O condutor envolvido no acidente que causou a morte da cantora Claudisabel, em Dezembro de 2022, foi condenado a três anos de prisão, tendo a pena ficado suspensa, por ter sido considerado que não há risco de reincidência e conforme o que o Ministério Público (MP) tinha pedido.
Uma juíza do Tribunal de Grândola considerou que o arguido, identificado como um guarda prisional de 50 anos, agiu com negligência grosseira ter optado por conduzir quando tinha uma taxa de álcool de 1,95 g/l, o que, só por si, é considerado crime e punível com pena de prisão até um ano, além de coima. Como atenuante terá servido o facto de a cantora seguir sem o cinto de segurança, deixando em aberto a possibilidade de a morte poder ter sido evitada se estivesse a usar aquele dispositivo.
Na sessão de leitura de sentença, realizada nesta segunda-feira à tarde, o arguido, Marco Silva, foi condenado em cúmulo jurídico por um crime de homicídio por negligência e um crime de condução em estado de embriaguez, especifica a Lusa.
Além da pena suspensa de três anos, o homem ficou proibido de conduzir durante um ano. No entanto, o arguido foi absolvido do pagamento de 150 mil euros, valor imputado à seguradora, conforme deliberou o tribunal.
O Ministério Público de Setúbal avançou, em Maio deste ano, com a acusação do condutor do veículo envolvido no acidente que vitimou a cantora Claudisabel pelos crimes de homicídio por negligência e condução sob o efeito de álcool.
Num primeiro momento, a investigação terá determinado que existiam indícios de que foi a condução do acusado, descuidada e que não respeitou a distância de segurança, que resultou na morte da artista, o que levou a uma acusação de homicídio por negligência.
No entanto, durante o julgamento, que decorreu no Tribunal de Grândola, o arguido, identificado como guarda prisional, declarou que apenas tinha bebido duas cervejas. A sua defesa alegou ainda que o acidente terá sido motivado pelo facto de o automóvel no qual seguia Claudisabel estar imobilizado na auto-estrada, o que não ficou provado, e que a morte da cantora poderia ter sido evitada se estivesse a usar o cinto de segurança — o que terá feito com que o MP tenha optado por pedir uma condenação com pena suspensa.
O acidente deu-se entre dois veículos ligeiros na auto-estrada 2 (A2), junto a Alcácer do Sal, na madrugada de 19 de Dezembro de 2022, tendo o carro em que seguia a cantora capotado, obrigando ao seu desencarceramento. O óbito da artista, que terá tido morte imediata, foi declarado no local pelo médico da Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) do Hospital do Litoral Alentejano, em Santiago do Cacém.
Claudisabel era o nome artístico de Cláudia Isabel Leiria Madeira (n. 1976, Faro), reconhecida como cantora de música popular portuguesa, carreira que iniciou com apenas 13 anos, com o lançamento do seu primeiro álbum, Dizias Tu, Pensava Eu. Um dos seus maiores sucessos data de 1999, quando lançou Preciso de um herói, tendo participado no Festival RTP da Canção 2010.