Precisamos mesmo de nos unir

Uma celebração da empatia, conexão e diversidade humana. Pessoas de todo o mundo, uni-vos!

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“Mil pessoas na marcha de um movimento cívico. Vêm de todos os países do mundo. Nenhuma leva a sua própria bandeira. Cada uma delas experiencia o mundo à sua maneira, mas, neste momento, os seus corações batem ao mesmo ritmo” Kristin Roskifte
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“Uma pessoa faz girar o seu globo e sonha visitar todos os sítios onde pousa o dedo. Pergunta-se como será viver num lugar completamente diferente” ,“Uma pessoa faz girar o seu globo e sonha visitar todos os sítios onde pousa o dedo. Pergunta-se como será viver num lugar completamente diferente” Kristin Roskifte,Kristin Roskifte
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“Três pessoas sobem a uma árvore. Em breve, uma delas visitará familiares num país muito longínquo. Outra receia alguma coisa. E outra quer colher fores para dar à bisavó” Kristin Roskifte
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“Trinta e oito pessoas numa floresta. Uma vai mostrar aos bisnetos as ruínas da casa da sua infância. Outra procura a chave do carro. Outra está a doar dinheiro a uma organização de ajuda humanitária” Kristin Roskifte
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Capa do livro Todos VIajam, editado pela Lilliput Kristin Roskifte, com adaptação de Ana Seromenho
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Depois de Todos Contam, Kristin Roskifte volta a pôr-nos a pensar nas diferenças e similitudes entre as pessoas, independentemente da sua origem geográfica, social ou religiosa. Que isso não nos afaste ou provoque conflitos dramáticos, como aqueles a que hoje assistimos. Precisamos mesmo de nos unir, local e globalmente.

Neste livro, Todos Viajam, mantém-se a lógica do anterior, a que também podemos chamar “fórmula”. Funciona assim: começa com uma paisagem sem humanos, em que se lê apenas “ninguém”; na página seguinte, uma criança sozinha no seu quarto (o mesmo miúdo, o mesmo pijama, mas menos brinquedos pelo chão): “Uma pessoa faz girar o seu globo e sonha visitar todos os sítios onde pousa o dedo. Pergunta-se como será viver num lugar completamente diferente” (vê-se o mesmo globo do livro anterior, mas agora mais de perto); vira-se a página e acrescenta-se uma pessoa: “Duas pessoas lêem um livro juntas. Entram num mundo novo. Uma delas pensa: ‘Não há na vida nada melhor do que isto!’”; a seguir, mais um elemento: “Três pessoas sobem a uma árvore. Em breve, uma delas visitará familiares num país muito longínquo. Outra receia alguma coisa. E outra quer colher flores para dar à bisavó.”

Vão-se acumulando pessoas sem nome (só se sabe que o menino do quarto se chama Tomás) que o leitor tentará identificar nas páginas seguintes, num jogo de observação que também convida à descoberta de pormenores e elementos que transitam de uma página para a outra.

Sabemos ainda que há um barco à vela em todas as imagens e corações escondidos aqui e ali. Na ilustração da grande cidade, quando já se alcança o número 700, escondem-se letras do alfabeto em vários edifícios. Não são fáceis de encontrar. Tentem.

De novo, a autora norueguesa alia o raciocínio matemático à literacia. Não há aqui propriamente uma narrativa, mas um desenrolar de cenários e ideias com a viagem como denominador comum. Concretizada, ansiada ou apenas vivida na imaginação. O certo é que inclui toda a gente, mais uma vez.

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“Duas pessoas lêem um livro juntas. Entram num mundo novo. Uma delas pensa: ‘Não há na vida nada melhor do que isto!’” Kristin Roskift

Viagens felizes, sem-abrigo, deficiências e solidão

Número 38: “Trinta e oito pessoas numa floresta. Uma vai mostrar aos bisnetos as ruínas da casa da sua infância. Outra procura a chave do carro. Outra está a doar dinheiro a uma organização de ajuda humanitária.” Sem mais nada dizer, muito fica dito sobre os nossos tempos.

Número 68: “Sessenta e oito pessoas num avião. Em breve, estarão espalhadas por todo o mundo. Uma vai visitar a avó. Outra é médica. Outra vai dar uma palestra. Duas vão participar numa competição de bigodes. Outras duas estão a andar de avião pela primeira vez. Catorze estão a andar de avião pela última vez.” Nesta fase do livro, já se consegue descodificar quem é quem, mas continua a ser difícil. Tentem.

Se no geral aqui se remete para viagens felizes e se mantém o sentido de humor, também se fala de sem-abrigo, se mostram pessoas com deficiência e se invoca a tristeza de viver distante de quem se ama.

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“Cem pessoas no mercado. Duas falam sobre familiares que acabaram de encontrar. Uma pensa num homem que conheceu no cabo Norte. Outra vai comprar um tapete para pôr no seu escritório...” Kristin Roskifte

Número redondo, 10.000: “Dez mil pessoas reunidas numa celebração pública. Estão a festejar um feito importante que traz consigo a esperança de um futuro melhor para a humanidade e para toda a vida na Terra.” Quem dera.

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