50 anos Apolo 11
Espaço 1969
Parecia ficção científica, mas não era. O primeiro voo tripulado do programa Apollo foi em Outubro de 1968; menos de um ano depois, a Apollo 11 foi lançada. Em poucos anos (entre 1968 e 1972) um total de seis missões permitiu que 12 astronautas americanos pisassem a superfície da Lua.
A missão Apollo 11 é o acontecimento no qual é dita a famosa frase “Um pequeno passo para o homem, um salto gigante para a humanidade”. A frase foi proferida por Neil Armstrong, o 1.º dos 12 astronautas que, até hoje, pisaram solo lunar. Foi há 50 anos, a 20 de Julho de 1969. Mas a aventura começara dias antes, a 16 de Julho, no Centro Espacial John F. Kennedy, em Cabo Canaveral, EUA. E o resto é história…
Tempo acumulado aproximado
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Mais de um milhão de pessoas espalhavam-se pelas estradas e redondezas de Cabo Canaveral, aguardando ansiosamente o acontecimento. No centro espacial estavam vinte mil convidados oficiais da NASA, cerca de dois mil jornalistas, quase metade estrangeiros oriundos de 56 países diferentes.
![infos](https://static.publicocdn.com/Multimedia/Infografias/321/img/localizador.png?v1)
“5... 4 ... 3 ... 2... 1... 0... Lift off!…”
Às 9h32 minutos do dia 16 de Julho de 1969 dá-se o lançamento do foguetão Saturn V que transportava a nave espacial Apollo 11. Assistiram ao lançamento 530 milhões de pessoas em todo o mundo
Na Apollo 11 seguiam três astronautas: Neil Armstrong, Buzz Aldrin e Michael Collins.
Até 2019, o Saturno V continua a ser o mais alto, mais pesado e mais potente veículo de lançamento efectivamente usado. Foram construídos 15 foguetões Saturn, mas só 13 voaram.
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O Saturn V, com a força do primeiro módulo, atinge a altitude de 67km em 2m42s. Desligam-se os motores e cai no oceano Atlântico. Tinha cinco motores F-1 e peso total de cerca de 2800 toneladas (com combustível).
Seguia à velocidade de 8200km/hora
Para chegar à órbita terrestre, os veículos de lançamento, como o Saturn V, requerem acelerações muito elevadas. A aceleração dos veículos espaciais é impulsionada pela expulsão de partes do seu peso, razão pela qual a maior parte destes sistemas são constituídos por múltiplos módulos com funções definidas e que trabalham sequencialmente. As partes destacam-se e perdem-se no espaço ou desintegram-se quando reentram na atmosfera. Eram construídas para uma única utilização.
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Solta-se o Launch Escape System
Em seguida, o “Sistema de Emergência no Lançamento” (Launch Escape System) destaca-se. Este sistema serviria para impulsionar o módulo de comando tripulado para longe do foguetão Saturn V, caso o lançamento não tivesse corrido bem.
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O Saturn V continua a viagem impulsionado pelos cinco motores do 2.º módulo. Atestado, pesa cerca de 480 toneladas.
Aos 175km de altitude dá-se a libertação do 2.º módulo. A nave segue sob a força do 3.º módulo. Este mais pequeno é composto por um único motor e transporta no seu interior o módulo lunar.
Trans-lunar injection
2h50m após o lançamento a nave espacial viaja à velocidade de 28.000km/h e está na órbita terrestre a 191,8km de altitude.
Para sairem da órbita terrestre em direcção da Lua o 3.º módulo é usado pela segunda, desta vez de modo a atingirem 39.000km/h colocando-se assim na rota para a viagem espacial (lançamento translunar, trans-lunar injection).
Já orientada na sua rota para a Lua, os astronautas manobram a nave para a extracção do módulo lunar.
Uma rotação de 180º
O Columbia (módulo de comando + módulo de serviço) separa-se do terceiro módulo da Saturn V e liga-se. Os astronautas manobram a nave numa rotação de 180º para a acoplagem ao módulo lunar, transportado no interior, fazendo-o sair para o espaço.
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É dispensado o 3.º módulo. A nave espacial, Apollo 11, composta pelas partes Columbia (módulos de comando e de serviço) e pelo Eagle (módulo lunar), está pronta para seguir viagem.
A Apollo 11 continua a viagem em direcção à Lua a uma velocidade de 3700km/h. Têm três dias de viagem pela frente.
![infos](https://static.publicocdn.com/Multimedia/Infografias/321/img/translaccao-lua.png)
Atraídos pela gravidade da Lua, chegam a atingir os 9000km/h. A 19 de Julho ao aproximarem-se da órbita da Lua, foi necessário o recurso ao motor do módulo de serviço, para travar e evitar a colisão com o solo lunar.
Foram necessários acertos e verificações em relação ao local escolhido para a alunagem – a sul do Mar da Tranquilidade, 20km a oeste da cratera Sabine. Em manobras, os astronautas completam 30 órbitas à Lua.
![infos](https://static.publicocdn.com/Multimedia/Infografias/321/img/localizador_lua.png)
No dia 20 de Julho os dois astronautas, Neil Armstrong e Buzz Aldrin, ocupam os seus lugares no módulo lunar Eagle. Michael Collins permaneceria aos comandos da nave-mãe, Columbia.
![infos](https://static.publicocdn.com/Multimedia/Infografias/321/img/lunarmodule.jpg)
O módulo lunar Eagle fotografado do módulo de comando por Michael Collins, em 20 Julho de 1969, no início da descida para a Lua
Às 20h17 minutos do dia 20, o módulo lunar aluna a sul do mar da Tranquilidade
À esquerda podemos ouvir as comunicações entre Michael Collins (Columbia), Aldrin e Armstrong (Eagle). À direita, alguns dados do painel de instrumentos, a posição do Eagle durante a manobra e as comunicações com a base em Houston. Excerto de um vídeo com imagens editadas por Apollo Flight Journal/NASA
Seis horas e meia mais tarde, os autronautas saem do módulo lunar. Permanecem cerca de 2h30 fora da nave. Recolhem amostras de solo, tiram fotografias, deixam uma bandeira dos EUA e uma placa com uma mensagem.
That's one small step for man, one giant leap for mankind
Os astronautas regressam ao Eagle. Após um período de descanso preparam-se para regressar à órbita lunar. O Eagle divide-se, deixando o módulo de descida na Lua. Leva sete minutos no trajecto até à órbita e a alinhar a sua rota com a do módulo de comando.
![infos](https://static.publicocdn.com/Multimedia/Infografias/321/img/return.jpg)
Módulo de subida a chegar à Columbia
Cerca de quatro horas mais tarde, Armstrong e Aldrin regressam aos seus lugares no módulo de comando e o Eagle é deixado no espaço.
![infos](https://static.publicocdn.com/Multimedia/Infografias/321/img/emparelha.png)
Estão há cinco dias no espaço. No dia 21 de Julho iniciam o seu regresso.
![infos](https://static.publicocdn.com/Multimedia/Infografias/321/img/earthfromthemoon.jpg)
Vista do módulo de comando da Apollo 11. A Terra surgindo no horizonte da Lua. A zona da Lua que se vê na foto é o mar de Smyth.
De regresso à Terra
Os astronautas procedem à manobra Trans-earth injection que os irá fazer sair da órbita lunar e colocá-los em rota com a Terra.
Ao aproximarem-se da órbita terrestre, solta-se o módulo de serviço. Resta a pequena cápsula tripulada, o módulo de comando da Apollo 11.
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Caem a 40.000km/h. À entrada na atmosfera terrestre a cápsula incendeia-se e atinge a temperatura de 2700ºC. Entra em acção o escudo de protecção térmico.
![infos](https://static.publicocdn.com/Multimedia/Infografias/321/img/mc-temperaturas.png)
A frota americana de prevenção no oceano Pacífico era constituída por um porta-aviões, dois contratorpedeiros (ou navios de guerra) e sete aviões C-130 a patrulharem a área prevista para a queda da cápsula.
![infos](https://static.publicocdn.com/Multimedia/Infografias/321/img/localizador-chegada.png)
Locais onde foram recuperados módulos de outras missões espaciais
A três mil metros de altitude abrem-se os pára-quedas principais, controlando a descida. Às 11h49 minutos do dia 24 de Julho de 1969, o módulo de comando da Apollo 11 cai no Pacífico a sudoeste do Hawai. A bordo, sãos e salvos, os astronautas Neil Armstrong, Buzz Aldrin e Michael Collins.
![infos](https://static.publicocdn.com/Multimedia/Infografias/321/img/capsula-pacifico.jpg)
Os astronautas foram prontamente resgatados pelo porta-aviões norte-americano Hornet. A cápsula foi recuperada e encontra-se no Museu Nacional do Ar e Espaço em Washington DC
CONTINUA…
A NASA tem agora como objectivo enviar de novo uma tripulação à Lua até 2024. Cumprido este objectivo, a etapa seguinte será, até 2033, uma viagem tripulada para Marte. Para além dos EUA, outros países (China, Israel e o Japão) e empresas (SpaceX) estão, neste momento, com os olhos postos na Lua.
Como era a Apollo 11
![Módulo de comando](https://static.publicocdn.com/Multimedia/Infografias/321/img/modulo.png?v4)
Cápsula de comando
Tinha capacidade para três tripulantes. Com 11 metros de altura, 3,9m de diâmetro, pesava 5,5 toneladas. Só o escudo protector para a entrada na atmosfera pesava 850kg. Continha 8 pára-quedas: dois com 4,9m de diâmetro, três com 2,2m e os três principais com 25,5m
![barras estatico](https://static.publicocdn.com/Multimedia/Infografias/321/img/modulo-c-1.png?v1)
![barras estatico](https://static.publicocdn.com/Multimedia/Infografias/321/img/modulo-c-2.png?v1)
Módulo lunar/Eagle
Foi o primeiro veículo tripulado a pousar na Lua. Para além dos dois tripulantes, seguiam no módulo um conjunto de equipamentos científicos (EASEP), que serviriam para várias experiências a ser feitas, alguns para deixar na superfície lunar, para além da recolha de imagens, dados/ informações e amostras de solo.
![barras estatico](https://static.publicocdn.com/Multimedia/Infografias/321/img/Eagle_1.png)
![barras estatico](https://static.publicocdn.com/Multimedia/Infografias/321/img/Eagle_2.png)
![barras estatico](https://static.publicocdn.com/Multimedia/Infografias/321/img/Eagle_3.png)
12 minutos e meio
Foi o tempo que o Eagle demorou a alunar. Na zona mais baixa da órbita, a uma altitude de 16.000 metros e a 500km do local escolhido, o módulo lunar iniciou a manobra de descida, PDI (Power Descent Initiation). Os astronautas enfrentaram vários problemas na descida, desde interferências e falhas nas comunicações a erros de cálculo e alarmes do computador de bordo. O módulo lunar perdeu as comunicações várias vezes, incluindo no momento final da alunagem. Um erro de cálculo desviou 6km o local de alunagem do previsto, o que os fez decidir alunar numa área pouco estudada. No computador de bordo soou várias vezes o alarme e, na última, Armstrong teve apenas 60 segundos para decidir se continuava ou abortava a missão. Para alunar o Eagle só tinha combustível para 17 segundos.
![doze minutos para alunar](https://static.publicocdn.com/Multimedia/Infografias/321/img/12-minutos.png)
![descida](https://static.publicocdn.com/Multimedia/Infografias/321/img/grafico-descida.png)
![Mapa da lua](https://static.publicocdn.com/Multimedia/Infografias/321/img/mapa-lua.png)
Vestidos para o espaço
Os fatos da Apollo 11 não estavam ligados ao módulo lunar e permitiram aos astronautas afastar-se e trabalhar fora da nave. Estes fatos são como uma “pequena nave espacial” individual para actividades extraveiculares (EVA). Para além de conter um sistema de suporte de vida, têm de proteger os astronautas de condições extremas do espaço que podem variar entre os 250º negativos e positivos. Foram pensados para os proteger da radiação, de detritos espaciais e micrometeoritos. São brancos, porque o branco reflecte o calor.
![Equipa](https://static.publicocdn.com/Multimedia/Infografias/321/img/fato-refrigeracao.png)
![Equipa](https://static.publicocdn.com/Multimedia/Infografias/321/img/fato-intra.png)
![Fatos](https://static.publicocdn.com/Multimedia/Infografias/321/img/fatos2.png?v1)
![Fatos](https://static.publicocdn.com/Multimedia/Infografias/321/img/fatos.png)
Na Terra, o fato completo pesa aproximadamente 127kg. No espaço, devido à microgravidade um fato espacial não pesa nada. Vesti-lo demorava 45 minutos, incluindo vestir as roupas “interiores” que ajudavam a manter os astronautas frescos. Para se adaptar à pressão mais baixa dentro do fato o astronauta tinha ainda de permanecer uma hora mais no módulo pressurizado.
![Equipa](https://static.publicocdn.com/Multimedia/Infografias/321/img/fato-capacete.png)
![Equipa](https://static.publicocdn.com/Multimedia/Infografias/321/img/fato-revestimento.png)
![Equipa](https://static.publicocdn.com/Multimedia/Infografias/321/img/fato-luva.png)
O fato espacial tem um 2.º conjunto de luvas, de conforto, que são usadas sob a luva do fato IEVA. Fornecem alguma protecção térmica adicional; luvas térmicas ajustáveis que auxiliam a protecção em ambientes com temperaturas extremas. Têm “micro-aquecedores” presos dentro de cada uma das pontas dos dedos sobre as unhas do tripulante. Os aquecedores têm um interruptor on-off perto dos pulso.
Cada membro da tripulação tinha três fatos: um para usar durante o treino; um para a viagem à Lua e um suplente exactamente igual ao fato da viagem. Foram fabricados e personalizado para cada um dos astronautas que os usaram
![Equipa](https://static.publicocdn.com/Multimedia/Infografias/321/img/equipa.png)
Entre operários, engenheiros, técnicos, cientistas e astronautas cerca de 400.000 pessoas estiveram envolvidas no Projecto Apollo.
FICHA TÉCNICA
Coordenação: Célia Rodrigues e José Alves; Ilustrações: José Alves; Textos: Célia Rodrigues; Pesquisas e infografia: Célia Rodrigues, Francisco Lopes, José Alves; Gabriela Gómez; Desenvolvimento e animação web: Francisco Lopes e José Alves;