Maré, o festival na Galiza onde o mundo começa
A quinta edição do festival que cresceu a partir da Casa das Crechas e do Cantos na Maré, tem em Santiago de Compostela um lugar de encontro entre a Galiza, a lusofonia e o Atlântico.
Por detrás do DJ Panko, enquanto este envia para as colunas e para os corpos à sua volta febris sonoridades de cumbia, há uma imagem que se destaca das restantes nas paredes da cave da Casa das Crechas, no centro de Santiago de Compostela. Sobre um magnético fundo branco e azul, o recorte do cantautor galego Fran Pérez, mais conhecido por Narf, parece emitir uma luz própria. Falecido em 2016, aos 48 anos, Narf foi um desbravador das relações musicais actuais entre a Galiza e a lusofonia, tendo actuado no Cantos na Maré (predecessor do Maré) em parceria com o guineense Manecas Costa e com os moçambicanos Timbila Muzimba. Faz sentido que, sem aparato mas com luz própria, o seu rosto esteja eternizado na Casa das Crechas, o lugar onde, de forma muito distante, se encontram as sementes originárias do Maré, festival de música atlântica que acontece desde 2020 em Santiago de Compostela, e a decorrer até este domingo.
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