A corrupção não é questão de carácter, mas de oportunidade
A atenção deve estar centrada na diminuição dos incentivos à corrupção, porque nas circunstâncias certas, seja por ganância ou desespero, todos somos capazes de praticar barbaridades.
As agendas são como as melancias: é preciso abri-las. O que não falta neste país são pacotes legislativos, pactos anticorrupção, agendas mobilizadoras ou directivas em transposição. Mal se apagam os holofotes, logo as proclamações grandiosas descarrilam em ínfimas acções. A nova Agenda Anticorrupção é boa? Só depois de abrir. Façam-me apenas um favor: arquivem o ponto 32, porque se “apostar na educação como forma de prevenção da corrupção” é uma ideia muito linda, ela lavra num equívoco elementar: o problema da corrupção não está no carácter dos corruptos, mas nas imensas oportunidades que são oferecidas aos corruptores.
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