AC Milan, o próximo passo em frente de Paulo Fonseca

O treinador português, de 51 anos, foi nesta quinta-feira confirmado como novo treinador da equipa italiana e foi elogiado pelo “estilo ofensivo” do seu futebol.

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Paulo Fonseca será o treinador do AC Milan na próxima época ETTORE FERRARI / LUSA
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Teve propostas para treinar, entre outros clubes, o Ajax e o Marselha, mas o que já era mais do que um rumor, foi confirmado, nesta quinta-feira: Paulo Fonseca será na próxima temporada o treinador do AC Milan. O anúncio foi feito em conferência de imprensa pelo sueco Zlatan Ibrahimovic, representante do proprietário do clube vice-campeão italiano, que deixou fortes elogios ao português: “Queremos trazer a sua identidade de jogo, o seu estilo ofensivo para a nossa equipa.” A chegada de Fonseca a San Siro é mais um passo em frente de um técnico que tem construído a sua carreira de forma consolidada, após um começo de carreira onde soube dar um passo atrás após uma má experiência no FC Porto, que serviu de "grande aprendizagem".

Há uma semana, os elogios tinham chegado pela boca de um dos nomes grandes da história recente do AC Milan. Comentando o estado actual do clube “rossonero”, Andriy Shevchenko lembrou o trabalho de Paulo Fonseca na Ucrânia, no comando do Shakhtar - entre 2016 e 2019 conquistou três campeonatos, três taças e uma supertaça -, dizendo que o português fez um “excelente trabalho e deixou uma marca. É uma pessoa competente e respeitável”.

Agora, Paulo Fonseca recebeu o selo de qualidade de outra figura histórica do AC Milan. Com um papel importante na estrutura dos milaneses - é um dos principais conselheiros do proprietário do clube -, Ibrahimovic justificou a aposta no antigo treinador do Lille: "Estudámos bem a situação. Definimos os critérios, pensámos muito e decidimos trazer o Paulo Fonseca, em função dos jogadores que temos, do futebol que queremos, com um estilo ofensivo e dominador. Estudámos como prepara os jogos, como treina os jogadores, como trabalha as equipas, e queremos trazer algo novo para San Siro. Com os jogadores que temos, acreditamos que combina muito bem. É o homem certo. Confiamos muito nele."

Pouco depois de ser confirmado no clube transalpino, o técnico foi citado pelos meios oficiais da equipa, mostrando-se “orgulhoso por assumir o cargo de treinador do AC Milan” e deixando a garantia de que vai “trabalhar para honrar” o “clube e a sua grande história”. “Juntos, vamos lutar pela excelência e escrever um novo capítulo de sucessos que espero que possa ser celebrado pelos nossos extraordinários adeptos.”

A chegada de Fonseca a um dos “grandes” do futebol italiano e europeu, coloca sobre os ombros do português uma tarefa que não será certamente fácil - o trajecto recente do AC Milan tem sido pautado por uma enorme instabilidade -, mas este afigura-se como sendo mais um passo em frente numa carreira em que o técnico tem sabido gerir os momentos menos positivos.

Antigo defesa central, que teve no Estrela da Amadora os momentos de maior sucesso como jogador, Paulo Fonseca iniciou a sua carreira na formação do clube amadorense, trabalhando depois nos seniores em escalões secundários – 1.º Dezembro, Odivelas e Pinhalnovense -, até que teve o primeiro momento de maior protagonismo quando colocou o Desp. Aves perto da subida à I Liga, em 2011/12.

O bom trabalho no clube avense abriu-lhe as portas do Paços de Ferreira, onde conseguiu uma das maiores proezas deste século no futebol português: colocou a equipa pacense no play-off da Liga dos Campeões, após um surpreendente e histórico terceiro lugar.

O feito alcançado por um jovem técnico de 40 anos, aliado à qualidade do futebol apresentado pelos pacenses em 2012/13, colocou o treinador do Barreiro como um alvo apetecível dos “grandes” em Portugal, mas foi o FC Porto que ganhou a corrida.

Nos “dragões”, que nessa época perderam jogadores como Otamendi, João Moutinho, James Rodríguez ou Hulk, Fonseca até começou bem - vitória na Supertaça -, mas acabou despedido no início de Março, com o clube na terceira posição a nove pontos do líder Benfica.

Reconhecendo que tinha dado um passo precipitado e que não estava preparado para os “egos” de um balneário de um “grande”, Fonseca recomeçou do zero: voltou ao Paços, onde recolocou a equipa a lutar pelos lugares cimeiros.

A partir daí, tem sido uma história de sucesso, com passagens pelo Sp. Braga, Shakhtar, AS Roma e Lille, sempre com a mesma marca: resultados positivos e futebol elogiado pela qualidade.

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