Stoltenberg diz que NATO podia ter feito mais para evitar a guerra na Ucrânia

Secretário-geral cessante da Aliança Atlântica considera que o fim da guerra na Ucrânia só poderá ser alcançado à mesa das negociações.

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Jens Stoltenberg deixa a liderança da NATO em Outubro OLIVIER MATTHYS / EPA
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A NATO poderia ter feito mais para armar a Ucrânia de forma a evitar a invasão russa em 2022, afirmou secretário-geral cessante da organização, Jens Stoltenberg, numa entrevista publicada este sábado.

“Agora fornecemos material militar para uma guerra. Na altura, poderíamos ter fornecido material militar para evitar a guerra”, disse Stoltenberg, ao semanário alemão FAS.

Stoltenberg referiu a relutância da Aliança Atlântica em fornecer as armas que Kiev tinha pedido antes da invasão em larga escala da Rússia, devido ao receio de uma escalada das tensões com Moscovo. Após o início da guerra, Kiev, que não é membro da NATO, começou a receber armamento dos seus aliados, depois de uma hesitação inicial.

Antigo primeiro-ministro norueguês, Stoltenberg deixará em Outubro as suas funções na NATO, que ocupa desde 2014. O antigo primeiro-ministro neerlandês Mark Rutte foi anunciado em Junho como o próximo líder da organização.

Na entrevista, Stoltenberg afirmou que o fim da guerra na Ucrânia só poderá ser alcançado à mesa das negociações.

“Para acabar com esta guerra, terá de haver novamente um diálogo com a Rússia numa determinada fase. Mas tem de ser baseado na força ucraniana”, afirmou.

Stoltenberg não quis confirmar se irá substituir o diplomata alemão Christoph Heusgen na presidência da Conferência de Segurança de Munique, depois de deixar a NATO. Stoltenberg disse à FAS que tinha “muitas opções” e que iria residir em Oslo.

Ataque russo com drones

A Rússia lançou na sexta-feira à noite mais de 70 drones iranianos Shahed sobre a Ucrânia, tendo fragmentos de um dos veículos aéreo não tripulado caído sobre as instalações de uma empresa de serviços públicos em Kiev.

De acordo com a Força Aérea Ucraniana, foram lançados 76 drones sobre a Ucrânia, dos quais 72 foram abatidos nas regiões de Odessa, Mikolayiv, Kherson, Poltava, Kharkov, Kiev, Donetsk, Zhitomyr, Dnipro, Cherkassi, Vinitsia e Sumi. Em Odessa, vários edifícios foram danificados na sequência dos ataques.

O Presidente da Ucrânia, Volodymir Zelensky, agradeceu aos soldados da aviação do exército, aos grupos móveis de artilharia e defesa antiaérea, por terem defendido “os ucranianos durante toda a noite”.

“Precisamos de mais capacidades para reforçar o nosso escudo de defesa aérea, a nossa defesa aérea e as nossas capacidades de longo alcance para continuar a proteger vidas e o nosso povo. “Estamos a trabalhar neste sentido com todos os parceiros da Ucrânia”, afirmou Zelensky na sua conta do Telegram.

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