Raide israelita em Nablus mata três palestinianos

Tropas israelitas ficaram com o corpo de Adham Farraj, membro de um grupo de resistência armada que combatia a ocupação da Cisjordânia.

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Funeral de Motaz Nabulsi, de 28 anos, reuniu na noite desta segunda-feira várias centenas de pessoas em Nablus Raneen Sawafta
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As forças israelitas realizaram esta segunda-feira uma incursão militar surpresa em Nablus, na Cisjordânia ocupada, que resultou na morte de três palestinianos. Pelo menos sete pessoas ficaram feridas, duas com gravidade.

O raide terá tido como alvo Adham Farraj, membro de um grupo de resistência armada que combatia a ocupação israelita da Cisjordânia. Foi morto pelas Forças de Defesa de Israel durante a cerimónia de casamento da própria irmã, que decorria na zona Leste de Nablus. "Mataram-no cobardemente", diz Firas, palestiniano e testemunha da incursão israelita em Nablus, em declarações ao PÚBLICO.

Foram ainda mortos dois civis, não associados a qualquer grupo de resistência. Motaz Nabulsi, de 28 anos, foi várias vezes alvejado no tronco. Ahmad Khudari, 30 anos, foi atingido no peito e acabou por morrer no hospital de Nablus, segundo avançaram as autoridades de saúde palestinianas e confirmaram as fontes presentes no local ouvidas pelo PÚBLICO.

As autoridades militares israelitas, citadas pela Reuters, alegam que as vítimas dispararam contra os seus soldados durante o raide, desencadeando um tiroteio. Do lado israelita, não há registo de feridos. Já do lado palestiniano, sete pessoas ficaram feridas. Segundo o Crescente Vermelho palestiniano, dois dos feridos têm 13 e 18 anos.

"As tropas israelitas ficaram com o corpo de Adham Farraj, arrastaram-no e recusaram entregá-lo" à equipa de emergência médica, acrescenta Firas, sobre o combatente de 23 anos assassinado na tarde desta segunda-feira.

Apesar de Farraj não combater pelo Hamas, o movimento islamista reagiu à sua morte. "Louvamos o heroísmo dos membros da resistência em Nablus e em toda a Cisjordânia, que estão a infligir duros golpes à ocupação israelita", lê-se num comunicado emitido esta segunda-feira. "Os assassinatos cometidos pela ocupação não vão limitar a resistência na Cisjordânia."

Mais de 500 palestinianos, incluindo 120 crianças, foram mortos por Israel na Cisjordânia desde 7 de Outubro do ano passado.

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