Triplo homicídio em Lisboa terá sido cometido sem planeamento prévio e por motivo fútil

Os suspeitos dos disparos encontram-se em fuga. Investigação criminal a cargo da PJ.

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Daniel Rocha
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Três pessoas morreram a tiro esta quarta-feira em Lisboa, tendo os suspeitos dos disparos fugido em direcção à estação de Santa Apolónia, disse à agência Lusa fonte da PSP. A investigação passou para a alçada da Polícia Judiciária (PJ) que confirmou ao PÚBLICO que as vítimas são dois homens e uma mulher e que o crime ocorreu dentro e à porta de uma barbearia. Os investigadores ainda estão a encaixar as peças deste crime violento, mas, até agora, tudo indica que o triplo homicídio foi cometido sem planeamento prévio e por motivos fúteis.

No local, o PÚBLICO apurou que uma das vítimas é o barbeiro, 43 anos, morador no bairro e pai de cinco filhos, sendo um deles bebé. Há 10 anos que explora esta barbearia, sendo uma pessoa muito querida no bairro e a sua loja um local de ponto de encontro dos moradores. As outras duas vítimas são um casal jovem: um motorista de táxi e a mulher, que estava grávida. Eram amigos do barbeiro e seus clientes e, esta quarta-feira, tinham ido ao bairro a uma garagem de lavagem de automóveis, que funciona paredes-meias com a barbearia. Foram vítimas de tiros quando se encontravam à porta do estabelecimento, onde tinham ido cumprimentar o barbeiro.

Até ao momento, não há detidos, disse ainda fonte da PJ. A Polícia de Segurança Pública (PSP) indicou à Lusa que "três suspeitos, possivelmente os autores dos disparos, colocaram-se em fuga" em direcção à estação de Santa Apolónia. No local estão desde as 14h30 elementos da Brigada de Homicídios e os peritos do Laboratório da Polícia Científica da PJ, que isolaram a zona.

O alegado agressor, morador naquela rua, terá entre 25 e 30 anos e, segundo testemunhas no local, seria cliente da barbearia, tendo estado ontem no estabelecimento. Regressou esta quarta-feira à loja, tendo efectuado os disparos e pondo-se em fuga de seguida, com auxílio de dois indivíduos seus conhecidos. Moradores na zona descrevem-no como um indivíduo quezilento e alegadamente com consumos de drogas. Há queixas de que o socorro de emergência médica terá demorado a chegar ao local, sendo que os primeiros socorros terão sido prestados pelos agentes da 5.ª divisão da PSP que se dirigiram para o local.

Demora no socorro?

Uma agente da PSP disse ao PÚBLICO que os primeiros elementos do INEM terão demorado cerca de 40 minutos a chegar, tendo as primeiras manobras de reanimação sido asseguradas pelo efectivo policial que ali estava. O PÚBLICO questionou o INEM sobre esta alegada demora. Fonte oficial do instituto respondeu que trabalham “em articulação com as forças de segurança”. “Só actuamos quando estamos autorizados a entrar no perímetro definido”, diz a mesma a fonte, admitindo que tal condicionante possa ter contribuído para a “percepção de atraso” na chegada do socorro junto das vítimas.

Pelas 13h25 a PSP recebeu a informação de que haveria disparos na rua Henrique Barrilaro Ruas, na zona da Penha de França, e accionou meios para irem ao local, disse fonte desta polícia. "Quando chegámos, verificámos três indivíduos baleados sem sinais vitais", afirmou. Os clientes vítimas dos disparos ainda terão tentado pedir ajuda, mas acabaram por falecer em frente à barbearia "Grande Pente", enquanto o barbeiro morreu no interior.

Pelas 16h50 horas, os corpos continuavam no local à espera de serem recolhidos, sendo que os do casal estavam ainda na via pública. Com Mariana Oliveira e Lusa

Texto actualizado às 19h52 com a resposta do INEM, já depois de actualizada com informação da PJ

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