Quénia

Como “o lápis do futuro não pode ser feito de árvores”, esta empresa usa jornais reciclados

O objectivo da Momo Pencils é diminuir a importação de lápis para o Quénia, reduzir o lixo e diminuir o abate de árvores. Actualmente, fabricam mais de cem mil unidades por ano.

EPA/DANIEK IRUNGU
Fotogaleria
EPA/DANIEK IRUNGU

Fabrica mais de cem mil lápis “verdes”, de todas as cores e padrões, por ano. A Momo Pencils nasceu em 2017, em Nairobi, no Quénia, pelas mãos de Mahamud Omari e Rashid Omar. Num mundo em que se cortam cerca de 8 milhões de árvores por ano para produzir lápis, segundo dados das Nações Unidas, a Momo sublinha, no seu site, que “o lápis do futuro não pode ser feito de árvores”.

Os lápis ecológicos são fabricados sem recurso a madeira e através de jornais 100% reciclados, não contêm plásticos, polímeros ou químicos tóxicos e incluem sementes de árvore. Com a preocupação em relação ao ambiente e ao futuro sempre presente, a Momo Pencils já realizou sessões de sensibilização em várias escolas quenianas, nas quais, além de doar os lápis que produz, incentivou as crianças a plantar árvores.

À Radio France International, a direcção da empresa disse que pretende alargar a gama de produtos disponíveis: “No próximo ano começaremos a fazer lápis de cera, assim como lápis de maquilhagem.” Admitem, ainda, aproveitar para explorar um mercado menos óbvio: sinais de trânsito. “No Quénia, por vezes, os sinais de trânsito são roubados para revender o metal. O nosso material é à prova de água, portanto podemos fazer sinais que ninguém vai querer roubar”, acrescentou.

Mesmo sendo a única fabricante de lápis no Quénia, a Momo trabalha numa lógica business to business, comercializando o produto para outras empresas, escolas e o Governo. A estratégia de venda foi adoptada depois de a fabricante se deparar com dificuldades em colocar os produtos nas prateleiras de supermercados. Não obstante, de olhos postos no futuro, a direcção da Momo assegurou à RFI ainda não ter riscado da sua lista de objectivos a entrada dos lápis “verdes” no mercado de massas. Nem que para isso tenham de tentar investir numa rede de distribuição própria.

Até lá, a missão da Momo passa por alterar o paradigma do consumo de lápis, em particular nas instituições de ensino. Por um futuro onde sobrem muitas mais árvores para desenhar.

Texto editado por Amanda Ribeiro

EPA/DANIEK IRUNGU
EPA/DANIEK IRUNGU
EPA/DANIEK IRUNGU
EPA/DANIEK IRUNGU
EPA/DANIEK IRUNGU
EPA/DANIEK IRUNGU
EPA/DANIEK IRUNGU
EPA/DANIEK IRUNGU
EPA/DANIEK IRUNGU
EPA/DANIEK IRUNGU
EPA/DANIEK IRUNGU
EPA/DANIEK IRUNGU
EPA/DANIEK IRUNGU
EPA/DANIEK IRUNGU
EPA/DANIEK IRUNGU
EPA/DANIEK IRUNGU
EPA/DANIEK IRUNGU
EPA/DANIEK IRUNGU
EPA/DANIEK IRUNGU
EPA/DANIEK IRUNGU
EPA/DANIEK IRUNGU
EPA/DANIEK IRUNGU