Leonel Moura: “A IA tem muito mais imaginação do que a maioria dos artistas”

Em 2003, Leonel Moura escreveu um manifesto em que dizia que as máquinas podem fazer arte. Pioneiro, provocador, interessa-lhe pensar no modo como humano e algoritmo podem coexistir.

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Leonel Moura, artista que trabalha com inteligência artificial e arte robótica Rui Gaudêncio
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Leonel Moura (Lisboa, 1948) é um dos nomes mais disruptivos no cenário artísticos não apenas português, mas mundial. Começou com obras em fotografia, mas rapidamente introduziu a arte e a ciência nos seus trabalhos e no seu pensamento acerca da arte. A robótica e a inteligência artificial (IA) são parceiros de criação ao ponto de cunhar um termo, “swarm art”, que se ajusta àquilo que faz, uma obra que tem por base os comportamentos de colónias de insectos ou enxames, sobretudo de formigas. Em 2006, criou o RAP, um Robot Pintor que está na Sala da Humanidade do Museu de História Natural de Nova Iorque. É o seu robot mais famoso entre um conjunto de outros criativamente autónomos capazes de reagir a estímulos musicais, detecção de cores, criação de palavras ou texto. Com exposições em Paris, no Grand Palais, em Pequim, São Paulo ou Istambul, irá participar na inauguração de um novo museu inteiramente dedicado à arte digital, em Riad, na Arábia Saudita. Isto, enquanto pensa e escreve sobre de que modo arte e inteligência artificial podem coexistir no futuro e qual o papel do artista humano. Os seus robots artistas, o modo como encara a arte e a sua ligação à ciência fazem de Leonel Moura um caso à parte num meio que diz ter abandonado: o das artes plásticas portuguesas. O artista, defende, deve ceder o centro.

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