Certificados de Aforro “perderam” quase quatro milhões de euros em Maio
O valor dos resgates e amortizações voltou a superar o das novas subscrições, o que já se verifica há sete meses consecutivos.
As famílias contribuem cada vez menos para o financiamento do Estado. Em Maio, as novas subscrições de Certificados de Aforro (CA) voltaram a ficar abaixo dos resgates ou amortizações, provocando uma diminuição de quase quatro milhões de euros no saldo do produto, uma tendência que já se verifica há sete meses.
O montante total deste produto caiu 3,85 milhões de euros, para 33.963 milhões de euros, segundo os dados divulgados nesta quinta-feira pelo Banco de Portugal, ficando, assim, cada vez mais longe do máximo verificado em Outubro do ano passado, quando atingiu 34.072 milhões de euros.
O abrandamento nas entradas de dinheiro fresco, que compense os resgates e amortizações por chegada à maturidade, é explicado, em grande parte, pelo corte de rentabilidade do produto, realizado através da suspensão da série E, e do lançamento de uma nova, a F. Apesar de continuar associada à Euribor, a taxa de juro da nova série tem um tecto máximo de taxa-base de 2,5%, e perdeu o acréscimo de um ponto percentual que existia no produto anterior.
Desde o corte na rentabilidade do produto, em Junho de 2023, as novas subscrições abrandaram, altura em que também se verificou uma subida mais significativa da taxa de juro dos novos depósitos. Entretanto, as taxas médias dos depósitos já começaram a descer.
O outro produto do Estado destinado a subscrição por parte dos particulares, os Certificados do Tesouro (CT), também voltaram a “perder” dinheiro em Maio, ao recuar 96,5 milhões de euros, para 10.488 milhões de euros, significativamente abaixo dos 13.029 milhões de euros registados no mesmo mês do ano passado.
Os CT também foram sofrendo cortes na taxa de rentabilidade, o que explica que as novas subscrições sejam inferiores aos resgates e reembolsos por chegada ao fim do prazo, no caso de aplicações mais antigas.