Robin Hranac é o rei dos azarados na República Checa

Depois do autogolo contra Portugal, o defesa central provocou um penálti no empate com a Geórgia.

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Georges Mikautadze celebra o golo da Geórgia Fabian Bimmer / REUTERS
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Robin Hranac está lançado para abraçar o título de jogador mais azarado deste Euro 2024. Depois de ter feito um autogolo e uma “assistência” que permitiram a reviravolta a Portugal na primeira ronda do Grupo F (2-1), o defesa central da República Checa, de 24 anos, voltou este sábado a ser um infeliz protagonista na Alemanha. Um braço na bola em cima do intervalo resultou no castigo máximo e no golo da Geórgia, totalmente contra a corrente da partida disputada em Hamburgo. Os checos ainda minimizaram os estragos e chegaram à igualdade, mas a divisão de pontos complicou o apuramento de ambos para a fase a eliminar.

Não há jogos iguais, mas quem seguiu a segunda partida da República Checa neste Europeu não deixou de recordar com ironia o confronto desta selecção com os portugueses. Desta vez, foram os checos a provar do seu próprio veneno, face a um adversário com o bloco muito baixo, que concedeu a iniciativa e domínio, trancando quase todas as frechas para a sua baliza.

É verdade que os centro-europeus – onde David Jurásek, lateral esquerdo do Benfica voltou a ser titular – poderiam ter aproveitado alguma ansiedade dos georgianos nos instantes iniciais, quando criaram três grandes oportunidades de rajada, salvas com classe pelo guarda-redes Goirgi Mamardashvili. Com uma pressão constante, os checos registavam 13 remates contra nenhum da Geórgia à passagem da meia-hora. Lembra algo?

Com Portugal, apesar de totalmente dominados, os comandados de Ivan Hasek chegaram à vantagem, no primeiro remate que fizeram à baliza, já no segundo tempo. A Geórgia adoptou uma lógica semelhante e nem precisou de tanto tempo para despejar um balde de água fria na cabeça do adversário.

Já nos descontos da primeira metade, o tal braço na bola de Hranac foi apontado como faltoso pelo VAR e o árbitro apontou para a marca de penálti. Com categoria e frieza, Georges Mikautadze não falhou a oportunidade.

Motivados pelo resultado, os georgianos ainda prometeram algo mais no reatamento, mas foi o adversário, de novo, a pegar no jogo, sobrando ao oponente algumas bolas longas para procurar o contra-ataque.

À medida que a selecção liderada por Willy Sagnol baixava o seu bloco no terreno, os checos enfrentavam mais dificuldades para encontrar espaços. Faltou-lhes paciência, dinâmica, imaginação e consequência na circulação de bola. Mesmo assim, aos 51’, Patrik Schick ainda deu alguma justiça ao marcador. Recarregou com o peito a bola para as redes, depois de esta ter sido devolvida pelo poste, após um cabeceamento do recém-entrado Ondrej Lingr. Uma brisa de felicidade – que se prolongou nos instantes finais da partida, após um enorme falhanço dos georgianos – no meio de um vendaval de azar dos checos neste Europeu.

A Geórgia, que se estreou na fase final da competição, somou o primeiro ponto da sua história na prova, mas terá de fazer muito mais na última partida do Grupo F, contra Portugal – que já tem o primeiro lugar e a passagem aos oitavos-de-final garantidas –, na quarta-feira, em Gelsenkirchen. Apenas o triunfo interessa à selecção do Cáucaso para manter esperanças de continuar em prova.

Uma missão difícil para um país que tem apostado muito no desenvolvimento do futebol nos últimos anos e é candidato a sede do Mundial de Sub-20 de 2029, conjuntamente com a Arménia.

Já os checos, com o triunfo dos portugueses contra a Turquia, este sábado (3-0) dependem de si próprios no último encontro para continuarem em prova. Uma vitória pode mesmo assegurar-lhes o segundo lugar, com quatro pontos.

“Dominámos o jogo, mas não conseguimos marcar o segundo golo. Vinte e seis tentativas falam por si. Temos de admitir que ficamos felizes por eles não terem convertido a chance no último minuto”, sintetizou o técnico Ivan Hasek, no final.

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