Love Changes Everything: os Dirty Three fazem música bela para tempos feios

Doze anos depois, um novo álbum do trio australiano.

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Dirty Three: alegres e teimosos sobreviventes Daniel Boud
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Pelo menos desde os meados dos anos 1990 que o rock (permite-se ainda o uso do termo) perdeu a voz. Ou, se quisermos ser mais precisos, deixando cair a bengala do gracejo, desde 1994 que a figura do vocalista tradicional (no rock) perdeu o peso de outrora. Claro, ainda se podem anotar excepções, mas a voz no grupo pop-rock veio dar lugar a outras possibilidades: a glossolalia (Animal Collective), o murmúrio em tom de falsete (Radiohead) ou os arremedos guturais (animalescos) das declinações do metal. Nesta fuga à voz, a tendência que se tornaria a dominante ficou conhecida como pós-rock, associada a um sem número de bandas. Pese a diversidade destas (e das suas origens e inspirações), elemento agregador ao “género”: a música era, quase sempre, instrumental, como tem sido a dos Dirty Three, o trio australiano que regressa aos álbuns de originais ao fim de 12 anos.

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