Zelensky assina acordo de segurança com a UE e pede para “manter a pressão sobre a Rússia”
Presidente da Ucrânia viajou até Bruxelas e interveio no Conselho Europeu. Além da UE, também Estónia e Lituânia assumiram compromissos de longo prazo para a defesa e segurança do país.
O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, agradeceu, esta quinta-feira, o apoio político, financeiro e militar dos parceiros da União Europeia, pedindo-lhes que “mantenham a pressão sobre a Rússia”, para “destruir a ilusão de que vai conseguir alcançar seja o que for com a guerra”.
“Em Maio, [o Presidente da Rússia] Vladimir Putin tentou expandir a guerra, lançando uma nova ofensiva no Leste. Este ataque prova que a pressão existente sobre a Rússia não é suficiente”, afirmou o Presidente ucraniano, que viajou até Bruxelas para intervir na reunião do Conselho Europeu – e também para assinar três novos acordos de segurança, com a União Europeia, a Lituânia e a Estónia.
Desde o início do ano, Volodymyr Zelensky já assinou este tipo de documentos, a enquadrar compromissos de apoio militar de longo prazo, com 17 países, entre os quais Portugal. O acordo assinado com a União Europeia estabelece nove áreas de cooperação para a segurança e a defesa da Ucrânia, nomeadamente o fornecimento de armas, a formação e treino militar e o apoio à capacidade industrial do país.
“Pela primeira vez, este acordo consagrará o compromisso dos 27 Estados-membros de prestar um apoio alargado à Ucrânia, independentemente de quaisquer alterações institucionais internas”, escreveu Zelensky na sua conta na rede social X (antigo Twitter).
“Estes acordos que assinámos hoje com a Ucrânia são importantes porque enviam a mensagem de que continuaremos a apoiar o país pelo tempo que for preciso, e que não nos deixamos intimidar pela Rússia. Queremos ser concretos, queremos ser operacionais”, declarou o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.
Na sua intervenção perante os líderes, Zelensky agradeceu o apoio dos parceiros europeus, e convidou “todos os países” que ainda não se decidiram a avançar com garantias bilaterais de segurança a “juntarem-se” aos outros. “É preciso travar o terror russo”, apelou, insistindo que o seu país precisa de mais ajuda, principalmente sistemas de defesa antiaérea, mísseis e munições.
Ao abrir a sessão com o líder ucraniano, Charles Michel destacou os “progressos feitos” nas últimas duas semanas no apoio à Ucrânia: o acordo alcançado no G7 para um novo empréstimo de 50 mil milhões de dólares; a conferência de paz que decorreu na Suíça; a luz verde ao recurso dos proveitos extraordinários dos bens imobilizados da Rússia para o apoio militar; o 14.º pacote de sanções e o lançamento das negociações de adesão à UE – “Um passo adicional que mostra a determinação e a vontade do povo ucraniano de pôr em prática reformas importantes”, sublinhou.
Volodymyr Zelensky pediu à UE para continuar a “fortalecer o regime de sanções” contra a Rússia, e também para garantir que o país sobrevive ao Inverno, com um sector energético parcialmente destruído pela Rússia. “Vamos precisar de um aumento significativo das importações de electricidade a partir da UE”, disse.