Espanha já não é carcereira da “melhor jaula do mundo”

Pela primeira vez desde a final do Euro 2008, a selecção espanhola aceitou perder na posse de bola para ganhar no resultado. Uma história de religião confundida com futebol.

Ouça este artigo
00:00
04:19

Batiam as 18h53 de sábado ao longo do meridiano de Greenwich quando se escutou, por todo o planeta, como que um galho a estalar. Era o som do osso poético dos hipersensíveis beatos do tiki-taka a quebrar-se. Ao cabo de 16 anos e uma legião de novos estrábicos, a Espanha saía de um jogo oficial (embarga-se-me o teclado, mas obrigo-me a ser forte) derrotada na posse de bola. Na posse e, desgraça das desgraças, no passe. Quatro ésses sacrossantos arrancados sem piedade ao abecedário dos pseudoguardiolistas numa mísera hora e meia, em concreto a 137.ª hora e meia (mais eventuais prolongamentos) jogada pela selecção espanhola desde a final do Euro 2008. E, vade retro, em contra-ataque, que estava para o tiki-taka como o carne de porco para os judeus.

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.
Sugerir correcção
Comentar