Tusk consegue vitória clara na Polónia

Reforço para o Governo que tem vindo a desfazer medidas do seu predecessor que limitaram a democracia na Polónia.

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Donald Tusk fala a apoiantes após a divulgação das sondagens à boca das urnas Kacper Pempel / REUTERS
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O primeiro-ministro da Polónia, Donald Tusk, conseguiu o primeiro lugar nas europeias no país. As sondagens à boca das urnas davam uma vitória expressiva ao líder da Coligação Cívica (cujo principal partido é a Plataforma Cívica), que fez da guerra na Ucrânia o principal tema de campanha.

Tusk terá obtido 38,2% dos votos, segundo esta projecção, contra 33,9% do Partido Lei e Justiça (PiS), que ocupou antes o Governo levando a cabo uma degradação das instituições democráticas. É um forte sinal para o chefe do Governo que tomou posse em final de Dezembro do ano passado, e que está a desfazer as medidas que prejudicaram o Estado de direito levadas a cabo pelo seu antecessor, o que levou já a Comissão Europeia a encerrar, há cerca de um mês, o processo no âmbito do Estado de direito no país.

Nestas eleições, “mostrámos que as nossas escolhas, os nossos esforços, têm uma dimensão muito maior do que apenas as nossas questões nacionais... mostrámos que somos um farol de esperança para a Europa”, disse Tusk aos apoiantes após o anúncio das sondagens.

“Os partidos no poder na Alemanha não têm razões para estar contentes e em França têm razões para uma tristeza dramática”, disse Tusk, acrescentando: “Entre os grandes países, a Polónia mostrou que a democracia triunfa aqui.”

Esta é uma derrota considerável para o PiS, que desde 2014 não falhava um primeiro lugar em eleições nacionais (nas legislativas, o partido ficou à frente, mas o conjunto da oposição deu a chefia do Governo a Tusk). A participação foi de apenas 28%, comparado com 33% nas europeias de 2019, com mais pessoas a votar nas cidades do que nas zonas rurais, um indicador inicial melhor para o partido de Tusk.

O partido nacionalista Confederação terá obtido 11,9% – um resultado bastante alto para este partido que está ainda mais à direita do PiS. Um deputado do partido ficou tristemente conhecido por ter apagado, com um extintor, as velas de um candelabro aceso para comemorar o feriado judaico da Hanukká no Parlamento polaco – e irá sentar-se agora no Parlamento Europeu.

O partido ficou em primeiro lugar no grupo etário entre os 18 e os 29, numa tendência de voto jovem na extrema-direita e direita radical populista que aconteceu também noutros países. Seguiram-se os parceiros de coligação de Tusk Terceira Via, de centro-direita, que terá conseguido 8,2%, e a Esquerda, com 6,6%. Os resultados oficiais só serão publicados nesta segunda-feira.

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