Remuneração média dos depósitos cai pelo quarto mês, para 2,75%

Valor médio da remuneração das poupanças confiadas na zona euro também diminuiu, mas continua acima de 3%. Montante dos novos depósitos cresceu.

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Sem a concorrência anterior dos Certificados de Aforro, portugueses estão a renovar mais os depósitos a prazo Ricardo Lopes
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A remuneração dos depósitos a prazo, de longe o produto de poupança preferido dos portugueses, voltou a cair em Abril, embora ligeiramente, completando assim quatro meses consecutivos de descida. A taxa de juro média dos novos depósitos passou de 2,77% em Março, para 2,75% em Abril, segundo dados divulgados esta quarta-feira pelo Banco de Portugal.

A taxa de juro média dos depósitos está mais longe do máximo atingido em Dezembro de 2023, nos 3,08%.

Na zona euro, a remuneração média também recuou, e até um pouco mais, em 0,05 pontos percentuais, para 3,11%, permanecendo Portugal na sétima posição entre os países que menos pagam pelas poupanças que lhe são confiadas. Já nas operações de crédito à habitação, a taxa praticada em Portugal ficou abaixo da média dos 20 países da moeda única, o que não acontecia desde Setembro de 2022.

Ainda nos bancos a operar no mercado nacional, nos novos depósitos com prazo até um ano, a taxa de juro média diminuiu 0,01 pontos percentuais, para 2,79%, continuando esta a ser a classe de prazo com a remuneração média mais elevada, e representando 96% dos novos depósitos em Abril, segundo a informação do supervisor.

Já nos novos depósitos de um a dois anos, a taxa de juro média diminuiu 0,18 pontos percentuais, de 2,21% para 2,03%, enquanto a remuneração média dos novos depósitos a mais de dois anos cresceu de 1,98% para 2,01%, embora esta classe de depósitos tenha continuado a apresentar um peso residual nos novos depósitos de particulares (0,36%).

Continuando a tendência dos últimos meses, explicada em parte pela suspensão da série E dos Certificados de Aforro, e lançamento de uma nova série com remuneração mais baixa (a F), o montante de novos depósitos aumentou em Abril, para um total de 10.645 milhões de euros. Trata-se de um aumento de 2947 milhões de euros em relação ao mês anterior.

Contudo, diz a instituição liderada por Mário Centeno, “aquela evolução foi determinada, em grande medida, pela reaplicação em depósitos a prazo de montantes anteriormente aplicados em depósitos deste tipo e que atingiram a maturidade em Abril sem renovação automática”.

A remuneração dos depósitos está a descer praticamente desde o momento em que as taxas Euribor, presentes na maioria do stock de crédito à habitação e em Portugal, também começaram a descer.

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