“Parar enquanto podemos”. Manifestantes juntaram-se em Lisboa contra combustíveis fósseis

Enquanto decorre a cimeira do clima no Azerbaijão, houve uma manifestação em Lisboa pelo fim dos combustíveis fósseis e para alertar sobre os perigos da crise climática.

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A manifestação foi organizada pelo movimento Climáximo TIAGO PETINGA / EPA
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Os activistas climáticos prenderam os braços uns nos outros na Praça do Chile, em Lisboa TIAGO PETINGA / EPA
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Os activistas climáticos prenderam os braços uns nos outros na Praça do Chile, em Lisboa TIAGO PETINGA / LUSA
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Manifestação organizada pelo Climáximo "Parar enquanto podemos", em Lisboa TIAGO PETINGA / LUSA
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Manifestação organizada pelo Climáximo "Parar enquanto podemos", em Lisboa TIAGO PETINGA / LUSA
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Manifestação organizada pelo Climáximo "Parar enquanto podemos", em Lisboa TIAGO PETINGA / LUSA
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Manifestação organizada pelo Climáximo "Parar enquanto podemos", em Lisboa TIAGO PETINGA / LUSA
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Manifestação organizada pelo Climáximo "Parar enquanto podemos", em Lisboa TIAGO PETINGA / LUSA
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Cerca de 150 manifestantes juntaram-se neste sábado em Lisboa numa marcha contra os combustíveis fósseis e para alertar sobre os efeitos das alterações climáticas, numa iniciativa organizada pelo movimento Climáximo.

"Parar enquanto podemos" foi a frase mais repetida por cerca de centena e meia de manifestantes que se juntaram na Praça Paiva Couceiro, em Lisboa, para percorrerem as ruas até à Praça do Chile. Num comunicado, o colectivo refere que se juntaram à manifestação "cerca de 300 pessoas".

Os manifestantes chegaram à Praça do Chile pelas 17h10, onde se mantiveram sentados, impedindo a circulação rodoviária, perante o olhar atento de dezenas de agentes da PSP e do corpo de intervenção. Este corte de trânsito, que já estava previamente acordado com as autoridades, ainda se mantinha pelas 19h.

Ao longo de pouco mais de uma hora de um protesto pacífico, os manifestantes pararam duas vezes para se fazerem ouvir, e distribuíram panfletos informativos aos transeuntes e aos comerciantes locais.

"Desarmar a indústria fóssil" e "vais esperar, arder ou vais resistir" eram algumas das mensagens que se podiam ler nos cartazes exibidos pelos participantes no protesto e por representantes de associações que se juntaram à iniciativa do movimento Climáximo.

O Climáximo refere que "bloquearam" a Praça do Chile, "onde grupos de pessoas se prenderam umas às outras, algumas com tubos nos braços".

Esta manifestação pelo fim dos combustíveis fósseis e com o intuito de "acabar com a banalização do colapso climático" coincide com a cimeira do clima COP29, que ainda está a decorrer em Bacu, no Azerbaijão. A conferência deveria ter terminado na sexta-feira, mas está a prolongar-se e continua num impasse.

"Tudo está a acontecer rapidamente"

Antes do arranque da marcha, em declarações à agência Lusa, Maria Paixão, activista pela justiça climática, explicou que o objectivo desta acção é “mobilizar a sociedade”, uma vez que não estão a ser encontradas soluções políticas.

“Estamos no rescaldo de uma série de catástrofes naturais nos últimos meses. A mais recente que assistimos foi a de Valência. E o nível de violência que a justiça climática está a ter é horripilante. Tudo está a acontecer rapidamente”, afirmou.

Uma das participantes nesta manifestação foi Ana Marcelino, que trazia consigo um cartaz com a foto de uma vaca, para defender uma alimentação “sem produtos animais”.

“Nós sabemos que o planeta está numa situação deplorável. Ninguém fala de uma questão que todos nós podemos fazer três vezes ao dia. O que nós escolhemos colocar no prato para comer. Já existem dados abundantes de que o consumo de produtos animais é dos principais factores para a degradação que já existe no planeta”, argumentou.

Outra das participantes, Rita Ferreira, explicou à Lusa que veio à manifestação para mostrar a sua “solidariedade” com as causas defendidas pelo Climáximo.

“Acho que os jovens do Climáximo têm sido muito mal interpretados. Acho que cabe à minha geração mostrar que estamos com eles”, apontou. Antiga emigrante na Alemanha, Rita Ferreira lamentou as diferenças de mentalidade existe nos dois países. “O movimento ecológico lá fora é muito maior do que em Portugal. É chocante”, sublinhou.

No mesmo sentido, Emanuel Candeias, membro da organização “Animal Save Portugal”, lamentou a passividade das entidades nacionais e internacionais no combate às alterações climáticas, defendendo um maior envolvimento da sociedade civil.

“Os governos e as empresas não querem avançar no sentido correcto e os cientistas estão muito alarmados. Este é o ano mais quente de sempre e assistimos à morte de pessoas mais vulneráveis. Temos de agir”, instou.