CDS demarca-se de “candidatura autónoma” do movimento de Rui Moreira às autárquicas

Com Moreira a cumprir o último mandato, associação cívica sustenta que “pode continuar a fazer a diferença”. Membros do CDS dizem que o objectivo não era avançar já para uma “candidatura autónoma”.

Foto
Filipe Araújo, vice-presidente da Câmara Municipal do Porto e líder da associação cívica Porto, o Nosso Movimento Tiago Lopes
Ouça este artigo
00:00
03:15

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

O Porto, Nosso Movimento, pelo qual foi eleito o actual presidente daquela autarquia, Rui Moreira, que cumpre o seu último mandato, vai apresentar um candidato às eleições autárquicas de 2025, anunciou este sábado a associação cívica. Horas depois de a notícia começar a ser divulgada, o CDS-PP enviou uma nota à imprensa na qual se demarca da escolha do movimento, vincando que "nunca foi propósito decidir para já uma candidatura autónoma, ou liderante do Movimento, às próximas eleições autárquicas".

Em comunicado, o Porto, Nosso Movimento referia que a decisão foi tomada na sexta-feira em assembleia-geral onde marcaram presença mais de 150 associados. O movimento independente quer apresentar um projecto para a cidade e estabelecer conversações com "todos aqueles que se revejam numa proposta de gestão independente da cidade".

Na recomendação, a que a Lusa teve acesso, lê-se que a criação desta associação cívica teve como objectivo apoiar o movimento independente de Rui Moreira e "servir de seu escudo político", entendendo que o seu objectivo não se esgota no final deste mandato.

"O movimento independente de cidadãos liderado por Rui Moreira e a sua equipa transformou o Porto nestes últimos 11 anos concretizando ambições há muito desejadas pelos portuenses, levando a cidade a um novo patamar de desenvolvimento e reconhecimento", frisou.

O texto salienta ainda que o "carácter livre, independente e sem amarras político-partidárias da gestão municipal foi determinante para os resultados alcançados". Referindo que as eleições autárquicas do próximo ano são "muito importantes" para o futuro da cidade, o movimento independente diz ter a "experiência e competência necessárias para garantir que este caminho de melhoria e de progresso tem continuidade no tempo".

Em Setembro do ano passado, à margem do jantar comemorativo da associação cívica, o presidente da Câmara do Porto disse acreditar que o movimento independente "pode continuar a fazer a diferença" na cidade depois da sua saída.

O vice-presidente da Câmara Municipal do Porto, Filipe Araújo, tomou posse em Janeiro de 2023 como presidente da associação cívica, sucedendo a Francisco Ramos, com o objectivo de dar continuidade às políticas do executivo municipal liderado por Rui Moreira.

CDS diz que anúncio de candidato é precipitado

A missiva do CDS, assinada por Catarina Araújo, membro da direcção da Associação Cívica Porto, o Nosso Movimento, e em representação de um grupo de militantes do CDS-PP, recorda que Rui Moreira foi "apoiado desde o primeiro dia pelo CDS-PP, cujos militantes e dirigentes integraram os diferentes órgãos autárquicos" e elogia a liderança do actual autarca.

Porém, face à perspectiva de um novo ciclo, e embora o CDS reconheça que é "legítimo" que o movimento queira ter "uma palavra" em relação ao futuro autárquico do Porto, o partido vinca que a reunião da assembleia geral visava apenas "aprovar as contas e o orçamento" e que "nunca foi propósito decidir para já uma candidatura autónoma, ou liderante do Movimento, às próximas eleições autárquicas".

O propósito, afirma a representante do CDS, foi "afirmar a vontade de manter o Movimento como parte dessa discussão, integrando um novo projecto, em conjunto também com partidos políticos, tendencialmente o PSD e o CDS, com vista a poder continuar a influenciar os destinos autárquicos do Porto, assegurando uma visão que consideramos essencial no futuro, como vem sendo há três mandatos".

Notícia actualizada: Acrescenta a nota de imprensa enviada pelo CDS-PP.