Palmeiras suspende festa do título do Botafogo de Artur Jorge
Triunfo carioca em Porto Alegre foi insuficiente para garantir o Brasileirão a uma ronda do fim, com a equipa de Abel Ferreira a marcar aos 90 minutos e a virar o jogo em Belo Horizonte.
Ainda não terminou a longa espera do Botafogo, que, a uma ronda do final do Brasileirão, esteve a minutos de garantir um título que só Paulo Autuori conseguira nos 130 anos de existência do emblema do Rio de Janeiro. A vitória em casa do Internacional, na madrugada desta quinta-feira (0-1), não chegou para iniciar já a festa, porque o Palmeiras guardou para o final da deslocação a Belo Horizonte o golo do triunfo sobre o Cruzeiro (1-2).
Depois da conquista da Taça Libertadores, o treinador português Artur Jorge esteve na iminência de apagar toda a frustração vivida pelos fãs do "alvinegro carioca" em 2023, quando o "Bota" deixou escapar o título para o Palmeiras. Mas os bicampeões puxaram dos galões e consumaram a reviravolta em cima do minuto 90, com um golo de Estêvão.
Subitamente, Abel Ferreira travava a onda vitoriosa da equipa do compatriota, que foi a Porto Alegre somar o 15.º jogo sem perder na Série A do Brasileirão. Só que o Botafogo precisava ainda de obter, no Beira-Rio, um melhor resultado do que Palmeiras em Belo Horizonte, para poder juntar já o Brasileirão à Taça Libertadores, conquistada no sábado passado, em Buenos Aires.
A equipa de Artur Jorge até poderia empatar, caso o Cruzeiro batesse o Palmeiras, mas um triunfo deixa, ainda assim, o "Fogão" a um curtíssimo passo do segundo título na Série A do campeonato brasileiro, depois de o Time de General Severiano só por uma vez, em 1995, ter levantado o "caneco" no Brasileirão.
asas
Num estádio com 40 mil adeptos nas bancadas, a formação carioca só precisou de cinco minutos para ganhar vantagem e enviar uma mensagem de força para Abel Ferreira, num Mineirão sem público, na sequência de decisão salomónica da federação (CBF), após pedido do Cruzeiro para vedar o jogo aos adeptos do Palmeiras.
O venezuelano Jefferson Savarino marcou no primeiro e único remate da primeira parte, aliviando a pressão que na época anterior aniquilou as ambições dos cariocas, embora faltasse muito tempo para confirmar um cenário de festa. Foi um lance de laboratório concluído de forma perfeita, de fora da área.
O Internacional esteve sempre mais próximo de empatar, aproveitando o maior desgaste físico do adversário e empurrando-o para o terço defensivo, mas o Botafogo tinha a "Estrela Solitária" do seu lado, mantendo a vantagem até final.
Por seu lado, o Palmeiras esteve desde o início em posição delicada para poder cancelar a festa dos cariocas. O empate ao intervalo entregava o título ao Botafogo, mas o cenário piorou quando o ex-Sporting Matheus Pereira marcou (52') logo a abrir o segundo tempo para o Cruzeiro, acelerando os preparativos da festa no Rio de Janeiro.
Só que Maurício empatou (61'), enquanto o Botafogo continuava a viver da eficácia de Savarino e da concentração do guarda-redes Gatito Fernández (que rendeu John Victor), fundamental para resistir aos 14 remates do "Colorado".
E quando a festa parecia prestes a estourar, Estêvão (90'), com um remate tremendo na sequência de um livre directo, colocou gelo no Rio, adiando tudo para a última jornada, já no fim-de-semana.
O Botafogo, porém, continua a ter o título praticamente na mão. No domingo, às 19h, recebe o São Paulo somente a precisar de um empate (um ponto, portanto) para resolver a questão sem se preocupar com mais contas. Em sentido contrário, o Palmeiras precisa de uma derrota do rival e de um triunfo sobre o Fluminense para chegar ao "tri".