Eleições em França: quem preferem os lusodescendentes?

Os lusodescendentes com direito de voto em França não constituem um bloco único e indivisível e reproduzem o voto dos restantes nacionais. Não há um voto comunitário nestas eleições.

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As legislativas antecipadas decorrem neste domingo e no próximo (imagem de arquivo da votação nas presidenciais, em 2022, em Metz) Nuno Ferreira Santos
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Não há uma tendência específica de voto entre os lusodescendentes de segunda e terceira geração que poderão votar neste acto eleitoral a duas voltas. No fundo, o voto deles é tão diverso quanto o voto da restante população francesa, considera Dominique da Silva, deputado na Assembleia Nacional de França, eleito pelo Renascimento, o partido de Emmanuel Macron. No fundo, não é por serem lusodescendentes que o voto será diferente.

Christine Pires Beaune, deputada do Partido Socialista Francês, corrobora: “Não sei em quem votam as pessoas de origem portuguesa e não conheço nenhuma análise específica sobre a nossa comunidade”. “Pessoalmente”, acrescenta, “penso que não há um bloco único e que os votos se dividem entre a União Nacional, os partidos de esquerda e os partidos de direita.

Esta deputada foi presidente do grupo parlamentar de amizade França-Portugal, uma função meramente simbólica de aproximação entre os dois países, sem consequências legislativas. “Os grupos de amizade, como os próprios nomes indicam, são grupos de intercâmbio e de partilha. Não têm poderes legislativos. No entanto, se for reeleita, espero voltar a ser eleita presidente deste grupo”, promete.

Cristina Semblano, simpatizante da França Insubmissa, um dos partidos que integram a Nova Frente Popular, refere que existe a ideia de que os franceses de ascendência portuguesa votam, preferencialmente, à direita, em sinal de maior conservadorismo, mas também diz que não conhece qualquer estudo de base científica que o comprove.

A economista e ex-assistente na Universidade de Paris III – Sorbonne Nouvelle considera que os franceses de origem portuguesa terão a mesma distribuição de opções de voto que os restantes nacionais e que grande parte deles poderá votar na extrema-direita. Para Cristina Semblano, não foi em vão que o Chega elegeu um eurodeputado pelo círculo da Europa nas eleições de Maio.

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