Gaza: sete jornalistas feridos após ataque aéreo israelita no hospital Al-Aqsa

Exército israelita confirma ataque mas diz que foi feito com “precisão” a uma base subterrânea para evitar efeitos colaterais para civis. Segundo a BBC, quatro elementos da Jihad Islâmica morreram.

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Tendas que estão no perímetro da área do hospital foram atingidas EPA/MOHAMMED SABER
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Tendas que estão no perímetro da área do hospital foram atingidas EPA/MOHAMMED SABER
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Hospital Shifa
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Tendas que estão no perímetro da área do hospital foram atingidas EPA/MOHAMMED SABER
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Outro ataque aéreo atingiu também o campo de refugiados em Al- Maghazi, no sul de Gaza, matando dez palestinianos. EPA/MOHAMMED SABER
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Sete jornalistas, um deles da BBC, ficaram feridos num ataque aéreo israelita que atingiu este domingo o Hospital Al-Aqsa, em Gaza, noticiou a estação de televisão britânica. De acordo com a mesma fonte quatro elementos da Jihad Islâmica, que é aliada do Hamas, morreram durante o ataque. O exército israelita confirmou que atingiu um centro de comando da Jihad Islâmica que estaria instalado em pisos subterrâneos daquela unidade de saúde em Deir al-Balah, mas quer o Hamas quer o pessoal médico do hospital desmentem que os hospitais sejam usados como bases, indica a BBC.

A maioria dos jornalistas que vivem actualmente dentro do perímetro dos terrenos do hospital são do Norte de Gaza. Continuam a trabalhar vendendo fotografias que documentam como é a vida dentro e em redor do hospital a meios de comunicação social, ao mesmo tempo que cuidam das famílias que ali vivem em tendas.

A tenda mais próxima da explosão pertencia à agência de notícias turca Anadolu. “Atingiram a tenda sem qualquer aviso. Nós estávamos na tenda como um grupo de jornalistas, de forma pacífica e sem qualquer terrorista entre nós”, disse à agência de notícias Reuters o fotojornalista Ali Hamad. “Estávamos a preparar as câmaras e de repente a tenda foi atingida. Ficou tudo escuro, havia destroços e pedras a serem projectados por cima das nossas cabeças e chamas”, acrescentou.

“O centro de comando e os terroristas foram atingidos de forma precisa e com a intenção de minimizar qualquer efeito colateral para civis na zona do hospital”, disse o exército israelita num comunicado citado pela BBC. Aquela unidade de saúde é a única que resta em funcionamento no centro da Faixa de Gaza. Segundo os números do Ministério da Saúde controlado pelo Hamas, os ataques aéreos israelitas das últimas 24 horas mataram 77 pessoas em Gaza.

Outro ataque aéreo atingiu também o campo de refugiados em Al- Maghazi, no sul de Gaza, matando dez palestinianos.

Numa publicação no X (antigo Twitter), o director Director-Geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, também confirmou o ataque. “Uma equipa da OMS estava numa missão humanitária no hospital de Al-Aqsa, em Gaza, quando o campo de tendas dentro do hospital foi atingido por um ataque aéreo israelita hoje. Quatro pessoas morreram e 17 ficaram feridas”, disse, explicando que a equipa estava no hospital “a avaliar as necessidades e a recolher incubadoras para serem enviadas para o norte de Gaza”.

Tedros pediu ainda o fim dos ataques. “Apelamos à protecção de pacientes, pessoal da saúde e das missões humanitárias. Os ataques em curso e a militarização de hospitais têm de parar. A lei internacional humanitária tem de ser respeitada. Apelamos a todos as partes do conflito para que cumpram com a resolução da ONU para um cessar-fogo”.

De acordo com o balanço deste domingo feito pelo Comité Internacional para a Protecção de Jornalistas, na sequência deste conflito já morreram 95 jornalistas e trabalhadores para órgãos dos média - 90 palestinianos, dois israelitas e três libaneses -, 16 jornalistas ficaram feridos, quatro estão desaparecidos, 25 foram presos e outros foram alvo de assaltos, ameaças, ataques informáticos, censura ou viram membros da sua família serem mortos.

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