Espanha: PP vence e anuncia “um novo ciclo político”, mas PSOE resiste

Partido de Alberto Núñez Feijóo vence por apenas dois lugares o PSOE do primeiro-ministro Pedro Sánchez. Espanha deverá escapar a nova crise política.

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Pedro Sánchez e a mulher, que está a ser investigada por corrupção, no momento do voto Violeta Santos Moura / REUTERS
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O Partido Popular (PP), de centro-direita, venceu as eleições europeias em Espanha, conquistando 22 lugares dos 61 atribuídos ao país, mais dez do que alcançara em 2019, e obtém uma vantagem de quatro pontos percentuais sobre o partido do Governo (34,2% contra 30,1%). Mas o PSOE resiste, perdendo apenas um dos 21 lugares em Bruxelas que tinha conquistado em 2019.

“Estamos perante um novo ciclo político”, afirmou o líder do PP, Alberto Núñez Feijóo, depois de tomar conhecimento dos resultados que representam, na sua opinião, uma vitória “forte e transparente” do seu partido. "Estes são os melhores resultados de umas eleições europeias desde há 25 anos", disse, no discurso de vitória. Mas, apesar da vitória e do crescimento, este não seria o resultado desejado por Núñes Feijóo, que no início da semana admitira que, “no contexto certo”, que passaria por uma grande derrota do PSOE, poderia avançar com uma moção de censura.

O PP fez uma campanha centrada nas acusações de corrupção contra a mulher do primeiro-ministro e na lei de amnistia para os líderes catalães pró-independência, aprovada apenas uma semana antes das eleições. Mas o PSOE segura um resultado digno, com uma lista liderada pela ministra da Energia, Teresa Ribera. No discurso final, Ribera considerou que, face ao contexto da campanha eleitoral, os 30% obtidos são "um magnífico resultado". Sánchez não reagiu até à hora do fecho desta edição.

O terceiro partido mais votado foi o radical Vox, que passa de quatro para seis cadeiras no Parlamento Europeu, mas também é uma vitória amarga, pois não obteve o sucesso que tiveram os seus aliados no resto da Europa. E mesmo a nível interno, em termos de percentagem de votos, o apoio ao Vox desceu para 9,6%, contra 12,4% nas eleições gerais de Julho de 2023. O consolo para o Vox é que conseguiu consolidar-se como a terceira força política, já que em 2019 foi a quinta, atrás do Cidadãos (agora excluído do Parlamento Europeu) e do Podemos, que sofreu um forte revés.

Já o novo partido extremista Acabou a Festa, criado há dois anos por um antigo seguidor do Vox, elegeu três deputados. O partido liderado por Alvise Perez, um influenciador das redes sociais de extrema-direita que concorria contra o que descreve como corrupção universal, conseguiu obter três lugares com uma campanha conduzida maioritariamente através da aplicação de mensagens Telegram.

As duas ultracandidaturas somaram quase 2,5 milhões de votos, ou 14,2% do total. A direita combinada ganhou quase 50%, enquanto a esquerda se seguiu com 43%.

O voto dos partidos mais pequenos da esquerda dividiu-se entre o Sumar – o parceiro júnior da coligação governamental –, que conquistou três lugares, e o Podemos, de extrema-esquerda, liderado pela antiga ministra da Igualdade, Irene Montero, que obteve dois lugares.

A coligação independentista Agora República conquistou também três lugares, enquanto o Juntos, de Carles Puigdemont, consegue um lugar (perdendo um face a 2019).

O grande derrotado é o Cidadãos, que fica fora do hemiciclo europeu, quando em 2019 alcançara sete lugares. A sua votação terá sido absorvida pelo PSOE.

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