Festa italiana na Taça Davis em época fantástica de Jannik Sinner

Ao vencerem os dois singulares frente aos País Baixos, os italianos conquistaram o troféu pelo segundo ano consecutivo.

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Os tenistas italianos com a "saladeira" nas mãos Juan Medina / REUTERS
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Jannik Sinner e Matteo Berrettini foram os protagonistas do triunfo da Itália na Taça Davis, tornando-se na primeira nação a vencer a competição em dois anos consecutivos desde a República Checa, em 2012-13. Ter nas suas fileiras o número um mundial ajuda muito, mas acabou por ser Berrettini a grande figura deste fim-de-semana ao ser chamado a disputar o primeiro singular, nas meias-finais, frente à Austrália e na final, com os Países Baixos, cujos representantes apresentavam um registo totalmente negativo nos duelos com os seus adversários

Novamente escolhido pelo capitão italiano Filippo Volandri, o italiano de 28 anos derrotou Botic Van de Zandschulp (80.º do ranking), por 6-4, 6-2 – num encontro dirigido pelo árbitro brasileiro Carlos Bernardes, que subiu à cadeira pela última vez – somando a sexta vitória em outros tantos embates com o neerlandês, que na terça-feira colocou um ponto final à carreira de Rafael Nadal. Berrettini (35.º) somou 28 winners, dos quais 16 ases, e não enfrentou qualquer break-point durante os 77 minutos de jogo.

A seguir, Sinner defrontou Tallon Griekspoor (40.º), com quem nunca tinha perdido em cinco duelos. Mas o neerlandês tornou-se no primeiro jogador a ganhar mais do que quatro jogos a Sinner desde 6 de Outubro, obrigando-o a decidir o set inicial no tie-break. No entanto, após permitir um segundo break, graças a duas duplas-faltas, Griekspoor quebrou de vez. Após novo break, Sinner serviu para a conquista da “saladeira”, sentindo os nervos a 40-0, mas acabando por concretizar no quarto match-point: 7-6 (7/2), 6-2. O final que desejara para uma época de sonho.

“Foi um ano incrível. Estou muito orgulhoso da equipa. Há muito trabalho por detrás. Estamos muito felizes por podermos voltar a segurar este troféu. Hoje foi um dia muito difícil porque tudo pode acontecer”, afirmou Sinner, número um mundial e vencedor de nove títulos, com destaque para os seus dois primeiros majors (Austrália e US Open) e terminou com 73 vitórias em 79 encontros.

Após a vitória de Sinner, Berrettini foi dos que se mostrou mais emocionado e a razão não era para menos: o italiano tem sido assolado por lesões e não pôde entrar no campo na final de 2023. Iniciou esta época só em Março, ocupando o 154.º lugar do ranking, no challenger de Phoenix – em cuja final perdeu com Nuno Borges – e em oito meses, conquistou três títulos no ATP Tour (Marraqueche, Gstaad e Kitzbuhel), esteve ainda em mais uma final (Estugarda) e termina no 35.º posto celebrando com os compatriotas o triunfo na Taça Davis.

“Estou tão feliz. Este ano, consegui trazer alguns pontos para a causa. Não importa quem está a jogar, estamos sempre a colocar o coração no campo. Lorenzo, Jannik, todos estão a dar o seu melhor. Esse é o segredo da nossa equipa. Os rapazes que estão lá em casa, Flávio Cobolli, Arnaldi... ganharam encontros muito importantes na fase inicial. É uma grande equipa”, disse o finalista de Wimbledon de 2021 e ex-número seis mundial.

Com o título conquistado na semana passada na prova homóloga feminina, a Itália é o terceiro país a ganhar a Taça Davis e a Billie Jean King Cup no mesmo ano, juntando-se à República Checa (2012) e Rússia (2021).

Sinner, que ganhou todos os derradeiros 26 sets que disputou neste final de época, imita Roger Federer (2005) ao ganhar, pelo menos um set, em todos os encontros que realizou num ano, sendo os únicos no ténis masculino a conseguir tal proeza na Era Open (desde 1968). E assinou um feito inédito ao tornar-se no primeiro tenista a ganhar dois majors, ATP Finals e Taça Davis no mesmo ano.

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