Começou a despedida de Rúben Amorim: “Ou era agora ou iam buscar outro”

Treinador do Sporting pediu para se mudar só no final da época, mas não teve sucesso. E assumiu que o United é o clube que queria.

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TIAGO PETINGA / LUSA
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Está ultrapassada a primeira, mas faltam outras duas escalas no trajecto de Rúben Amorim rumo ao Estádio de Old Trafford. Nesta sexta-feira de manhã, horas antes do prazo previsto pelo treinador para se pronunciar sobre o tema, o Manchester United oficializou a contratação e o técnico do Sporting limitou-se a assinar a justificação para faltar ao futuro dos “leões”, a partir de dia 11. “É uma opção que muda a minha vida. Já tive outras ocasiões. Não é a primeira nem a segunda vez que tenho a cláusula paga por um clube. Eu não queria outro clube, eu queria aquele [o United]”.

Foi nestes moldes que Amorim pôs fim ao desconforto que assumiu que tomou conta do seu estado de espírito nos últimos dias. “No início da época tive uma conversa com o presidente e disse que, acontecesse o que acontecesse, era a minha última época no Sporting. A época começou e surgiu esta situação - o Manchester United apareceu, pagou a cláusula e o presidente defendeu os seus interesses. Nunca me meti na negociação e depois ela chegou a mim. O pedido que fiz foi que [a transferência] fosse no final da época. Estive três dias dias a pedir e foi-me dito que não era possível, ou era agora ou iam buscar outra opção”.

Era uma proposta irrecusável, no fundo. Uma proposta para tentar reerguer um gigante do futebol europeu, devidamente embrulhada num contrato com duração até 2027 e com possibilidade de renovar por mais um. "Custa-me muito sair, mas tenho de o fazer. É um clube que eu queria e saber que, dentro de seis meses, não ia ter o único clube que eu queria e que mexeu comigo... Chegou a uma altura em que tive de decidir e decidi", acrescentou.

"Agora há pessoas que dizem que foi pelo dinheiro, mas recebia três vezes mais no clube que quis antes pagar a minha cláusula... Chegou a um ponto em que tenho de decidir: fico ou vou? E daqui a seis meses era eu que tinha de viver com a decisão. Foi-me dito que era agora ou nunca e tive de dar esse passo", concretizou Rúben Amorim, adiantando que levará parte do staff para Inglaterra, mas sem entrar em detalhes.

Varandas: "Antecipámos o que estava preparado"

Saiu Amorim da sala de imprensa de Alvalade, depois da goleada sobre o Estrela da Amadora (5-1), e entrou Frederico Varandas, para elogiar o treinador e desejar-lhe felicidades "a partir de dia 11". Confirmo que no final da época passada e no início desta acordámos que o momento ideal seria no fim desta época terminar um ciclo de cinco anos e nós temos de preparar o futuro. Já estávamos a fazê-lo. Obviamente que esta chegada do United não era o que queríamos. A decisão do treinador foi a de achar que era o momento de ir, respeitámos e apenas antecipámos em sete meses o que estava já preparado", adiantou o presidente do Sporting.

Face à necessidade de substituir, em breve, o futuro técnico do United, Frederico Varandas não quis adiantar para já o nome do novo treinador do Sporting. Prometeu fazer esse anúncio no dia 11 (dia em que Amorim começará a trabalhar em Old Trafford) e garantiu que essa era já "a solução que estava preparada para o Verão de 2025", mantendo a convicção de que o treinador será sempre "a peça-chave" do seu projecto desportivo.

Sobre o valor da cláusula de rescisão, os 10 milhões de euros pagos pelo United, o dirigente acabou por contornar a questão. "Rúben Amorim foi vendido acima da cláusula de rescisão. Pela primeira vez na história do Sporting, o Sporting mete um treinador num dos colossos europeus. E sai por um valor acima da cláusula de rescisão".

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