Presidente da TAP diz-se “muito lisonjeado” com elogio de Costa mas afasta-se da polémica
Luís Rodrigues, nomeado pelo Governo socialista em Abril de 2023, foi ouvido esta tarde no Parlamento.
O presidente executivo (CEO, na sigla em inglês) da TAP, Luís Rodrigues, afirmou esta terça-feira no Parlamento que se sente “muito lisonjeado” com o elogio que o anterior primeiro-ministro, António Costa, fez sobre si ao então ministro João Galamba no processo de sucessão a Christine Ourmières-Widener na liderança da companhia. Um elogio que consta das escutas ligadas à operação “Influencer”, citadas esta terça-feira pela CNN Portugal.
“Não tenho nada a ver com o resto. Passa-me completamente ao lado”, sintetizou Luís Rodrigues. “Não conheço o Dr. António Costa, nunca o vi, nunca falei com ele”, adiantou.
Na sequência das notícias sobre o afastamento da ex-administradora Alexandra Reis, e do pagamento de 500 mil euros de indemnização, António Costa é ouvido a dizer, segundo a CNN, que Luís Rodrigues, então presidente da açoreana SATA, seria uma escolha que traria tranquilidade à companhia.
Sobre as contas, Luís Rodrigues, que foi nomeado para o cargo pelo executivo socialista há pouco mais de um ano, sinalizou, tal como tinha feito momentos antes o administrador financeiro, Gonçalo Pires, que a TAP irá gerar resultados líquidos positivos este ano, podendo mesmo superar a estimativa orçamentada. “Não há nenhuma indicação de que a TAP não irá conseguir ultrapassar o orçamento de 2024”, frisou Luís Rodrigues. Ter prejuízos no primeiro trimestre, sublinhou, é algo natural na indústria. Entre Janeiro e Março deste ano, a empresa sofreu uma perda de 71,9 milhões de euros.
Sobre a subida dos custos com pessoal, defendeu que a manutenção dos cortes que ainda existiam no primeiro trimestre de 2023 era “insustentável” quando “o mercado e a economia já tinham recuperado”. A paz social, defendeu, “permite trabalhar a eficiência da operação” e é um investimento que gera resultados.
Questionado mais do que uma vez sobre o processo de abertura de capital da TAP, o gestor mostrou-se parco em palavras e cauteloso. “Já me pronunciei publicamente a favor do processo de privatização. Não faço mais comentários”.
Em Maio, em declarações ao Financial Times, Luís Rodrigues defendeu que o Estado deve continuar na TAP após a privatização, o que levou o ministro das Infra-Estruturas, Miguel Pinto Luz, a afirmar que o gestor não se devia “imiscuir em problemas que são do accionista”.