Queixas do Rock in Rio Lisboa aumentam 97% em relação à edição anterior
Na sua décima edição em Portugal, o Rock in Rio Lisboa tem levantado um acentuado número de queixas. Segundo o Portal da Queixa, deu-se um aumento de 97% de reclamações relativamente à edição de 2022.
Um aumento de 97% de queixas em relação à edição passada. É este o balanço dos primeiros dois dias do festival Rock in Rio Lisboa. O evento, cujo cartaz conta com ainda mais dois dias, tem reunido inúmeras críticas dos visitantes: 69% apontam o dedo à organização e 31% à compra de bilhetes.
Numa nota informativa redigida pelo Portal da Queixa, “dos inúmeros casos registados na plataforma, constam relatos de problemas com os bilhetes, com a falta de organização, a má qualidade do som e a falta de resposta na alimentação”.
Segundo a plataforma, em cerca de 15,5% das queixas são mencionados problemas para aceder ao recinto do evento, sobrelotação e filas.
“Este Rock in Rio foi das piores coisas que já vi”, lê-se numa reclamação no Portal da Queixa da autoria de André Paupério.
“Como é que é possível terem tanta gente a sair por uma saída apertada, onde condicionam o fluxo das pessoas de uma forma totalmente desmedida, levando a tempos de espera absurdos? Na primeira noite, da saída do recinto até à Gare do Oriente, cuja viagem, recordo, demora dez minutos, eu perdi mais de uma hora e meia”, expressa na reclamação.
Já Telma Mateus critica as filas de acesso às casas de banho. “Os WC eram muito poucos para tanta gente, estavam sujos, não tinham papel, só vi uma pessoa a limpar, e, claro, para irmos, tínhamos de contar sempre com 1h de fila. Por conta de todas estas filas não consegui assistir aos concertos que queria”, conta a visitante a partir do Portal da Queixa.
Para além disso, a “má qualidade do som” representa 8,6% das queixas, ao passo que a alimentação gerou 6,9% das reclamações.
Como consta na queixa de André Paupério, “(...) a alimentação dentro do festival era vergonhosa. A oferta era mínima, muito inferior a outros festivais mais pequenos que existem no nosso país. Inversamente proporcional, eram os preços, que estavam extremamente inflacionados e eram totalmente desajustados (...) No primeiro dia, fui tentar comprar comida e bebida antes do concerto dos Extreme, um dos que pretendia ver, e acabei por não conseguir ver nada do concerto porque perdi mais de uma hora na fila”.
A mudança do recinto, que deixou o Parque da Bela Vista e agora se localiza no Parque Tejo, parece também não ter sido do agrado dos festivaleiros. “Espaço pequeno para tantas pessoas, se este espaço é maior que a Bela Vista não parece nada, tudo ao monte!”, lê-se na reclamação de Paula Cruz.
A plataforma do Portal da Queixa ressalta que o índice de satisfação relativamente ao Rock in Rio Lisboa “é fraco, pois está pontuado pelos consumidores em 35,4 (em 100)”. O portal adiciona ainda que “a Taxa de Resposta é de 2,7% e a Taxa de Solução é de 20,0%”.
A décima edição do festival tinha já dado que falar depois de a cantora Sónia Tavares se ter posicionado negativamente relativamente à organização, após ter sido expulsa do recinto, assim como acabou por acontecer também com Bárbara Guimarães.