Associações de ténis revoltadas com continuidade de Vasco Costa na federação

Associações representantes de mais de metade dos atletas e clubes filiados na Federação Portuguesa de Ténis tomam posição crítica em comunicado.

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As eleições na Federação Portuguesa de Ténis estão a originar polémica Amr Alfiky / REUTERS
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As Associações de Ténis do Porto, Lisboa, Leiria, Aveiro e Vila Real, representantes de 58% dos 288 clubes e 63% dos 27 mil atletas federados em Portugal, reagiram, em comunicado, às declarações do vice-presidente da Federação Portuguesa de Ténis (FPT), João Paulo Santos, ao PÚBLICO (publicadas no dia 30 de Novembro) nas quais o candidato a presidente da direcção da FPT na única lista que vai a votos no dia 7 – e futuro substituto de Vasco Costa que chega ao fim dos três mandatos legalmente permitidos – defendeu a futura contratação do actual presidente para secretário-geral e afirmou não ver mais ninguém com perfil para liderar a FPT.

Em comunicado subscrito pelas Associações de Ténis do Porto, Leiria, Aveiro e Vila Real, é primeiramente feito um “balanço positivo da liderança de Vasco Costa, presidente da FPT, que termina este ano o exercício das suas funções por imposição legal”. Mas depois do elogio vem a crítica à forma como foi construída a candidatura de João Paulo Santos, bem como a sua proposta para governação da FPT.

Em consequência, “as Associações de Ténis do Porto, Lisboa, Leiria, Aveiro e Vila Real entenderam apoiar uma proposta alternativa, com uma lista constituída por pessoas oriundas de Associações Regionais todos elas conhecedoras da actualidade e necessidades do ténis nacional. Mas cedo constatámos que, afinal, a maioria das Associações Regionais, bem como a Associações de Jogadores e a de Treinadores, subscreveram e apoiaram a candidatura de João Paulo Santos”, justificam.

Já a Associação de Ténis de Lisboa (ATL) “considera serem profundamente lamentáveis” as declarações de João Paulo Santos ao PÚBLICO. “A confirmação da situação pré-eleitoral e a constituição da lista eleitoral, são situações graves e alarmantes de inobservância das regras, violação da gestão democrática e transparente, atropelo de princípios gerais, desobrigação para com deveres de representação e responsabilidades, institucional e orgânica, dos membros da direcção para com associados e para com a própria FPT. A situação deve ser sindicada pelas competentes entidades”, lê-se no comunicado da ATL.

João Lagos também contra

Entretanto, o antigo campeão nacional e empresário João Lagos apresentou formalmente uma “exposição e pedido formal de intervenção” ao presidente do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ) e Conselho Nacional para a Integridade do Desporto, Secretário de Estado do Desporto, Conselho Nacional do Desporto, Tribunal Arbitral do Desporto e Procuradoria-Geral da República, justificando que “quando os valores da ética e da integridade estão em causa, o silêncio não é uma opção”.

O organizador de inúmeros torneios internacionais de ténis em Portugal desde os anos 80, com destaque para o Estoril Open (1990-2014) e ATP Finals (então Masters Cup, em 2000) tem sido bastante crítico nas redes sociais contra aquilo a que chama “abuso de poder” por parte de Vasco Costa, apelidando a continuidade do ainda presidente na função de secretário-geral como “uma afronta à transparência e à ética”.

“O ténis merece mais do que manobras que violam a lei e desrespeitam o desporto. Estamos a poucos dias de umas eleições vergonhosas que marcarão negativamente a história da nossa modalidade. O que está em causa não é apenas o presente, mas o futuro do ténis em Portugal”, frisou João Lagos.

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