Morreu a economista luso-brasileira Maria da Conceição Tavares
A economista e professora universitária morreu em Nova Friburgo, no estado do Rio de Janeiro aos 94 anos.
Morreu, aos 94 anos, a economista luso-brasileira Maria da Conceição Tavares, uma das principais figuras do pensamento desenvolvimentista no Brasil. Filiada no Partido dos Trabalhadores (PT) desde 1994, a economista foi conselheira do partido e deputada federal pelo PT entre 1995 e 1999.
Nascida em 1930 em Anadia, no distrito de Aveiro, Maria da Conceição Tavares mudou-se com um mês para Lisboa, onde cresceu. Licenciada em Ciências Matemáticas na Universidade de Lisboa em 1953, emigrou para o Brasil no ano seguinte para fugir à ditadura do Estado Novo em Portugal.
Naturalizada brasileira em 1957, foi nesse país que se fixou, acabando por se tornar professora universitária na Universidade Estadual de Campinas e na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Afastada da vida política, a economista morreu este sábado em Nova Friburgo, cidade do estado do Rio de Janeiro.
O Presidente do Brasil, Lula da Silva, lamentou a morte de quem considera ser "uma das maiores" economistas da história do Brasil.
"Tive o prazer e a honra de conviver e conversar muito com minha amiga ao longo dos anos, debatendo o Brasil e os nossos desafios sociais e económicos no Instituto Cidadania, em conversas no Rio de Janeiro ou em viagens pelo Brasil", escreveu Lula na sua página da rede social X.
Conhecida pelo seu estilo "sem papas na língua" e pelo seu vínculo à justiça social, a economista foi professora de vários políticos, tais como a ex-Presidente do Brasil, Dilma Rousseff, e o antigo senador e governador de São Paulo, José Serra.
Dilma Rousseff afirmou ter recebido "com grande pesar" a notícia da morte de Maria da Conceição Tavares, a quem chamou de "uma das mais importantes e influentes intelectuais do nosso tempo".
"Minha amiga e professora era uma mulher brilhante e profundamente comprometida com a soberania nacional, tendo actuado decisivamente na construção de um Brasil menos desigual", escreveu a ex-Presidente brasileira na sua página da rede social X.