No Interior do Casulo Amarelo, Vincent Tem de Morrer e outros filmes para esta semana
O Ípsilon e o Cinecartaz apresentam uma selecção de filmes a estrear esta semana com um bónus para os amantes da animação: a oportunidade de ver a primeira longa de Miyazaki num grande ecrã.
Quando recebe a notícia da morte da cunhada, em Saigão (Vietname), Thien (Le Phong Vu) fica encarregue de cuidar de Dao (Nguyen Thinh), o sobrinho de apenas cinco anos, e assume a responsabilidade de levar o corpo de volta à aldeia onde foram criados.
Lá, tenta encontrar o irmão mais velho, que há anos abandonou a mulher e o filho e nunca mais deu notícias. Durante essa busca pelas montanhas e vales, Thien vai recriando laços com o pequeno Dao, com o lugar onde nasceu e consigo mesmo.
Co-produção entre o Vietname, Singapura, França e Espanha, e vencedor do prémio Câmara de Ouro (de melhor primeira obra) no Festival de Cinema de Cannes, este drama familiar marca a estreia em longa-metragem do vietnamita radicado nos EUA Thien An Pham, que também escreveu o argumento.
Vincent tinha uma vida perfeitamente normal até se dar conta de que, de um momento para o outro e sem qualquer razão que o justifique, se tornou vítima de constantes tentativas de assassinato.
O mais estranho em tudo isso é que os ataques surgem de pessoas aleatórias que, aparentemente, se sentem compelidas a matá-lo, sejam eles seus amigos, colegas de trabalho ou perfeitos desconhecidos.
Em pânico e sem saber lidar com algo que escala de dia para dia, ele afasta-se o mais possível dos seus semelhantes. Até que se alia a Margaux, que parece ser a única que não o quer ver morto e que o pode ajudar a escapar a um destino horrível.
Nomeado para o prémio Câmara de Ouro na Semana da Crítica do Festival de Cinema de Cannes e em competição na 18.ª edição do MOTELX, Vincent Tem de Morrer recebeu o prémio do público no Champs-Élysées Film Festival.
Com os actores Karim Leklou, Vimala Pons e François Chattot, tem realização de Stéphan Castang, que segue um argumento seu, de Mathieu Naert e de Dominique Baumard.
Os irmãos Louis, Martha e Lena criam espectáculos de marionetas sob a orientação do pai, o habilidoso dono da trupe; e da avó, responsável pela confecção dos bonecos. Juntos, ao longo de muitos anos e por onde quer que fossem, eles foram encantando plateias com as suas histórias.
Mas o seu destino muda drasticamente quando o patriarca morre de ataque cardíaco. Enquanto se esforçam por lidar com a perda e manter viva a tradição familiar, cada um deles faz o que pode para encontrar o seu próprio caminho.
Vencedor do Urso de Prata no Festival de Cinema de Berlim, um drama familiar com assinatura do francês Philippe Garrel — também autor de Os Amantes Regulares, Ciúme, À Sombra das Mulheres, O Amante de Um Dia ou O Sal das Lágrimas — que conta com as actuações de Francine Bergé, Damien Mongin e dos três filhos do realizador: Louis, Esther e Lena Garrel.
Realizada em 1979, esta é a primeira longa-metragem de Hayao Miyazaki — o celebrado autor de Princesa Mononoke (1997), O Meu Vizinho Totoro (1998), A Viagem de Chihiro (2001), O Castelo Andante (2004), Ponyo à Beira-Mar (2008), As Asas do Vento (2013) ou O Rapaz e a Garça (2023) — e segue as aventuras do ladrão Arsène Lupin III, neto do famoso Arsène Lupin, e de Jigen Daisuke, seu parceiro no crime, enquanto se apropriam de uma enorme fortuna de um casino.
Quando descobrem que o dinheiro é resultado de contrafacção, Lupin III e Jigen decidem perseguir o responsável: o Conde Lazare de Cagliostro. Mas depressa percebem que o conde tem segredos muito mais sombrios do que a simples falsificação de dinheiro.
Lupin III: O Castelo de Cagliostro é uma adaptação de uma manga, Lupin III, de Monkey Punch, e vem no seguimento da série de animação em que Miyazaki tinha trabalhado como realizador.
Até ao dia da Revolução dos Cravos, o histórico 25 de Abril de 1974, os portugueses foram forçados a seguir as regras da ditadura. Mas nesse dia, o regime ditatorial do Estado Novo, vigente desde 1933, foi deposto e a história do país entrou num novo capítulo.
O golpe foi preparado pelo Movimento das Forças Armadas (MFA) composto, na sua maioria, por capitães que tinham participado na Guerra Colonial, com o apoio de oficiais milicianos e uma enorme adesão da população, que se recusou a ficar em casa.
Como a resistência do regime foi quase nula, a violência foi pouco significativa. Mas, apesar de pouco se falar nisso, a liberdade custou a vida a cinco pessoas — entre as quais um soldado, um estudante universitário e um funcionário administrativo — surpreendidas pelas balas da DGS (a polícia política criada, em 1969, para substituir a PIDE), durante o cerco ao seu quartel-general.
Com realização de Rui Pedro Sousa, que co-escreve o argumento com Amp Rodriguez, o enredo deste filme tem por base factos reais e segue os passos das vítimas entre os dias 24 e 26 de Abril de 1974, com o arranque da Revolução até à data dos seus funerais.
“Na escola, tinham-me ensinado que na Revolução não tinha sido disparado nenhum tiro, até que em Novembro de 2021 li o livro Esquecidos em Abril, os Mortos da Revolução (sem) Sangue, do jornalista Fábio Monteiro, que relata a história dos que morreram”, “Fala-se muito de ter sido uma revolução sem sangue, mas nunca se falou destas pessoas, ninguém se deu ao trabalho de, pelo menos, como se lembra anualmente o 25 de Abril, se falar destes indivíduos”, prossegue. “A questão que coloco muitas vezes é que continua a ser uma revolução sem sangue porque foram apenas mortas cinco pessoas, mas quantos mortos precisávamos de ter para a revolução começar a ser considerada sangrenta?” diz, ao PÚBLICO, o realizador.