Incêndio na Auto Sueco extinto. Cobertura colapsada e danos por avaliar

A circulação nas vias circundantes ao complexo já foi normalizada. Grande parte do edifício da zona industrial do Porto foi consumida pelas chamas.

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Tiago Bernardo Lopes
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Alerta para o incêndio na zona industrial do Porto foi dado às 13h40 DR
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Fumo causado pelo incêndio visto na Rua de Júlio Dinis, no Porto DR
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Fumo já chegou à zona da Ribeira do Porto DR
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Não era preciso estar perto do local onde deflagraram as chamas para se poder desvendar o que estava a acontecer. Uma coluna de fumo que se avistava a quilómetros de distância sinalizava o ponto onde o fogo começou. Um incêndio de grandes dimensões consumiu o centro de automóveis Auto Sueco, em Ramalde, na zona industrial do Porto. O alerta foi dado ao início da tarde e só perto das 18h o incêndio foi declarado extinto.

Em conferência de imprensa, junto ao complexo parcialmente destruído, o comandante do Regimento de Sapadores Bombeiros do Porto, Carlos Marques, disse que não há vítimas a registar e que a causa ainda não está identificada.

Perto do final da tarde, o mesmo responsável disse que o incêndio já estava extinto. Dezenas de operacionais continuavam no local, “a eliminar os pontos quentes e a evitar eventuais reacendimentos”, explicou Carlos Marques.

A cobertura do complexo instalado junto à Avenida AEP colapsou totalmente, acrescentou. O armazém principal da Auto Sueco, assim como um armazém de peças que se encontrava a norte, disse, foram os espaços mais afectados do complexo.

Depois de o alerta ter sido dado às 13h40, como referiu o Comando Distrital de Operações de Socorro de Porto, contactado pelo PÚBLICO, o incêndio só seria controlado horas depois, perto das 16h. Nesse momento, referia o comandante Carlos Marques, a “maior preocupação” era “conter danos colaterais” e evitar a propagação a estruturas nas redondezas. As autoridades acabaram por conseguir fazer essa contenção.

O incêndio começou na Auto Sueco, na Rua Manuel Pinto de Azevedo, a menos de 800 metros da rotunda AEP e da zona do NorteShopping, perto da hora de almoço, quando havia poucas pessoas no local. Carlos Marques referiu que foram os próprios trabalhadores a dar o alerta.

O mesmo responsável referiu que seria accionada a Polícia Judiciária, para investigação. Os representantes dos proprietários, informou, já estavam no terreno a avaliar os estragos.

Ao final da tarde, o acesso à rotunda AEP, de onde é distribuído o trânsito que entra e sai do Porto em direcção à A28, ainda estava por reabrir e os vários operacionais continuavam no terreno. “Ainda vamos demorar aqui mais umas horas até estar concluído o rescaldo”, previa o comandante. As vias em torno do armazém também continuavam cortadas ao trânsito.

Pelas 21h45, fonte dos Bombeiros Sapadores do Porto disse à Lusa que o trânsito nas vias contíguas ao complexo da Auto Sueco, como o acesso à rotunda AEP, estava normalizado. Segundo o site da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC), pelas 22h mantinham-se no local 80 operacionais, apoiados por 31 viaturas.

Confusão e incerteza

Ao início da tarde, quando o PÚBLICO chegou à zona industrial do Porto, o cenário era de muita confusão e de várias incertezas. Os acessos estavam condicionados e havia quem não soubesse como se deslocar para casa ou para o trabalho. A PSP também não sabia responder.

Quando os bombeiros chegaram ao local do incêndio, não encontraram lá trabalhadores. O fogo terá deflagrado à hora de almoço. Quem estava a almoçar nessa altura era Carlos Ferreira, que trabalha na zona industrial e disse ao PÚBLICO que inicialmente pensava tratar-se de um acidente [de viação]. Porém, ao ouvir uma explosão, percebeu que algo mais se passava. "Mal saí do restaurante e vi a enorme bola vermelha de fogo, percebi que não era coisa boa", esclarece. "A polícia demorou muito tempo a chegar ao local e a cortar esta zona, que é uma zona muito perigosa neste tipo de situações."

Henrique Rodrigues, também ele trabalhador num local próximo, que prefere não identificar, acrescenta: "Nas proximidades há muitas zonas que, se não fossem controladas, tornariam a situação ainda pior.” Depois de o incêndio deflagrar, Henrique já não voltou para dentro do escritório onde trabalha. "Disse ao meu director que não estavam reunidas as condições de segurança para lá voltar e fiquei cá fora. Mas, como se vê, ainda há pessoas lá dentro a trabalhar", afirmou.

A meio da tarde, alguns trabalhadores da zona industrial ainda se mantinham nas imediações, em zona definida pelo perímetro de segurança, à espera de que o cerco fosse levantado. Perto das 17h, o período de maior agitação já tinha passado. Nessa altura, com menor intensidade, o fumo continuava a sair do edifício atacado pelas chamas.

Ao início da tarde, o site da Protecção Civil indicava que no local estavam 147 bombeiros, apoiados por 52 viaturas. Além dos Sapadores, estavam os Bombeiros Voluntários Portuenses, Bombeiros Voluntários do Porto e várias corporações de Matosinhos. Também lá estavam operacionais da PSP, da Polícia Municipal do Porto e das protecções civis dos dois concelhos.

O fumo causado pelo incêndio era visível a vários quilómetros de distância, na zona da Boavista e da Ribeira do Porto. A Rua Manuel Pinto de Azevedo continuava cortada ao trânsito. Mas a Avenida AEP, cuja circulação no sentido sul-norte chegou a estar interrompida, já tinha reaberto.

Por uma questão de segurança, as autoridades evacuaram os edifícios e escritórios junto ao local do incêndio. Segundo adiantou fonte da PSP ao PÚBLICO no local, não há registo de feridos. A mesma fonte indicou que as autoridades não encontraram bocas-de-incêndio nas proximidades. Grande parte do edifício já tinha sido consumida pelas chamas e parte do trabalho dos bombeiros passou por restringir o fogo, para não se propagar aos edifícios vizinhos.

José Albuquerque, da comunicação do grupo Nors, que detém a Auto Sueco, especificou que ardeu uma instalação da Auto Sueco Portugal. O PÚBLICO confirmou que se tratava de uma zona do armazém que contém peças de camiões e também a cantina do centro automóvel. A zona do stand da Volvo não esteve em perigo, adiantou a directora de marketing da Volvo Portugal, Aira de Mello. O edifício da Auto Sueco ocupa um quarteirão completo e não tem outros armazéns contíguos.

"Tratando-se de um armazém automóvel, há bastantes materiais inflamáveis", registou o comandante Carlos Marques, confirmando os relatos de explosões.

Com Rosa Soares, Camilo Soldado e Lusa

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