Vera Lutter capta imagens do ruído do tempo
Fantasmagóricas, desconfortáveis, sinistras, as imagens-negativo de Vera Lutter confrontam-nos com a complexidade dos sistemas inventados pelos humanos para se moverem e conquistarem o mundo.
Quem ouve Vera Lutter a falar sobre o seu trabalho de fotografia consegue perceber muito melhor a origem do que faz e como o faz. Nem é bem pelo conteúdo do que diz — que também é certeiro e rico —, mas sobretudo pela forma. E também não é comum encontrar assim uma tão grande coincidência entre uma voz e uma visualidade criativa. Para além de parecer muito decidida em não desperdiçar palavras, mede meticulosamente o tempo para as dizer, ainda que isso signifique levar tempo para as dizer. Foi isso que aconteceu na apresentação da exposição Spectacular. An Exploration of Light, na Fundação MAST, em Bolonha, Itália; e foi isso que aconteceu logo depois na conversa com o PÚBLICO, que generosamente estendeu para além do tempo-limite e quando havia outras conversas à espera.
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