É “urgente” rever empréstimo das obras que são de todos a ministérios e embaixadas

Directores de museus e palácios reclamam há anos que se distinga, em definitivo, o que são bens culturais que deviam estar acessíveis ao público das peças para “decorar” gabinetes. Sem sucesso.

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Pormenor de quatro pinturas atribuídas a Lourenço de Salzedo (c. 1570). A série está na embaixada de Roma há quase 70 anos e já foi requisitada pelo Museu Nacional de Arte Antiga várias vezes Montagem PÚBLICO sobre pinturas atribuídas a Lourenço de Salzedo/MUSEUS E MONUMENTOS, E.P.E./STEFANO CORSO
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Com a instauração da República, em 1910, muitos bens das colecções reais ­– dos que que não acompanharam D. Manuel II no exílio, naturalmente – foram distribuídos pela presidência, pelos ministérios, por museus e outras instituições públicas. Ao longo de décadas, este êxodo de obras das colecções nacionais continuou, mais acentuado nuns períodos que noutros, fazendo com que existam hoje largas centenas de peças – ninguém arrisca um número, até porque não há um inventário com este foco – em gabinetes, corredores e salas de visitas, do Terreiro do Paço a Belém, passando pelas Necessidades, pelas missões diplomáticas espalhadas pelo mundo e, até, pelas antigas Pousadas de Portugal, uma rede pública herdada do Estado Novo que é, desde 2003, explorada por uma entidade privada, o Grupo Pestana Pousadas (até 2015 a Caixa Geral de Depósitos deteve parte do capital).

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