Carlos Tavares deixa liderança do grupo Stellantis

Gestor português, que estava à frente do grupo que detém marcas como a Peugeot e a Opel, com produção em território nacional, apresentou o seu pedido de demissão antes da saída prevista para 2026.

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Carlos Tavares, aqui em 2022, na cerimónia do 60.º aniversário da fábrica da Stellantis em Mangualde Sérgio Azenha
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Carlos Tavares, presidente executivo do grupo Stellantis apresentou, e viu já aceite, o seu pedido de demissão das funções que exercia até agora à frente da construtora automóvel dona das marcas Peugeot, Fiat e Opel, entre outras.

Em comunicado emitido este domingo, a companhia que detém uma unidade industrial em Mangualde (onde emprega 900 pessoas) diz que "o conselho de administração da empresa, presidido por John Elkann, aceitou hoje [1 de Dezembro] a demissão de Carlos Tavares do cargo de presidente executivo com efeitos imediatos".

A saída de Carlos Tavares (66 anos) já estava pensada desde Setembro, mas a sua reforma estava agendada só para 2026, conforme anunciou o grupo há menos de dois meses. Mas desde aí, algo mudou.

“O sucesso da Stellantis desde a sua criação assenta num alinhamento perfeito entre os accionistas de referência, o conselho de administração e o presidente executivo [Carlos Tavares]. No entanto, nas últimas semanas surgiram pontos de vista diferentes que levaram o conselho de administração e o presidente executivo a tomar a decisão de hoje", afirma o director independente do grupo Henri de Castries, citado no comunicado emitido esta noite pela Stellantis.

Citando fontes conhecedoras do processo não identificadas, o Financial Times escreve esta noite que a tensão entre Carlos Tavares e outros membros do conselho da Stellantis (que fora reforçado em Outubro) tinha vindo a aumentar no que toca à estratégia de recuperação do grupo, a braços com queda de resultados devido ao fraco desempenho das vendas na Europa e nos EUA. E recorda que, em bolsa, as acções da Stellantis já caíram 43% este ano.

Carlos Tavares era presidente executivo (ou CEO) da PSA desde 2014 e da Stellantis desde 2021, após a fusão da PSA com a Fiat Chrysler, sendo a partir daí o responsável máximo das 14 marcas automóveis do grupo. Pelo meio, em 2017, o grupo tinha também adquirido a alemã Opel.

Na comunicação do grupo publicada no site oficial esta noite, John Elkann agradece a Carlos Tavares, "pelos seus anos de serviço dedicado e pelo papel que desempenhou na criação do Stellantis, para além das anteriores reestruturações da PSA [Peugeot Citroën] e da Opel", esforço que colocou o grupo, acrescenta, "no caminho para nos tornarmos um líder global no nosso sector".

Para já, será criado um comité executivo interino, presidido por John Elkann, esperando o conselho de administração que até ao final do primeiro semestre de 2025 o presidente executivo que sucederá a Carlos Tavares seja nomeado.

A nota que a Stellantis emitiu hoje ao mercado confirma ainda "as orientações que apresentou à comunidade financeira em 31 de Outubro de 2024, relativamente aos seus resultados para o ano completo de 2024".

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