Canadá testa Argentina a abrir a Copa América
Campeões do mundo tentam revalidação do título “americano” de 2021. EUA repetem organização após torneio do centenário de 2016.
Com ou sem o brasileiro Ronaldinho Gaúcho entre os milhões de seguidores da 48.ª edição da Copa América — “polémica” a que regressaremos — Argentina e Canadá dão, esta noite (na primeira hora da madrugada de sexta-feira em Portugal), em Atlanta, nos Estados Unidos, o pontapé-de-saída do torneio mais antigo entre selecções mundiais.
À Argentina de Messi, “astro” que chega à sétima presença na competição, mas também dos “portugueses” Di María e Otamendi, do Benfica, compete a defesa do título conquistado em 2021, na final do Maracanã com o Brasil.
Com 15 troféus, tantos quantos os erguidos pelo Uruguai — primeiro vencedor, em 1916 —, a selecção albiceleste passará a ser, caso repita nos Estados Unidos (em 2016, no centenário da prova o Chile bisou) uma proeza que levou três décadas a emular desde que chegou aos 14 títulos, em 1993, recordista destacada de troféus.
Mas para começar terá de superar o Canadá do portista Eustáquio, primeiro adversário do Grupo A que se estreia na competição continental, depois da presença no Mundial do Qatar 2022, onde averbou três derrotas, frente a Bélgica, Croácia e Marrocos.
Mais recentemente, o Canadá empatou com a França (0-0), em Bordéus, depois de obliterado pelos Países Baixos (4-0), em Roterdão, nos últimos jogos de preparação. Porém, para integrarem os 16 “finalistas” presentes nos Estados Unidos, os “canucks” precisaram de uma repescagem na Concacaf, obtida através de triunfo (2-0) sobre Trindade e Tobago.
Nada que impressione os campeões do mundo, praticamente imbatíveis desde a derrota com a Arábia Saudita, no arranque do Mundial de 2022. Duas dezenas de jogos mais tarde, a Argentina de Lionel Scaloni, que mantém a base da equipa que bateu a França nos penáltis, em Lusail, só cedeu (0-2) face ao Uruguai, na fase de apuramento, na La Bombonera.
À procura do norte
Identificados os primeiros protagonistas da Copa América, é preciso ainda enumerar os restantes 14 competidores. Pela segunda vez, a competição conta 16 selecções, repartidas por quatro grupos. Para além de Canadá, também Estados Unidos, México, Jamaica, Panamá e Costa Rica (igualmente vinda do play-off) são representantes da Concacaf.
A CONMEBOL, sede dos oito campeões (todos pesentes) — Uruguai (15), Argentina (15), Brasil (9), Chile (2), Peru (2), Paraguai (2), Colômbia e Bolívia —, contribui com dez selecções.
Falta saber se a esta viragem a norte em termos de organização, tendência vincada pela organização do Mundial de clubes da FIFA, em 2025, também nos Estados Unidos, e pelo Campeonato do Mundo de 2026, sediado no México, Estados Unidos e Canadá, corresponderá uma mudança de paradigma, com um campeão improvável.
A julgar pela posição de Ronaldinho Gaúcho, pelo menos no que diz respeito ao Brasil, a hegemonia do sul pode ser questionada. O antigo internacional garante que nem assistirá nem “torcerá” nos jogos do Brasil, inconformado com a falta de talentos inquestionáveis.
Veremos... Certa é a contribuição de portugueses, quase um por selecção. Ao todo, serão 14 os jogadores das diferentes selecções (8) que actuam nos campeonatos profissionais de Portugal, com destaque para os dois campeões já mencionados, Otamendi e Di María, e para o quinteto portista (Wendell, Pepê, Evanilson (Brasil), Eustáquio e Jorge Sánchez (México).
Famalicão (Cádiz), Vizela (Lacava) e Casa Pia (Telasco) “torcerão” pela Venezuela, embora os famalicenses tenham ainda o panamiano Puma Rodríguez. O “leão” Franco Israel (Uruguai), o viseense Jovani (Panamá) e o gilista Jesús Castillo (Peru) fecham o lote.