Esta impressora faz obras de arte com Lego — e a ajuda da Inteligência Artificial

A impressora feita com peças de Lego consegue montar uma imagem peça a peça. É a Pixelbot 3000.

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Pixelbot 3000 converte comandos de Inteligência Artificial (IA) em pixel art com peças de Lego Sten Nellen/YouTube
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Nellen demorou seis meses a construir a impressora Sten Nellen/YouTube
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A máquina só tem 15 cores Sten Nellen/YouTube
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O código permite pré-visualizar a imagem que vai ser impressa Sten Nellen/YouTube
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Quando o "cartucho" acaba, as peças têm de ser repostas Sten Nellen/YouTube
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A impressora tem um sensor que indica a posição certa de cada peça Sten Nellen/YouTube
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Tudo começou com um desafio auto-imposto. Depois de seis meses de montagem e muita programação, Sten Nellen, criador do canal de YouTube Creative Mindstorms, construiu uma impressora feita com Lego que converte comandos de Inteligência Artificial (IA) em arte feita com (adivinhaste) peças de Lego. É a Pixelbot 3000.

O holandês documentou cada etapa do processo num vídeo que publicou no YouTube. E levanta o véu sobre as muitas tentativas (e erros) no processo de montar a impressora.

Comecemos pelos erros: o plano inicial era o de ter uma base larga com um motor de cada lado. O objectivo era mover a placa “com muita precisão e posicioná-la no sítio certo”. No entanto, os testes que Sten conduziu mostraram que os motores se dessincronizavam, por isso, não era o sistema ideal — principalmente quando é preciso colocar cada peça “com menos de um milímetro de precisão”.

Nellen demorou seis horas a montar outra base. É mais pequena e utiliza apenas um motor que consegue mover a placa numa linha “perfeitamente” recta.

A parte boa, é que é capaz de reproduzir as imagens pedidas ao DALL-E 3, software de IA desenvolvido pela OpenAi. À semelhança do Chat GPT, basta descrever a imagem pretendida para o código executar e imprimir. “Um robô com um girassol na mão” e uma raposa foram os primeiros testes bem-sucedidos.

A impressora tem, contudo, algumas limitações. A primeira é que só é capaz de reproduzir imagens "pequenas", de 32 píxeis de largura e de altura. “Podíamos simplesmente reduzir a imagem, mas fica com um aspecto horrível", explica Sten. Porquê? Quando se reduz a escala da imagem, os píxeis fazem uma média das cores para criarem outros píxeis. Isto faz com que as imagens fiquem “feias e desbotadas”.

Como o objectivo é utilizar cores nítidas – como a pixelart exige – Sten reescreveu o código do software que criou para esta impressora de forma a dividir a imagem numa grelha de 32x32 e a escolher a cor destacada em cada espaço.

Surge então outro problema: a Lego só produz blocos com 15 cores. Para contornar essa limitação, o software analisa um pixel de cada vez e substitui a cor original da imagem por um tom mais aproximado.

Resta ligar a impressora ao computador, descrever o que queres imprimir e esperar o tempo necessário – pode levar horas – para a teres na tua mão. É normal o processo ser interrompido quando o “cartucho” acaba — a máquina retoma o processo quando as peças são repostas.

O conceito desta impressora não é novo. JK Brickworks criou a Bricasso há quase dez anos — mas não usa IA. Nesta máquina, a pixelart é criada manualmente. Já a Pixelbot 3000 torna o processo mais rápido porque imprime desenhos digitais.

Texto editado por Inês Chaíça

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