A desolação que Bruno Bravo vê em Heiner Müller

Na sua encenação de Quarteto, escrita a partir de As Ligações Perigosas, duas personagens levam a cabo o seu teatro de manipulação e excesso. No CAL – Primeiros Sintomas, até 22 de Dezembro.

Foto
António Mortágua e Ana Brandão em Quarteto DR
Ouça este artigo
00:00
04:48

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

Choderlos de Laclos escreveu As Ligações Perigosas escassos anos antes da Revolução Francesa. Heiner Müller reinventou o romance epistolar para a cena, enquanto Quarteto, pouco antes da queda do Muro de Berlim. Bruno Bravo decidiu encenar este último – depois de uma tentativa abortada de colocar ambos em diálogo, na altura em que a pandemia levou à suspensão de todos os projectos de palco – quando tudo indica estarmos a atravessar uma ou a encaminharmo-nos (dependendo das perspectivas) para uma III Guerra Mundial. Sempre se disse, aliás, que o dramaturgo alemão definia o cenário da peça como situando-se “entre um salão aristocrata do século XVIII e um bunker no pós-III Guerra Mundial”, embora não seja certo de que tais indicações tenham sido escritas pelo seu punho.

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.