Simone teve a média mais alta do curso de Engenharia Aeroespacial do Porto: 199,8 valores

O curso abriu este ano e Simone Pinto foi a primeira a entrar. Sonhava com a área desde criança e foi a pensar nisso que estudou oito horas por dia para os exames (mas também fez outras coisas).

Foto
Simone Pinto entrou em Engenharia Aeroespacial com 199,8 valores DR
Ouça este artigo
00:00
03:16

Simone Morais Pinto tem 17 anos e desde pequena que se interessa por ciências, números e tudo o que esteja relacionado com o espaço.

No imaginário de criança, até pode existir a resposta à pergunta "o que queres ser quando fores grande?", mas não existem cursos, nem médias. Só uns anos mais tarde, no 3.º ciclo, é que descobriu que o seu caminho poderia passar pela engenharia aeroespacial. E, em Julho, quando chegou à altura de se candidatar à 1.ª fase do concurso de acesso ao ensino superior, não teve grandes dúvidas sobre a primeira opção.

O curso que escolheu, que abriu pela primeira vez na Faculdade de Engenharia do Porto (FEUP), foi o que teve a média de entrada mais alta este ano: o último dos 30 colocados tinha uma média de 194,5 valores.

Simone não estava preocupada: os 199 valores no exame de Matemática e 200 no de Física e Química do secundário deram-lhe confiança de que poderia entrar. Contudo, e por via das dúvidas, pôs Engenharia Mecânica no Porto como segunda opção e Engenharia Aeroespacial no Instituto Superior Técnico de Lisboa em terceiro lugar.

No sábado, dia 24 de Agosto, recebeu o email a informar que vai ficar na FEUP. Horas depois, quando saíram as colocações, soube de outra novidade: teve a média mais alta do curso desta universidade — 199,8 valores — e foi a primeira a entrar.

“Fiquei muito feliz por ter entrado no curso, mas fiquei mais surpreendida por ter sido a primeira da lista”, adianta em entrevista ao P3.

Na verdade, revela a jovem, não é a primeira vez que ocupa o primeiro lugar de melhor média. Os resultados dos dois exames nacionais fizeram dela a aluna com o melhor resultado na pauta de classificação do Colégio Luso-Francês do Porto, onde estudou. Simone admite que nunca precisou de ter explicações, mas tinha uma rotina rigorosa: passava oito horas por dia a estudar para os exames. No entanto, afirma, fazia mais do que estudar.

Foto
Simone passava os tempos livres nas aulas de equitação e de alemão ou a desenhar DR

“Estudava todos os dias, mas também tinha as minhas actividades ditas normais. Tinha aulas de equitação duas vezes por semana, lia, pintava, desenhava e tinha uma aula de Alemão de três horas por semana. Tudo isto ajudou a que não estivesse tão stressada com os exames. Acho que se estivesse mais nervosa podiam ter corrido pior.”

A seguir: mestrado, doutoramento e, quem sabe, a NASA

Apesar de garantir que não faz planos para o futuro, Simone tem umas quantas ambições para os próximos anos. Se tudo correr bem, antes dos 30 anos já terá concluído a licenciatura em Engenharia Aeroespacial, o mestrado e o doutoramento que, diz, “talvez” sejam na mesma área. Antes disso, planeia participar no Programa Erasmus — mas ainda não sabe qual será o país (nem a universidade) que mais lhe vão interessar.

“Já sei que costuma ser no 3.º ano da licenciatura, mas, mal tenha oportunidade, vou”, afirma. Se surgir uma oportunidade de carreira no estrangeiro, também não vai recusar. Afinal, gostava de fazer investigação e de trabalhar na NASA. “Por enquanto, estou curiosa por conhecer o curso. Acho que vou gostar e vai ser bom estudar algo mais relacionado com os meus gostos, mas não criei expectativas...”

Sugerir correcção
Ler 43 comentários