Ataques entre Rússia e Ucrânia fazem vários mortos antes da cimeira para a paz

Ucrânia organiza, neste sábado, encontro com vários líderes mundiais para desenvolver esforços com vista à paz no Leste da Europa.

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Ataque ucraniano terá feito pelo menos cinco mortos na Rússia Serviços de emergência da Rússia
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As horas que antecederam o arranque da cimeira na Suíça foram marcadas por trocas de ataques entre as forças russas e ucranianas, com registos de mortos e feridos entre os dois lados. A Rússia acusa o Exército ucraniano de ter feito pelo menos cinco mortos na região de Belgorod. Por seu lado, a Ucrânia responsabiliza a Rússia pela morte de três pessoas na região de Donetsk e por ataques que danificaram a rede energética do país.

A aldeia de Ulakly, na região de Donetsk, foi atingida por bombas de fragmentação, na madrugada de sábado, disse Vadym Filashkin, governador local, através do Telegram, segundo escreve a agência Reuters. Na sequência do ataque, morreram pelo menos três pessoas e cinco ficaram feridas. Vadym Filashkin disse ainda que foram danificados edifícios administrativos, uma casa, uma loja e oito carros. Na cidade próxima de Selydove, as autoridades locais disseram que seis pessoas ficaram feridas por ataques aéreos russos.

As forças russas estão a concentrar o seu poder de fogo na frente de Pokrovsk, na região oriental de Donetsk, onde os ataques nocturnos feriram pelo menos seis civis. "A situação é difícil, mas está a ser controlada pelas forças de defesa", declarou o Exército ucraniano no seu briefing da noite de sexta-feira, a que o jornal The Guardian teve acesso. "Os nossos soldados estão a fazer esforços para impedir o avanço do inimigo em território ucraniano", pode ler-se no mesmo documento.

Os ataques russos nos dois últimos dias danificaram também as infra-estruturas energéticas na região de Chernihiv, diz o jornal
The Kyiv Independent. Cerca de 1800 casas ficaram sem electricidade. Uma linha eléctrica foi também desligada por "razões técnicas" no Oblast de Kirovohrad, o que provocou a perda de electricidade em algumas residências, informou o Ministério da Energia, citado pelo jornal ucraniano.

Ucrânia visa Belgorod

O número de mortos após o desabamento das escadas de um edifício residencial em Shebekino, na região russa de Belgorod, próximo da fronteira com a Ucrânia, aumentou para cinco, informou o governador da região, Vyacheslav Gladkov, no seu canal Telegram, no sábado de manhã. O incidente resultará de bombardeamentos levados a cabo pelas forças ucranianas.

"Os restos mortais de quatro pessoas foram recuperados dos escombros. Infelizmente, morreu mais uma pessoa. Trata-se de uma mulher que foi levada para o hospital regional. Foi operada. O seu coração parou várias vezes e os médicos efectuaram medidas de reanimação. A gravidade dos ferimentos não era compatível com a vida", escreveu o responsável, segundo escreve a agência Tass. Além das vítimas mortais, as autoridades russas adiantam que há seis feridos.

Suécia diz que jacto militar russo violou o espaço aéreo

Caças suecos interceptaram um avião militar russo depois de este ter violado brevemente o espaço aéreo da Suécia na sexta-feira, a leste da ilha báltica de Gotland, informaram as forças armadas do país nórdico no sábado, citadas pela agência Reuters. O ministro dos Negócios Estrangeiros sueco, Tobias Billstrom, considerou a violação do espaço aéreo "inaceitável" e disse que os funcionários da embaixada russa em Estocolmo seriam convocados ao seu ministério por causa do incidente.​

"Estamos em estreito contacto com aliados e parceiros sobre os acontecimentos na nossa área imediata", disse Billstrom à Reuters em declarações enviadas por email. As forças armadas suecas disseram num comunicado que os jactos Gripen foram enviados para interceptar o avião russo, um SU-24, depois de este não ter respondido a um aviso de rádio dos controladores de tráfego aéreo militar.

O chefe da força aérea sueca, Jonas Wikman, disse que o incidente mostrou uma falta de respeito pela integridade territorial da Suécia. "Acompanhámos toda a cadeia de acontecimentos e estávamos no local para intervir", afirmou. Ulf Kristersson, primeiro-ministro da Suécia, é um dos participantes da cimeira da paz organizada pela Ucrânia neste fim-de-semana na Suíça.

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