado a Crimeia, assim como vários estados na região do Donbass, banhados pelo Mar de Azov.

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