Interesse por design trouxe para Portugal plataforma alemã de decoração

A chegada da Westwing a Portugal deve-se à existência de clientes locais que compravam noutros sites europeus da marca, explica Delia Lachance, fundadora e CCO da empresa cotada na bolsa de Frankfurt.

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Delia Lachance fundou a plataforma de e-commerce Westwing em 2011 DR
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Se teclarmos "sites de decoração" num motor de busca, as hipóteses são muitas, das plataformas online de lojas físicas, como a gigante sueca Ikea ou a portuguesa Antarte, a retalhistas que estão sobretudo na Internet, como a francesa La Redoute ou a espanhola Sklum. Desde final de Maio, que há uma nova morada com um domínio que termina em ".pt", é a alemã Westwing, a "plataforma número 1 da Europa em beautiful living e-commerce", define Delia Lachance, fundadora e Chief Creative Officer (​CCO) da mesma, ao PÚBLICO.

A criação de uma plataforma em português deve-se à existência de clientes em Portugal que compravam noutros sites europeus da Westwing, explica Lachance. Portugal é o 12.º mercado a que a marca chega. "Embora a percentagem fosse relativamente pequena em comparação com os nossos mercados maiores, o entusiasmo e o envolvimento destes clientes foram factores significativos na nossa decisão de expandir directamente para Portugal", diz a ex-directora das revistas Elle e Elle Decoration na Alemanha.

A marca foi fundada em 2011 e surgiu da observação da ex-editora de uma ausência de produtos de decoração nas plataformas online. Se a moda está amplamente representada, havia pouca coisa na área da decoração de interiores, refere. Por isso, idealizou a Westwing, como um espaço de compra na Internet, "inspirador", que acabou por se tornar uma marca líder no mercado da casa & decoração, com uma receita de 481 milhões de euros no ano passado, diz a empresa em comunicado à imprensa.

Cotada na bolsa de Frankfurt desde 2018, desde 2014 que a Westwing não abria uma plataforma em novos mercados, tendo seleccionado Portugal. Além da Alemanha, está presente na Áustria, Bélgica, Eslováquia, Espanha, França, Itália, Países Baixos, Polónia, República Checa e Suíça. Questionada sobre a escolha de um mercado pequeno, Lachance justifica ao PÚBLICO: "Portugal pode ser mais pequeno em comparação com outros mercados, mas o seu rico património cultural e o crescente interesse pelo design de interiores fazem dele um local ideal para a Westwing. Vemos um enorme potencial para crescer e prosperar, trazendo a nossa mistura única de design e funcionalidade para as casas portuguesas."

Esta expansão traz também alguma criação de emprego, para já apenas em equipas de serviço ao cliente, logística e marketing. Embora a CCO não avance com números, nem relativamente a trabalhadores, nem ao investimento feito, refere que estão a ser estabelecidas parcerias locais. "Este investimento tem como objectivo garantir que oferecemos o mesmo nível elevado de serviço e qualidade de produto pelo qual a Westwing é conhecida na Europa", refere.

A Westwing tem parcerias com mais de três centenas de marcas internacionais consideradas premium, desde “casas de design de renome” a “artesãos emergentes”, com produtos que vão de sofás, mobiliário e iluminação a têxteis e louça, sem esquecer os artigos de jardim. Questionada se existem parceiros nacionais e quais são, Delia Lachance refere que se "orgulha" das parcerias com "várias marcas portuguesas conhecidas pelo seu trabalho artesanal e design de excelência" e dá como exemplo a Claus Porto. "O nosso objectivo é expandir estas parcerias, continuando a apoiar o talento local e a incorporar os seus produtos únicos nas nossas ofertas", promete.

O que diferencia esta plataforma de outras é a curadoria feita, defende a ex-editora. “Seleccionamos as nossas peças com um foco centrado no estilo, qualidade e sustentabilidade”, diz, acrescentando que a intenção é “oferecer uma selecção [de produtos] diversificada e bonita”. Uma vez que os clientes não podem ver as peças em exposição ou tocar, a plataforma aposta em imagens e vídeos de “alta qualidade”, descrições “pormenorizadas” de cada peça, incluindo as dimensões e detalhes sobre os produtos, e análises dos clientes que já os adquiriram — curiosamente, estas estão escritas nos idiomas de quem os comprou, mas o site permite a tradução das mesmas.

Ainda sobre a sustentabilidade, Delia Lachance refere que as metas da empresa são “ambiciosas”, por exemplo, garantir que mais de 90% da madeira e algodão utilizados sejam certificados de forma sustentável até 2026. Quanto ao envio, este é um desafio para uma empresa que tanto pode empacotar uma cómoda de madeira ou meia dúzia de flutes de champanhe. Além dos custos de envio (4,99€ para o continente, e 59,99€ para as ilhas) é acrescida uma sobretaxa logística que é calculada “apenas uma vez por pedido, independentemente do valor ou do número de produtos encomendados”, é explicado no site, onde se acrescenta que se forem encomendados em conjunto artigos volumosos e artigos de transporte, aplica-se apenas uma sobretaxa de expedição.

Investimos em embalagens especializadas e sustentáveis para garantir que os produtos chegam em perfeitas condições, o que tem impacto nos custos de envio”, reconhece a fundadora e CCO. “No entanto, estamos empenhados em equilibrar estes custos com a necessidade de mantê-los acessíveis aos nossos clientes, apoiando simultaneamente os nossos objectivos ambientais”, conclui.


Notícia corrigida dia 17/06/2024, às 11h32: onde se lia CEO, lê-se agora CCO. Delia Lachance é fundadora da Westwing e Chief Creative Officer.

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