Duelo de vizinhos na estreia da Geórgia em grandes palcos

No primeiro jogo do grupo de Portugal, a Turquia vai apadrinhar, em Dortmund, o baptismo dos georgianos em grandes competições internacionais.

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Orkun Kökçü durante um treino da Turquia Kacper Pempel / REUTERS
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São países vizinhos - partilham um pouco mais de 250 quilómetros de fronteira – e, historicamente, têm boas relações políticas e económicas. Porém, esta tarde (17h, SPTV1), a diplomacia entre a Turquia e a Geórgia terá de ficar em stand by durante 90 minutos no Signal Iduna Park, em Dortmund. O jogo de abertura do Grupo F, do qual também faz parte Portugal, assinalará a estreia dos georgianos em fases finais de grandes competições internacionais, mas o favoritismo, em doses generosas, recai para o lado dos turcos, que pretendem alcançar no Alemanha 2024 o que nunca conseguiram: uma vitória no jogo de estreia num Europeu ou Mundial.

Três horas antes de Portugal fazer a estreia no Euro 2024 em Leipzig, a cerca de 400 quilómetros de distância o desenho do Grupo F começará a ser traçado com um duelo curioso em Dortmund. Embora com filosofias de jogo semelhantes e característicos dos hábitos culturais dos dois países banhados pelo mar Negro, Turquia e Geórgia surgem na Alemanha com um toque latino, que será dado pelos antigos jogadores de renome internacional que lideram as duas selecções: o italiano Vincenzo Montella comanda os turcos; o francês Willy Sagnol terá a responsabilidade de guiar os georgianos.

Com oito épocas ao mais alto nível como atleta no Bayern Munique, Sagnol tem conseguido como treinador impor alguma disciplina germânica no futebol da Geórgia, mas também tem beneficiado do talento do seu principal trunfo: Khvicha Kvaratskhelia.

Aos 23 anos, o jogador do Nápoles é, de forma incontestada, a grande figura georgiana e um dos mais cobiçados jogadores do futebol europeu, tendo marcado quatro golos na fase de qualificação para o Euro 2024 e cinco na Liga das Nações C.

Kvaratskhelia não é, todavia, o único jogador que terá de merecer muita atenção por parte dos turcos. Com uma táctica que oscilará entre o 5x3x2 e o 3x4x3, a Geórgia conta ainda com jogadores de qualidade e habituados a grandes palcos, como Kiteishvili, Kochorashvili, Mikautadze ou Chakvetadze.

Do outro lado, a Turquia chega à Alemanha com o estatuto de ter vencido o seu grupo de qualificação, relegando a Croácia para o segundo posto, e Vincenzo Montella teve um papel importante no apuramento: depois de duas épocas de sucesso no comando do Adana Demirspor, no campeonato turco, o treinador italiano assumiu a selecção da Turquia nos últimos três jogos de qualificação, conseguindo duas vitórias (Croácia e Letónia) e um empate (País de Gales).

Com um grupo de 26 jogadores que alia bem juventude e experiência, Montella terá de incutir na sua equipa a disciplina táctica transalpina que tantas vezes falta às selecções turcas, mas não falta matéria-prima à Turquia para conseguir fazer uma boa prova na Alemanha.

O capitão Hakan Çalhanoglu, jogador do Inter, é a grande figura, mas Arda Güler, Kenan Yildiz, Zeki Çelik, Yusuf Yazici, Salih Ozcan ou o benfiquista Orkun Kökçü são o garante de futebol de qualidade numa selecção que, nos estádios da Alemanha, contará com o apoio em massa dos milhões de turcos que vivem no país.

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