Transportes
À espera do metro: o serviço tem perturbações, mas a arte é superior ao normal
A rede subterrânea que percorre a capital ganha vida e cor nas 50 estações do Metro de Lisboa, que são mais do que locais de passagem ou de desespero em hora de ponta. São um museu com um vasto conjunto de obras que representa a arte e a arquitectura portuguesas. Percorremos cada uma para mostrar por que merecem um olhar atento.
Odivelas
Ano de inauguração: 2004
× ›![Estação do Metro de Odivelas](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00odivelas.jpg?v1)
O arquitecto Paulo Brito da Silva descreve a sua obra como “um paralelepípedo em betão, pontuado por ‘chaminés’ na cobertura”. As chaminés a que se refere são as aberturas amarelas, vermelhas e azuis no tecto que permitem um sistema de ventilação natural ao longo de toda a estação. Lâmina, anagrama de Animal, como Álvaro Lapa apontou, é o nome dado aos revestimentos de azulejos da sua autoria. O artista refere-se ao trabalho como “uma série de estudos aumentados e passados a cerâmica tendo como motivo a representação do corpo proprioceptiva e simbólica”.
Senhor Roubado
Ano de inauguração: 2004
× › ‹![Estação do Metro do Senhor Roubado](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00sr-roubado.jpg?v1)
As bolas coloridas à entrada do túnel captam imediatamente a atenção. O autor da obra, José Pedro Croft baseou-se “na tradição do azulejo árabe que tem um carácter abstracto, decorativo e de padrão, usando cores estridentes e um gesto espontâneo próximos do espírito urbano contemporâneo grafitista”.
Ameixoeira
Ano de inauguração: 2004
× › ‹![Estação do Metro da Ameixoiera](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00ameixoeira.jpg?v1?v1)
Se a estação de Odivelas é um “paralelepípedo de betão”, a estação da Ameixoeira pode ser descrita como um gigante cilindro. O responsável pelos cantos redondos do espaço é Roberto Mac Fadden que diz que as “transparências visuais e dinamismo arquitectónico” são as principais características do projecto. A artista Irene Buarque tentou moldar a sua arte de acordo com as formas que Mac Fadden deu à estação. Os coloridos painéis de azulejo pintados à mão exibem esferas e cubos que resultam em “dinâmicas visuais sempre diferentes conforme os utentes circulam”, disse a artista.
Lumiar
Ano de inauguração: 2004
× › ‹![Estação do Metro do Lumiar](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00lumiar.jpg?v1)
As tonalidades verde e castanha que preenchem as paredes do cais e os restantes revestimentos de azulejo são um trabalho dos artistas plásticos António Moutinho, Marta Lima e Susete Rebelo. A intenção dos artistas era “revestir toda a estação com uma espécie de pele, que respira, que é orgânica”.
Quinta das Conchas
Ano de inauguração: 2004
× › ‹![Estação do Metro da Quinta das Conchas](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00quinta-conchas.jpg?v1)
Um gigante caderno de desenhos ganhou vida nas paredes das escadas em direcção ao cais. Scribbling and dooling (riscos e rabiscos, em português) é o nome do projecto de Joana Rosa. “Riscar e fazer rabiscos é uma das várias actividades partilhadas além-fronteiras”, disse a artista sobre a razão da sua escolha artística. Os três relevos de pedra de formas geométricas junto ao tecto, no átrio principal e no átrio norte, são da autoria de Manuel Baptista. Esta intervenção foi feita com o intuito de lembrar “ritmos dentro do espírito de arte árabe”.
Campo Grande
Ano de inauguração: 1993
![Estação do Metro do Campo Grande](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00campogrande.jpg?v1)
Num cruzamento entre o tradicional e o contemporâneo, Eduardo Nery reanima as figuras típicas da azulejaria do século XVIII, mas representa-as através de simulações ópticas. São quatro as “figuras de convite”, uma designação que advém de serem colocadas à entrada dos grandes edifícios da época numa atitude de boas-vindas, duas femininas e duas masculinas. No exterior, Eduardo Nery também aplicou os seus conhecimentos da arte da ilusão de óptica, ao colocar ao longo dos viadutos painéis acústicos de betão decorados com linhas oblíquas. Para os pilares de suporte escolheu barras de azulejos com uma paleta de cores em gradação que acentuam a verticalidade.
Cidade Universitária
Ano de inauguração: 1988
× › ‹![Estação do Metro da Cidade Universitária](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00cidade-universitaria.jpg?v1)
Transposto para azulejos por Manuel Cargaleiro, Le Métro de Maria Helena Vieira da Silva é uma das obras mais aclamadas da pintora portuguesa. Originalmente denominado de Abrigo Antiaéreo por retratar a destruição provocada pela Segunda Guerra Mundial na Europa, o quadro de 1940 é o painel central da estação. Além do conhecido guache de Vieira da Silva, a estação está repleta de outras obras da artista portuguesa e do seu marido e pintor húngaro, Árpád Szenes. Logo no átrio das bilheteiras e nos corredores de acesso, duas grandes corujas e um par de olhos extra observam os transeuntes. Mais à frente, marido e mulher cruzam olhares num auto-retrato.
Entrecampos
Ano de inauguração: 1959
![Estação do Metro de Entrecampos](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00entrecampos.jpg?v1)
O revestimento de azulejos de Maria Keil para esta estação seguiu um padrão geométrico, com quadrados, triângulos e circunferências que se somam para formar um aglomerado de formas. O vermelho e o azul ocasional destacam-se do amarelo em maioria. Pelas mãos de Bartolomeu Cid dos Santos, nasceu uma biblioteca em pedra com títulos que remontam à Idade Média. O painel, inspirado nas Letras Portuguesas, anima o átrio sul. A servir como elo de ligação está o maior painel da estação, uma homenagem ao pintor e gravador norte-americano Robert Motherwell.
Campo Pequeno
Ano de inauguração: 1959
× › ‹![Estação do Metro do Campo Pequeno](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00campo-pequeno.jpg?v1)
De cada lado das escadas que descem em direcção ao cais, uma malha de linhas oblíquas brancas e esverdeadas entrelaçam-se sobre um fundo azul claro. De forma aparentemente aleatória, “peões” amarelos e azuis completam a cena. Criações de Francisco Simões, sobressaem as figuras de mármore eternamente à espera. Debaixo de um céu também azul claro que preenche a abóbada do cais, estas esculturas representam as populações das zonas rurais que entravam na cidade pelo local onde agora se encontra a estação para vender os seus produtos.
Saldanha
Ano de inauguração: 1959
× › ‹![Estação do Metro do Saldanha](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00saldanha.jpg?v1)
Numa das plataformas, nem a correria do quotidiano consegue distrair os passageiros das gravações que cobrem as paredes. O contraste do preto no branco acentua a essência austera emanadas pelas citações e desenhos de Almada Negreiros seleccionados pelo seu filho, o arquitecto José Almada Negreiros. Por outro lado, o trabalho de Jorge Vieira e Luís Filipe de Abreu contradiz o rigor da arte de Almada Negreiros exposta na estação. Em mármore rosa, o escultor Jorge Vieira esculpiu “os instrumentos de trabalho do Homem” – as mãos, os braços e a cabeça. Luís Filipe de Abreu ilustrou, com fortes cores, os “quatro elementos – Terra, Água, Ar e Fogo”, as estações do ano, momentos de Encontro, de Despedida e de Espera.
Picoas
Ano de inauguração: 1959
× › ‹![Estação do Metro de Picoas](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00Picoas.jpg?v1)
Numa homenagem de Martins Correia às Mulheres do Trabalho de Lisboa, a estação está repleta de painéis que representam vendedeiras e peixeiras. A aprimorar o átrio norte está também uma estátua em bronze pintado de Pomona, a deusa grega dos frutos e da abundância. Contudo, o pormenor artístico mais proeminente e excêntrico está à superfície. No acesso da Rua Andrade Corvo, a entrada para o Metropolitano veio directamente de Paris. Conhecida como acesso Guimard, a peça de mobiliário urbano do movimento artístico Arte Nova foi oferecida pelo Metropolitano de Paris através de um programa de intercâmbio intercultural entre redes de metropolitano.
Marquês de Pombal
Ano de inauguração: 1959
× › ‹![Estação do Metro do Marquês de Pombal](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00marques.jpg?v1)
De costas voltadas e cabeleira ao vento, Marquês de Pombal permanece enigmático no espaço vago entre as duas linhas. Possivelmente a segurar os planos de reconstrução da cidade de Lisboa na sua mão esquerda, a escultura de João Cutileiro ilustra o mote principal da sua intervenção plástica, bem como da pintora Menez. No átrio das bilheteiras, os azulejos de Menez representam alguns dos principais acontecimentos do século XVIII português, incluindo, entre outros, o atentado a D. José e a reconstrução da cidade de Lisboa após o sismo de 1755.
Rato
Ano de inauguração: 1997
× ‹![Estação do Metro do Rato](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00rato.jpg?v1)
Ville en Extension de Vieira da Silva (1970) e Banquet de Arpaz Szènés (1948) foram transpostos para azulejo por Manuel Cargaleiro e encontram-se agora nos topos da nave da estação. Para o cais, Cargaleiro produziu um revestimento de azulejos com baixo-relevo de motivos geométricos em fundo bege.
Telheiras
Ano de inauguração: 2002
× ›![Estação do Metro de Telheiras](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00telheiras.jpg?v1)
Para aproveitar o facto de a estação estar situada por baixo de um jardim público, o arquitecto Duarte Nuno Simões construiu sete lanternins, em forma de pirâmide, que permitem a entrada de luz zenital. No interior, Eduardo Batarda contribuiu com um suporte de azulejos de 5x5, rodeados por uma linha disforma acastanhada. Dentro dessas fronteiras, estão desenhos variados feitos com traço branco, num fundo cinzento claro.
Campo Grande
Ano de inauguração: 1993
![Estação do Metro do Campo Grande](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00campogrande.jpg?v1)
Num cruzamento entre o tradicional e o contemporâneo, Eduardo Nery reanima as figuras típicas da azulejaria do século XVIII, mas representa-as através de simulações ópticas. São quatro as “figuras de convite”, uma designação que advém de serem colocadas à entrada dos grandes edifícios da época numa atitude de boas-vindas, duas femininas e duas masculinas. No exterior, Eduardo Nery também aplicou os seus conhecimentos da arte da ilusão de óptica, ao colocar ao longo dos viadutos painéis acústicos de betão decorados com linhas oblíquas. Para os pilares de suporte escolheu barras de azulejos com uma paleta de cores em gradação que acentuam a verticalidade.
Alvalade
Ano de inauguração: 1972
× › ‹![Estação do Metro de Alvalade](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00alvalade.jpg?v1)
Para os olhares menos atentos, o tópico da intervenção plástica de Bela Silva pode ser interpretado como o circo. Os painéis pintados à mão, recorrendo à técnica majólica, de cores exuberantes e com desenhos de macacos às vezes induzem em erro. O objectivo da artista era, na verdade, retratar o tema “mulheres, os animais, o jogo de sedução”. A artista admitiu que pretende apelar ao imaginário colectivo através de pormenores inspirados em histórias tradicionais portuguesas, como O Macaco de Rabo Cortado, da qual fazem parte os versos “que do rabo fez navalha/ da navalha fez sardinha”. Razão pela qual num dos painéis aparece o macaco desconfiado a olhar para a tesoura e a sardinha.
Roma
Ano de inauguração: 1972
× › ‹![Estação do Metro da Avenida de Roma](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00roma.jpg?v1)
Pré-remodelação, a estação usufruía apenas de um revestimento de azulejos da autoria de Maria Keil. A obra senta no átrio norte, onde os arcos de circunferência e linhas diagonais traçadas a branco ou azul claro quebram a monotonia do cinzento do chão. Em 2006, após a ampliação da estação, Lourdes de Castro e René Bertholo foram convidados para embelezar o novo espaço. Bertholo ofereceu ao cais quatro “ecrãs” com desenhos deixados à imaginação dos transeuntes para decifrar. Já Lourdes de Castro apostou numa obra interactiva que projecta as sombras dos próprios passageiros.
Areeiro
Ano de inauguração: 1972
× › ‹![Estação do Metro do Areeiro](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00areeiro.jpg?v1)
Duas intervenções plásticas compõem o ambiente estético desta estação. A mais antiga é de Maria Keil. Um fundo listado de verde e branco estabelece as bases para ondas infinitas que serpenteiam em altitude. Após a remodelação, a estação recebeu As Meninas de Júlia Ventura. Recorrendo a imagens de crianças a brincar, a artista criou um “recreio” flutuante no cais de embarque.
Alameda
Ano de inauguração: 1972
× › ‹![Estação do Metro da Alameda](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00alameda.jpg?v1)
Noronha da Costa deu o seu toque artístico ao recinto sem perturbar os revestimentos das paredes de Maria Keil que já se encontravam no recinto. O conjunto de pinturas sobre placas de mármore de Noronha da Costa brinca com as cores e agracia a atmosfera. Os espaços da estação Alameda II (Linha vermelha) contaram com a intervenção plástica de três artistas plásticos. Costa Pinheiro contribuiu com uma galeria de retratos em azulejo, que reflectem nomes dos Descobrimentos Portugueses; Alberto Carneiro trouxe a natureza para a estação com esculturas de diferentes grupos de árvores; e Juahana Bloomstedt, artista de origem finlandesa, pavimentou o átrio intermédio.
Arroios
Ano de inauguração: 1972
× › ‹![Estação do Metro de Arroios](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00arroios.jpg?v1)
O toque artístico desta estação veio de Maria Keil. Pequenos rectângulos, ora horizontais, ora verticais, compõem um grande painel que decora as escadarias. Com recurso a linhas verticais negras, colocadas estrategicamente a delinear pequenas secções de diferentes cores ou orientação, a artista criou um ligeiro efeito de volume.
Anjos
Ano de inauguração: 1966
× › ‹![Estação do Metro dos Anjos](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00anjos.jpg?v1)
Pela segunda vez, obras de Maria Keil e Rogério Ribeiro cruzam-se nas estações do Metropolitano de Lisboa. Primeiro, veio a participação de Maria Keil com um revestimento azulejar que revive “as barras que decoram os prédios do princípio do século”, explicou a artista. Em 1982, depois da ampliação da estação, foi a vez de Rogério Ribeiro exibir o seu talento. A obra consiste na utilização do padrão que compõe o revestimento de Keil no átrio sul, um círculo marcado a branco sobre um fundo de dois tons de azul.
Intendente
Ano de inauguração: 1966
× › ‹![Estação do Metro do Intendente](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00intendente.jpg?v1)
De toda a série produzida para o Metropolitano de Lisboa entre 1957 e 1982, o revestimento azulejar desta estação é o mais admirado por alguns autores. São quadrados ou rectângulos compostos por linhas negras e preenchidos por azul-turquesa ou castanho, multiplicados aparentemente de forma infinita. Uma lembrança subtil da paisagem urbana.
Martim Moniz
Ano de inauguração: 1966
× › ‹![Estação do Metro do Martim Moniz](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00martim-moniz.jpg?v1)
No átrio, as obras de Maria Keil e de Gracinda Candeias são vizinhas. O amarelo e o verde abundante e as formas geométricas de Keil contrastam com os elementos árabes, africanos e portugueses de Candeias, que transmitem a confluência de culturas e diversidade étnica do local que dá nome à estação. Na plataforma, pequenos guerreiros, cavaleiros medievais e personalidades eclesiásticas fazem companhia aos utentes do Metropolitano de Lisboa. José João Brito desenvolveu o tema da conquista de Lisboa sem se esquecer de retratar Martim Moniz, nobre cavaleiro que, reza a lenda, morreu a lutar contra os mouros.
Rossio
Ano de inauguração: 1963
× › ‹![Estação do Metro do Rossio](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00rossio.jpg?v1)
A história artística desde estação não diferente de muitas outras do Metropolitano de Lisboa. Contém uma fase pré-remodelação, que contava somente com a intervenção plástica de Maria Keil, e uma fase pós-remodelação, que resulta em mais duas intervenções plásticas, nomeadamente de Artur Rosa e Helena Almeida. Nesta estação destaca-se a lateral da escadaria e do átrio pintada pela pintora de cariz abstractizante, Helena Almeida. O friso em tons de azul, com apontamentos amarelos, é composto por módulos de doze azulejos. Nos azulejos, figuras femininas em andamento parecem acompanhar o passo ritmado dos passageiros.
Baixa-Chiado
Ano de inauguração: 1998
× › ‹![Estação do Metro de Baixa-Chiado](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00baixa-chiado.jpg?v1)
A mais profunda de todas as estações, por estar localizada 45m abaixo do nível do solo, teve apenas uma pequena participação de Ângelo de Sousa. Tal deve-se ao pedido do arquitecto Álvaro Siza Vieira de deixar livre as zonas de embarque. Como tal, a intervenção plástica de Ângelo Sousa limita-se a signos soltos, semelhantes a elementos da arte islâmica, em azulejos brancos. Em tons de dourado, as inscrições são discretas, mas completam o ambientam estético da estação.
Cais do Sodré
Ano de inauguração: 1998
× ‹![Estação do Metro do Cais do Sodré](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00cais-sodre.jpg?v1?V9)
Tic, toc. Tic, toc. “Estou atrasado”, lê-se nas paredes da estação. Um coelho apressado de relógio na mão ilustra a correria típica de quem anda de metro. Inspirado em Alice no País das Maravilhas, o clássico da literatura de Lewis Carroll, António Dacosta esboçou as imagens que cobrem as laterais da estação.
Amadora Este
Ano de inauguração: 2004
× › ‹![Estação do Metro da Amadora Este](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00amadora-este.jpg?v1)
O arquitecto Leopoldo de Almeida Rosa e a pintora Graça Morais uniram forças para criar um ambiente natural e contrariar a sensação de claustrofobia associada a estes espaços. A altura que o arquitecto proporcionou ao espaço permitiu à pintora trabalhar o contraste entre o “céu” e a “terra”. O átrio central é limitado por varandins sobre o cais, o que contribui para a abertura do espaço. No entanto, a liberdade que a estação transmite continua no cais. Os painéis de azulejos de Graça Morais, de um amarelo intenso e luminoso, evocam um ambiente rural e de harmonia.
Alfornelos
Ano de inauguração: 2004
× › ‹![Estação do Metro de Alfornelos](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00alfornelos.jpg?v1)
Os painéis nos dois topos dos cais e nas paredes frontais às escadas rolantes são da autoria de Ana Vidigal. De acordo com a artista, “desde logo foi intenção realçar a entrada do túnel de modo a que o observador parado no cais olhasse para os painéis como duas grandes bocas”. O tema das intervenções baseou-se no universo da malha urbana, das viagens, das partidas e chegadas.
Pontinha
Ano de inauguração: 1997
× › ‹![Estação do Metro da Pontinha](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00pontinha.jpg?v1)
Esta estação é particularmente interessante em termos arquitectónicos. O projecto de Ana Nascimento consiste num átrio único, acima do nível do solo, cujas quatro fachadas e cobertura têm aberturas envidraçadas que contribuem para a iluminação com luz natural do espaço. Relativamente à intervenção plástica, Jacinto Luís contribuiu com uma série de nove obras pintadas sobre madeira. O hiper-realismo das pinturas é uma característica das obras do artista.
Carnide
Ano de inauguração: 1997
× › ‹![Estação do Metro de Carnide](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00carnide.jpg?v1)
Como numa decoração carnavalesca permanente, José de Guimarães recorreu, de forma inédita, a luzes néon para embelezar a estação. Os desenhos abstractos de luz moram na parte superior das plataformas. De acordo com o artista, a inspiração veio do milagre da luz, celebrado na Igreja de São Lourenço – também conhecida como Igreja da Luz –, localizada perto da estação. Numa alusão às culturas indígenas, nos azulejos é possível observar gravuras coloridas que discretamente pintam o branco das paredes.
Colégio Militar/Luz
Ano de inauguração: 1988
× › ‹![Estação do Metro do Colégio Militar/Luz](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00colegio-militar.jpg?v1)
Quem chega à estação do exterior, dois grandes painéis ladeados por superfícies em mármore branco com paisagens urbanas recebem os passageiros do metropolitano. Contudo, não tarda uma mudança repentina. Letras, caras, símbolos. O quase infinito padrão de azulejos azuis é uma reprodução da azulejaria que frequentemente adorna edifícios públicos como escolas, hospitais e tribunais. O objectivo de Manuel Cargaleiro era evocar a tradição nacional da azulejaria.
Alto dos Moinhos
Ano de inauguração: 1988
× › ‹![Estação do Metro do Alto dos Moinhos](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00alto-dos-moinhos.jpg?v1)
Camões, Bocage, Pessoa e Almada “grafitados” no azulejo branco. Esboços em traço azul homenageiam quatro grandes figuras da cultura portuguesa. Ao contrário do habitual, estas grafitis não nasceram de mãos anónimas. Júlio Pomar é o autor dos desenhos desenvolvidos ao longo de um ano.
Laranjeiras
Ano de inauguração: 1988
× › ‹![Estação do Metro das Laranjeiras](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00laranjeiras.jpg?v1)
Numa interpretação literal do nome da estação, o pintor Rolando Sá Nogueira recorreu à fotografia para obter representações hiper-realistas de laranjas. A transposição para azulejo das imagens foi possível com a utilização do processo serigráfico, que ficou a cargo da Fábrica Rugo.
Jardim Zoológico
Ano de inauguração: 1959
× › ‹![Estação do Metro do Jardim Zoológico](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00jardim-zoologico.jpg?v1)
Uma floresta tropical numa selva de cimento. Com tons de amarelo, verde e azul, Júlio Resende reproduziu o ambiente do espaço que dá nome à estação, aquando da remodelação e ampliação da estação, em 1995. Os animais e as plantas projectados nos azulejos foram pintados à mão pelo pintor português durante dois anos. Já o chão, em calçada portuguesa, está coberto com padrões sinuosos. O caminho entre átrios e túneis é percorrido sobre plantas e flores gigantes.
Praça de Espanha
Ano de inauguração: 1959
× › ‹![Estação do Metro da Praça de Espanha](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00praca-espanha.jpg?v1)
Maria Keil transporta os passageiros para um universo geométrico tridimensional com os seus painéis de azulejos. Tal só foi possível através da utilização de certas técnicas para dar profundidade e volume aos desenhos, como por exemplo a escolha das cores para simular a luz e a sombra.
São Sebastião
Ano de inauguração: 1959
× › ‹![Estação do Metro de São Sebastião](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00s-sebastiao.jpg?v1)
A pintora e ilustradora portuguesa Maria Keil preencheu as paredes com cores claras que conferem frescura ao espaço. Com um traço negro fino que delineia ramos e variados tons de verde, os painéis individuais, em São Sebastião I (Linha Azul), representam árvores, numa evocação ao local, que se situa entre o Parque Eduardo VII e o Jardim Gulbenkian. Em São Sebastião II (Linha Vermelha), a artista optou por explorar possíveis transformações do azulejo, por meio da luz, cor, formas e texturas. Assim, o público pode encontrar três novos tipos de azulejo em relevo.
Parque
Ano de inauguração: 1959
× › ‹![Estação do Metro do Parque](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00parque.jpg?v1)
Tal como todas as estações pertencentes ao primeiro escalão de construção da rede do Metropolitano de Lisboa, à excepção da estação Avenida, o Parque tem um revestimento de azulejos da autoria da pintora Maria Keil. No átrio de entrada, triângulos brancos, verdes, castanhos e pretos complementam-se intervaladamente. Um oceano de azulejos azul-cobalto cobre o subterrâneo mundo marítimo da estação. A belga Françoise Schein e a francesa Federica Matta pegaram na temática da Expansão e dos Descobrimentos e desenharam as aventuras portuguesas. Em alternância, citações de escritores, poetas e filósofos, e mapas cobertos de simbologia e iconografia usada na época compõem a atmosfera enigmática do cais.
Marquês de Pombal
Ano de inauguração: 1959
× › ‹![Estação do Metro do Marquês de Pombal](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00marques.jpg?v1)
De costas voltadas e cabeleira ao vento, Marquês de Pombal permanece enigmático no espaço vago entre as duas linhas. Possivelmente a segurar os planos de reconstrução da cidade de Lisboa na sua mão esquerda, a escultura de João Cutileiro ilustra o mote principal da sua intervenção plástica, bem como da pintora Menez. No átrio das bilheteiras, os azulejos de Menez representam alguns dos principais acontecimentos do século XVIII português, incluindo, entre outros, o atentado a D. José e a reconstrução da cidade de Lisboa após o sismo de 1755.
Avenida
Ano de inauguração: 1959
× › ‹![Estação do Metro da Avenida](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00avenida.jpg?v1)
Por sugestão de Maria Keil, Rogério Ribeiro foi convidado a expor o seu trabalho nesta estação. Com uma forma de trabalhar o azulejo próxima à de Maria Keil, o artista elaborou um módulo que exibe formas circulas ligadas por um elemento recto. A alternância entre o fundo amarelo e o fundo verde-claro provoca a sensação de um ritmo acelerado.
Restauradores
Ano de inauguração: 1959
× › ‹![Estação do Metro dos Restauradores](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00restauradores.jpg?v1)
Em 1994, As vias da água e As vias do Céu de David Almeida foram oferecidas à Estação Conceição do Metrô de São Paulo. Por isso, no átrio sul, está agora Brasil-Portugal: 500 anos – A Chegança, de Luiz Ventura. A obra “é uma interpretação do encontro de duas culturas radicalmente diferentes, encontro que deu início ao processo do que é hoje a nação brasileira”. Madrid, Paris, Londres, Nova Iorque, Rio de Janeiro e Moscovo ganharam feições geométricas e abstractas pela mão de Nadir Afonso. Das restantes obras presentes na estação, incluindo as esculturas de Lagoa Henriques, destacam-se, assim, os seis painéis ao longo do cais dão cor às paredes cinzentas.
Baixa-Chiado
Ano de inauguração: 1998
× › ‹![Estação do Metro de Baixa-Chiado](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00baixa-chiado.jpg?v1)
A mais profunda de todas as estações, por estar localizada 45m abaixo do nível do solo, teve apenas uma pequena participação de Ângelo de Sousa. Tal deve-se ao pedido do arquitecto Álvaro Siza Vieira de deixar livre as zonas de embarque. Como tal, a intervenção plástica de Ângelo Sousa limita-se a signos soltos, semelhantes a elementos da arte islâmica, em azulejos brancos. Em tons de dourado, as inscrições são discretas, mas completam o ambientam estético da estação.
São Sebastião
Ano de inauguração: 1959
× ›![Estação do Metro de São Sebastião](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00s-sebastiao.jpg?v1)
A pintora e ilustradora portuguesa Maria Keil preencheu as paredes com cores claras que conferem frescura ao espaço. Com um traço negro fino que delineia ramos e variados tons de verde, os painéis individuais, em São Sebastião I (Linha Azul), representam árvores, numa evocação ao local, que se situa entre o Parque Eduardo VII e o Jardim Gulbenkian. Em São Sebastião II (Linha Vermelha), a artista optou por explorar possíveis transformações do azulejo, por meio da luz, cor, formas e texturas. Assim, o público pode encontrar três novos tipos de azulejo em relevo.
Saldanha
Ano de inauguração: 1959
× › ‹![Estação do Metro do Saldanha](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00saldanha.jpg?v1)
Numa das plataformas, nem a correria do quotidiano consegue distrair os passageiros das gravações que cobrem as paredes. O contraste do preto no branco acentua a essência austera emanadas pelas citações e desenhos de Almada Negreiros seleccionados pelo seu filho, o arquitecto José Almada Negreiros. Por outro lado, o trabalho de Jorge Vieira e Luís Filipe de Abreu contradiz o rigor da arte de Almada Negreiros exposta na estação. Em mármore rosa, o escultor Jorge Vieira esculpiu “os instrumentos de trabalho do Homem” – as mãos, os braços e a cabeça. Luís Filipe de Abreu ilustrou, com fortes cores, os “quatro elementos – Terra, Água, Ar e Fogo”, as estações do ano, momentos de Encontro, de Despedida e de Espera.
Alameda
Ano de inauguração: 1972
× › ‹![Estação do Metro da Alameda](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00alameda.jpg?v1)
Noronha da Costa deu o seu toque artístico ao recinto sem perturbar os revestimentos das paredes de Maria Keil que já se encontravam no recinto. O conjunto de pinturas sobre placas de mármore de Noronha da Costa brinca com as cores e agracia a atmosfera. Os espaços da estação Alameda II (Linha vermelha) contaram com a intervenção plástica de três artistas plásticos. Costa Pinheiro contribuiu com uma galeria de retratos em azulejo, que reflectem nomes dos Descobrimentos Portugueses; Alberto Carneiro trouxe a natureza para a estação com esculturas de diferentes grupos de árvores; e Juahana Bloomstedt, artista de origem finlandesa, pavimentou o átrio intermédio.
Olaias
Ano de inauguração: 1998
× › ‹![Estação do Metro das Olaias](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00olaias.jpg?v1)
A CNN referiu-se por várias vezes às Olaias como uma das mais belas estações de metro do mundo. Uma herança viva da imponência da Expo ’98, o projecto arquitectónico é de Tomás Taveira, que não dispensou um toque na intervenção plástica. A decoração ficou a cargo de quatro artistas plásticos nacionais: Pedro Cabrita Reis, Graça Pereira Coutinho, Pedro Calapez e Rui Sanchez. Uma sardinha gigante aqui, uma parede de mãos ali. Salta à vista o turbilhão de elementos e cores que cobrem o tecto e as paredes da estação. Ao lado das escadarias e escadas rolantes, destaca-se uma escadaria simbólica. “Ascensão” é uma escultura em chapa metálica, pintada de preto e branco, de Pedro Cabrita.
Bela Vista
Ano de inauguração: 1998
× › ‹![Estação do Metro da Bela Vista](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00bela-vista.jpg?v1)
Um portal de cor para outro universo destaca-se na estação. Para Querubim Lapa, o autor dos painéis cerâmicos e do revestimento em azulejo da estação, é importante valorizar estes materiais “como prática decorativa tradicional de uma cidade e não (…) como indiferenciado suporte para desenho ou pintura”.
Chelas
Ano de inauguração: 1998
× › ‹![Estação do Metro de Chelas](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00chelas.jpg?v1)
Em termos arquitectónicos, Ana Nascimento atribuiu à estação um “poço de luz”. Posicionado num dos lados do átrio único, a abertura permite a entrada de luz natural. Além disso, a arquitecta reforçou a faixa de protecção (faixa amarela) com pontos luminosos integrados em elementos metálicos para auxiliar não só deficientes visuais, mas também deficientes auditivos, através da mudança de cor dos pontos luminosos. A amplitude da estação deu a Jorge Martins a oportunidade de trabalhar grandes superfícies. Quase toda a área da estação foi revestida com azulejos, incluindo as colunas de um vermelho forte e painéis com uma variada palete de cores.
Olivais
Ano de inauguração: 1998
× › ‹![Estação do Metro dos Olivais](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00olivais.jpg?v1)
O ambiente acinzentado da estação contrasta com as fortes cores usadas por Nuno de Siqueira nos painéis de azulejos do cais de embarque. A intenção do artista era relembrar a participação portuguesa no desenvolvimento da modernidade. As esculturas no exterior e no átrio são de Cecília de Sousa. Depois de uma longa pesquisa por parte da artista e de contacto directo com pessoas que moram no local há anos, as obras reflectem o passado rural de Olivais.
Oriente
Ano de inauguração: 1998
× › ‹![Estação do Metro do Oriente](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00oriente.jpg?v1)
A partir de estruturas metálicas instaladas na laje que lembram velas e proas de barcos; dos gradeamentos dos topos dos cais e das escadarias moldados como ondas; e, da cobertura das colunas por elementos metálicos que imitam arpões, o arquitecto Sanchez Jorge reflectiu a temática da Expo ’98, os oceanos. O plano artístico da estação baseou-se no mesmo ponto. Contudo, devido à universalidade da tónica dos oceanos, a intervenção plástica foi alargada a artistas internacionais. A arte de 11 artistas de cinco continentes está espalhada pela estação. Submersão da Atlântida de Hundertwasser, da Áustria, e Les Océans de Raza, da Índia, são apenas dois exemplos.
Encarnação
Ano de inauguração: 2012
× › ‹![Estação do Metro da Encarnação](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00encarnacao.jpg?v1)
Um mar de branco, uma parede com diferentes tons de amarelo e orifícios no tecto do cais caracterizam a estação. A iluminação, os materiais e a planificação foram feitas a pensar numa atmosfera de conforto visual para os utilizadores, disse o responsável pelo projecto, o arquitecto Alberto Barradas.
Aeroporto
Ano de inauguração: 2012
× ‹![Aeroporto](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00aeroporto.jpg?v1)
Esta estação é, para muitos turistas, a primeira impressão de Lisboa. Sob uma iluminação típica de aeroportos, que dispensa os tons amarelados de certas lâmpadas, as caricaturas de António Antunes são vultos impossíveis de ignorar e de decifrar. Tendo como tela as paredes de pedra branca e de pedra negra, oriundas da Grécia e da Bélgica respectivamente, as 50 figuras são representativas de personalidades da História moderna de Portugal. Assim, dão-se boas-vindas àqueles que chegam a voar a Portugal.
Para quem não quer chegar atrasado, Frederick é um obstáculo. Parado no meio da plataforma da estação de metro do Cais do Sodré, em Lisboa, o turista alemão esquiva-se atrapalhadamente da correria desenfreada dos passageiros. Passado o minuto caótico após a chegada do metro, Frederick olha em redor indeciso. Está a tentar perceber o melhor ângulo para fotografar os gigantes coelhos que cobrem as paredes. “O que significam [as letras]?”, pergunta.
Sob cada coelho apressado, letras maiúsculas formam duas palavras: “Estou atrasado”. Os esboços do pintor António Dacosta, segundo a interpretação de Pedro Morais, retiram a estação de uma condição estritamente utilitária e acrescenta-lhe uma componente estética que permite aos utentes estar em contacto com a arte enquanto esperam. Embora nem sempre se apercebam que ela lá está. E a estação do Cais do Sodré está longe de ser caso único no Metropolitano de Lisboa. Pelo contrário.
As intervenções plásticas têm sido uma constante desde a inauguração da rede, no final de 1959. A pintora e ilustradora Maria Keil foi a primeira artista a emprestar o seu talento para embelezar as paredes das estações subterrâneas da capital. A historiadora de arte Rita Ferrão diz que “esta é a fase fundamental de definição do metro de Lisboa”, não só no traçado inicial da linha mas também desta infra-estrutura como um grande museu para usufruir de passagem e enriquecer as rotinas de todos os dias.
A concepção arquitectónica ficou a cargo de Keil do Amaral, responsável por desenhar o modelo de estação-tipo, que viria a ser utilizado com poucas modificações até 1972. O metro tem até aí uma identidade clara. A homogeneidade visual começa a desaparecer com a segunda vaga de estações, quando vários arquitectos e artistas contemporâneos recebem convite do Metropolitano de Lisboa para desenhar novas estações e participar na evolução da rede. A partir de 1990, com a aprovação do Plano de Expansão da Rede, o leque de cenários subterrâneos é enorme.
A professora e investigadora de Arquitectura Ana Vaz Milheiro explica o crescimento das diferenças entre a primeira e segunda fase de estações: “Quando o metro foi feito era uma infra-estrutura rápida, desde que funcionasse, as coisas eram aceitáveis. Nos anos 90 começaram a haver mais exigências, mais cuidados a ter com o espaço público.” Destacando a estação Baixa-Chiado pela qualidade do projecto arquitectónico, Ana Vaz Milheiro revela, no entanto, que “o metro desenhado por Keil do Amaral tinha grande qualidade e uma certa unidade. É uma pena que, hoje em dia, essas estações tenham basicamente desaparecido.”
Na estação do Oriente, uma estudante do Porto, Ana Araújo, espera pelo próximo metro, em direcção ao aeroporto. Veio passar o fim-de-semana a Lisboa e está agora a caminho de casa. “Apesar de não ter visitado todas as estações, é impossível não reparar que são todas únicas e que nenhum padrão de azulejos ou de cores se repete”, diz.
Apesar do fascínio que a miscelânea de cores e formas das estações provoca em quem está de visita à capital, Rita Ferrão afirma que a aposta numa “rede de ‘arte pública’”, promovida nos anos 1990, é “questionável”. A historiadora defende que “o dinheiro investido nas obras de arte teria sido melhor investido na manutenção das estações”.
O Metropolitano de Lisboa apresenta actualmente uma grande variedade de obras expostas nas estações, desde revestimentos azulejares a esculturas. Pode, então, ser considerado um museu? As opiniões de Ana Vaz Milheiro e Rita Ferrão divergem. A primeira, que é também crítica de arquitecta do PÚBLICO, diz que sim: “Já vão turistas ao metro de propósito porque a arte portuguesa está representada no metro”. Por outro lado, a historiadora de arte afirma que não se pode misturar o conceito de metro e de museu. “São espaços com objectivos diferentes”, sublinha.
Entretanto, a expansão do metro continua. Numa obra avaliada em 215 milhões de euros, serão construídas novas estações na Estrela e em Santos, de modo a ligar a Linha Amarela ao Cais do Sodré, uma das extremidades da Linha Verde. O PÚBLICO questionou o Metropolitano de Lisboa relativamente às intervenções arquitectónicas e plásticas previstas, mas a empresa diz que pensar nisso é ainda “prematuro”.
Reboleira
Ano de inauguração: 2016
![Estação do Metro da Reboleira](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00reboleira.jpg?v1)
Tal como fez na estação de Amadora Este, Leopoldo Rosa optou por materiais e cores associadas ao exterior, como o azul ou o bege, para evitar a sensação de claustrofobia, habitualmente ligada a estruturas subterrâneas.
Amadora Este
Ano de inauguração: 2004
![Estação do Metro da Amadora Este](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00amadora-este.jpg?v1)
O arquitecto Leopoldo de Almeida Rosa e a pintora Graça Morais uniram forças para criar um ambiente natural e contrariar a sensação de claustrofobia associada a estes espaços. A altura que o arquitecto proporcionou ao espaço permitiu à pintora trabalhar o contraste entre o “céu” e a “terra”.
O átrio central é limitado por varandins sobre o cais, o que contribui para a abertura do espaço. No entanto, a liberdade que a estação transmite continua no cais. Os painéis de azulejos de Graça Morais, de um amarelo intenso e luminoso, evocam um ambiente rural e de harmonia.
Alfornelos
Ano de inauguração: 2004
![Estação do Metro de Alfornelos](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00alfornelos.jpg?v1)
Os painéis nos dois topos dos cais e nas paredes frontais às escadas rolantes são da autoria de Ana Vidigal. De acordo com a artista, “desde logo foi intenção realçar a entrada do túnel de modo a que o observador parado no cais olhasse para os painéis como duas grandes bocas”. O tema das intervenções baseou-se no universo da malha urbana, das viagens, das partidas e chegadas.
Pontinha
Ano de inauguração: 1997
![Estação do Metro da Pontinha](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00pontinha.jpg?v1)
Esta estação é particularmente interessante em termos arquitectónicos. O projecto de Ana Nascimento consiste num átrio único, acima do nível do solo, cujas quatro fachadas e cobertura têm aberturas envidraçadas que contribuem para a iluminação com luz natural do espaço.
Relativamente à intervenção plástica, Jacinto Luís contribuiu com uma série de nove obras pintadas sobre madeira. O hiper-realismo das pinturas é uma característica das obras do artista.
Carnide
Ano de inauguração: 1997
![Estação do Metro de Carnide](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00carnide.jpg?v1)
Como numa decoração carnavalesca permanente, José de Guimarães recorreu, de forma inédita, a luzes néon para embelezar a estação. Os desenhos abstractos de luz moram na parte superior das plataformas. De acordo com o artista, a inspiração veio do milagre da luz, celebrado na Igreja de São Lourenço – também conhecida como Igreja da Luz –, localizada perto da estação.
Numa alusão às culturas indígenas, nos azulejos é possível observar gravuras coloridas que discretamente pintam o branco das paredes.
Colégio Militar/Luz
Ano de inauguração: 1988
![Estação do Metro do Colégio Militar/Luz](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00colegio-militar.jpg?v1)
Quem chega à estação do exterior, dois grandes painéis ladeados por superfícies em mármore branco com paisagens urbanas recebem os passageiros do metropolitano. Contudo, não tarda uma mudança repentina.
Letras, caras, símbolos. O quase infinito padrão de azulejos azuis é uma reprodução da azulejaria que frequentemente adorna edifícios públicos como escolas, hospitais e tribunais. O objectivo de Manuel Cargaleiro era evocar a tradição nacional da azulejaria.
Alto dos Moinhos
Ano de inauguração: 1988
![Estação do Metro do Alto dos Moinhos](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00alto-dos-moinhos.jpg?v1)
Camões, Bocage, Pessoa e Almada “grafitados” no azulejo branco. Esboços em traço azul homenageiam quatro grandes figuras da cultura portuguesa. Ao contrário do habitual, estas grafitis não nasceram de mãos anónimas. Júlio Pomar é o autor dos desenhos desenvolvidos ao longo de um ano.
Laranjeiras
Ano de inauguração: 1988
![Estação do Metro das Laranjeiras](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00laranjeiras.jpg?v1)
Numa interpretação literal do nome da estação, o pintor Rolando Sá Nogueira recorreu à fotografia para obter representações hiper-realistas de laranjas. A transposição para azulejo das imagens foi possível com a utilização do processo serigráfico, que ficou a cargo da Fábrica Rugo.
Jardim Zoológico
Ano de inauguração: 1959
![Estação do Metro do Jardim Zoológico](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00jardim-zoologico.jpg?v1)
Uma floresta tropical numa selva de cimento. Com tons de amarelo, verde e azul, Júlio Resende reproduziu o ambiente do espaço que dá nome à estação, aquando da remodelação e ampliação da estação, em 1995. Os animais e as plantas projectados nos azulejos foram pintados à mão pelo pintor português durante dois anos.
Já o chão, em calçada portuguesa, está coberto com padrões sinuosos. O caminho entre átrios e túneis é percorrido sobre plantas e flores gigantes.
Praça de Espanha
Ano de inauguração: 1959
![Estação do Metro da Praça de Espanha](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00praca-espanha.jpg?v1)
Maria Keil transporta os passageiros para um universo geométrico tridimensional com os seus painéis de azulejos. Tal só foi possível através da utilização de certas técnicas para dar profundidade e volume aos desenhos, como por exemplo a escolha das cores para simular a luz e a sombra.
São Sebastião
Ano de inauguração: 1959
![Estação do Metro de São Sebastião](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00s-sebastiao.jpg?v1)
A pintora e ilustradora portuguesa Maria Keil preencheu as paredes com cores claras que conferem frescura ao espaço. Com um traço negro fino que delineia ramos e variados tons de verde, os painéis individuais, em São Sebastião I (Linha Azul), representam árvores, numa evocação ao local, que se situa entre o Parque Eduardo VII e o Jardim Gulbenkian.
Em São Sebastião II (Linha Vermelha), a artista optou por explorar possíveis transformações do azulejo, por meio da luz, cor, formas e texturas. Assim, o público pode encontrar três novos tipos de azulejo em relevo.
Parque
Ano de inauguração: 1959
![Estação do Metro do Parque](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00parque.jpg?v1)
Tal como todas as estações pertencentes ao primeiro escalão de construção da rede do Metropolitano de Lisboa, à excepção da estação Avenida, o Parque tem um revestimento de azulejos da autoria da pintora Maria Keil. No átrio de entrada, triângulos brancos, verdes, castanhos e pretos complementam-se intervaladamente.
Um oceano de azulejos azul-cobalto cobre o subterrâneo mundo marítimo da estação. A belga Françoise Schein e a francesa Federica Matta pegaram na temática da Expansão e dos Descobrimentos e desenharam as aventuras portuguesas. Em alternância, citações de escritores, poetas e filósofos, e mapas cobertos de simbologia e iconografia usada na época compõem a atmosfera enigmática do cais.
Marquês do Pombal
Ano de inauguração: 1959
![Estação do Metro do Marquês de Pombal](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00marques.jpg?v1)
De costas voltadas e cabeleira ao vento, Marquês de Pombal permanece enigmático no espaço vago entre as duas linhas. Possivelmente a segurar os planos de reconstrução da cidade de Lisboa na sua mão esquerda, a escultura de João Cutileiro ilustra o mote principal da sua intervenção plástica, bem como da pintora Menez.
No átrio das bilheteiras, os azulejos de Menez representam alguns dos principais acontecimentos do século XVIII português, incluindo, entre outros, o atentado a D. José e a reconstrução da cidade de Lisboa após o sismo de 1755.
Restauradores
Ano de inauguração: 1988
![Estação do Metro dos Restauradores](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00restauradores.jpg?v1)
Em 1994, As vias da água e As vias do Céu de David Almeida foram oferecidas à Estação Conceição do Metrô de São Paulo. Por isso, no átrio sul, está agora Brasil-Portugal: 500 anos – A Chegança, de Luiz Ventura. A obra “é uma interpretação do encontro de duas culturas radicalmente diferentes, encontro que deu início ao processo do que é hoje a nação brasileira”.
Madrid, Paris, Londres, Nova Iorque, Rio de Janeiro e Moscovo ganharam feições geométricas e abstractas pela mão de Nadir Afonso. Das restantes obras presentes na estação, incluindo as esculturas de Lagoa Henriques, destacam-se, assim, os seis painéis ao longo do cais dão cor às paredes cinzentas.
Baixa-Chiado
Ano de inauguração: 1959
![Estação do Metro de Baixa-Chiado](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00baixa-chiado.jpg?v1)
A mais profunda de todas as estações, por estar localizada 45m abaixo do nível do solo, teve apenas uma pequena participação de Ângelo de Sousa. Tal deve-se ao pedido do arquitecto Álvaro Siza Vieira de deixar livre as zonas de embarque. Como tal, a intervenção plástica de Ângelo Sousa limita-se a signos soltos, semelhantes a elementos da arte islâmica, em azulejos brancos. Em tons de dourado, as inscrições são discretas, mas completam o ambientam estético da estação.
Terreiro do Paço
Ano de inauguração: 2007
![Estação do Metro do Terreiro do Paço](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00terreiro-paco.jpg?v1)
A miscelânea de cores do painel de azulejos exposto na estação é da autoria de João Rodrigues Vieira. O trabalho intitula-se de Transparência II.
Santa Apolónia
Ano de inauguração: 2007
![Estação do Metro de Santa Apolónia](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00apolonia.jpg?v1)
Obras de José Santa Bárbara, os dois painéis em azulejo foram inspirados em fotografias de meados do século XX. Um homenageia o Pessoal da Via e o outro é dedicado ao Pessoal da Tracção.
Aeroporto
Ano de inauguração: 2012
![Aeroporto](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00aeroporto.jpg?v1)
Esta estação é, para muitos turistas, a primeira impressão de Lisboa. Sob uma iluminação típica de aeroportos, que dispensa os tons amarelados de certas lâmpadas, as caricaturas de António Antunes são vultos impossíveis de ignorar e de decifrar.
Tendo como tela as paredes de pedra branca e de pedra negra, oriundas da Grécia e da Bélgica respectivamente, as 50 figuras são representativas de personalidades da História moderna de Portugal. Assim, dão-se boas-vindas àqueles que chegam a voar a Portugal.
Encarnação
Ano de inauguração: 2012
![Estação do Metro da Encarnação](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00encarnacao.jpg?v1)
Um mar de branco, uma parede com diferentes tons de amarelo e orifícios no tecto do cais caracterizam a estação. A iluminação, os materiais e a planificação foram feitas a pensar numa atmosfera de conforto visual para os utilizadores, disse o responsável pelo projecto, o arquitecto Alberto Barradas.
Moscavide
Ano de inauguração: 2012
![Estação do Metro de Moscavide](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00moscavide.jpg?v1)
Os azulejos vidrados e o azul alfazema mantêm um ambiente sóbrio e uniforme ao longo dos quatro níveis da estação. O projecto é da responsabilidade do arquitecto Manuel Bastos.
Oriente
Ano de inauguração: 1998
![Estação do Metro do Oriente](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00oriente.jpg?v1)
A partir de estruturas metálicas instaladas na laje que lembram velas e proas de barcos; dos gradeamentos dos topos dos cais e das escadarias moldados como ondas; e, da cobertura das colunas por elementos metálicos que imitam arpões, o arquitecto Sanchez Jorge reflectiu a temática da Expo ’98, os oceanos.
O plano artístico da estação baseou-se no mesmo ponto. Contudo, devido à universalidade da tónica dos oceanos, a intervenção plástica foi alargada a artistas internacionais. A arte de 11 artistas de cinco continentes está espalhada pela estação. Submersão da Atlântida de Hundertwasser, da Áustria, e Les Océans de Raza, da Índia, são apenas dois exemplos.
Cabo Ruivo
Ano de inauguração: 1998
![Estação do Metro de Cabo Ruivo](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00cabo-ruivo.jpg?v1)
David de Almeida trouxe para o Metropolitano a arte pré-histórica. Numa das paredes, um traço branco num fundo preto delineia a figura de um homem que tem em punho um arco.
Olivais
Ano de inauguração: 1988
![Estação do Metro dos Olivais](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00olivais.jpg?v1)
O ambiente acinzentado da estação contrasta com as fortes cores usadas por Nuno de Siqueira nos painéis de azulejos do cais de embarque. A intenção do artista era relembrar a participação portuguesa no desenvolvimento da modernidade. As esculturas no exterior e no átrio são de Cecília de Sousa. Depois de uma longa pesquisa por parte da artista e de contacto directo com pessoas que moram no local há anos, as obras reflectem o passado rural de Olivais.
Chelas
Ano de inauguração: 1998
![Estação do Metro de Chelas](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00chelas.jpg?v1)
Em termos arquitectónicos, Ana Nascimento atribuiu à estação um “poço de luz”. Posicionado num dos lados do átrio único, a abertura permite a entrada de luz natural. Além disso, a arquitecta reforçou a faixa de protecção (faixa amarela) com pontos luminosos integrados em elementos metálicos para auxiliar não só deficientes visuais, mas também deficientes auditivos, através da mudança de cor dos pontos luminosos.
A amplitude da estação deu a Jorge Martins a oportunidade de trabalhar grandes superfícies. Quase toda a área da estação foi revestida com azulejos, incluindo as colunas de um vermelho forte e painéis com uma variada palete de cores.
Bela Vista
Ano de inauguração: 1998
![Estação do Metro da Bela Vista](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00bela-vista.jpg?v1)
Um portal de cor para outro universo destaca-se na estação. Para Querubim Lapa, o autor dos painéis cerâmicos e do revestimento em azulejo da estação, é importante valorizar estes materiais “como prática decorativa tradicional de uma cidade e não (…) como indiferenciado suporte para desenho ou pintura”.
Olaias
Ano de inauguração: 1998
![Estação do Metro das Olaias](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00olaias.jpg?v1)
A CNN referiu-se por várias vezes às Olaias como uma das mais belas estações de metro do mundo. Uma herança viva da imponência da Expo ’98, o projecto arquitectónico é de Tomás Taveira, que não dispensou um toque na intervenção plástica. A decoração ficou a cargo de quatro artistas plásticos nacionais: Pedro Cabrita Reis, Graça Pereira Coutinho, Pedro Calapez e Rui Sanchez.
Uma sardinha gigante aqui, uma parede de mãos ali. Salta à vista o turbilhão de elementos e cores que cobrem o tecto e as paredes da estação. Ao lado das escadarias e escadas rolantes, destaca-se uma escadaria simbólica. “Ascensão” é uma escultura em chapa metálica, pintada de preto e branco, de Pedro Cabrita.
Alameda
Ano de inauguração: 1972
![Estação do Metro da Alameda](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00alameda.jpg?v1)
Noronha da Costa deu o seu toque artístico ao recinto sem perturbar os revestimentos das paredes de Maria Keil que já se encontravam no recinto. O conjunto de pinturas sobre placas de mármore de Noronha da Costa brinca com as cores e agracia a atmosfera.
Os espaços da estação Alameda II (Linha vermelha) contaram com a intervenção plástica de três artistas plásticos. Costa Pinheiro contribuiu com uma galeria de retratos em azulejo, que reflectem nomes dos Descobrimentos Portugueses; Alberto Carneiro trouxe a natureza para a estação com esculturas de diferentes grupos de árvores; e Juahana Bloomstedt, artista de origem finlandesa, pavimentou o átrio intermédio.
Saldanha
Ano de inauguração: 1959
![Estação do Metro do Saldanha](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00saldanha.jpg?v1)
Numa das plataformas, nem a correria do quotidiano consegue distrair os passageiros das gravações que cobrem as paredes. O contraste do preto no branco acentua a essência austera emanadas pelas citações e desenhos de Almada Negreiros seleccionados pelo seu filho, o arquitecto José Almada Negreiros.
Por outro lado, o trabalho de Jorge Vieira e Luís Filipe de Abreu contradiz o rigor da arte de Almada Negreiros exposta na estação. Em mármore rosa, o escultor Jorge Vieira esculpiu “os instrumentos de trabalho do Homem” – as mãos, os braços e a cabeça. Luís Filipe de Abreu ilustrou, com fortes cores, os “quatro elementos – Terra, Água, Ar e Fogo”, as estações do ano, momentos de Encontro, de Despedida e de Espera.
São Sebastião
Ano de inauguração: 1959
![Estação do Metro de São Sebastião](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00s-sebastiao.jpg?v1)
A pintora e ilustradora portuguesa Maria Keil preencheu as paredes com cores claras que conferem frescura ao espaço. Com um traço negro fino que delineia ramos e variados tons de verde, os painéis individuais, em São Sebastião I (Linha Azul), representam árvores, numa evocação ao local, que se situa entre o Parque Eduardo VII e o Jardim Gulbenkian.
Em São Sebastião II (Linha Vermelha), a artista optou por explorar possíveis transformações do azulejo, por meio da luz, cor, formas e texturas. Assim, o público pode encontrar três novos tipos de azulejo em relevo.
Telheiras
Ano de inauguração: 2002
![Estação do Metro de Telheiras](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00telheiras.jpg?v1)
Para aproveitar o facto de a estação estar situada por baixo de um jardim público, o arquitecto Duarte Nuno Simões construiu sete lanternins, em forma de pirâmide, que permitem a entrada de luz zenital. No interior, Eduardo Batarda contribuiu com um suporte de azulejos de 5x5, rodeados por uma linha disforma acastanhada. Dentro dessas fronteiras, estão desenhos variados feitos com traço branco, num fundo cinzento claro.
Campo Grande
Ano de inauguração: 1993
![Estação do Metro do Campo Grande](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00campogrande.jpg?v1)
Num cruzamento entre o tradicional e o contemporâneo, Eduardo Nery reanima as figuras típicas da azulejaria do século XVIII, mas representa-as através de simulações ópticas. São quatro as “figuras de convite”, uma designação que advém de serem colocadas à entrada dos grandes edifícios da época numa atitude de boas-vindas, duas femininas e duas masculinas.
No exterior, Eduardo Nery também aplicou os seus conhecimentos da arte da ilusão de óptica, ao colocar ao longo dos viadutos painéis acústicos de betão decorados com linhas oblíquas. Para os pilares de suporte escolheu barras de azulejos com uma paleta de cores em gradação que acentuam a verticalidade.
Alvalade
Ano de inauguração: 1972
![Estação do Metro de Alvalade](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00alvalade.jpg?v1)
Para os olhares menos atentos, o tópico da intervenção plástica de Bela Silva pode ser interpretado como o circo. Os painéis pintados à mão, recorrendo à técnica majólica, de cores exuberantes e com desenhos de macacos às vezes induzem em erro. O objectivo da artista era, na verdade, retratar o tema “mulheres, os animais, o jogo de sedução”.
A artista admitiu que pretende apelar ao imaginário colectivo através de pormenores inspirados em histórias tradicionais portuguesas, como O Macaco de Rabo Cortado, da qual fazem parte os versos “que do rabo fez navalha/ da navalha fez sardinha”. Razão pela qual num dos painéis aparece o macaco desconfiado a olhar para a tesoura e a sardinha.
Roma
Ano de inauguração: 1972
![Estação do Metro da Avenida de Roma](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00roma.jpg?v1)
Pré-remodelação, a estação usufruía apenas de um revestimento de azulejos da autoria de Maria Keil. A obra senta no átrio norte, onde os arcos de circunferência e linhas diagonais traçadas a branco ou azul claro quebram a monotonia do cinzento do chão.
Em 2006, após a ampliação da estação, Lourdes de Castro e René Bertholo foram convidados para embelezar o novo espaço. Bertholo ofereceu ao cais quatro “ecrãs” com desenhos deixados à imaginação dos transeuntes para decifrar. Já Lourdes de Castro apostou numa obra interactiva que projecta as sombras dos próprios passageiros.
Areeiro
Ano de inauguração: 1972
![Estação do Metro do Areeiro](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00areeiro.jpg?v1)
Duas intervenções plásticas compõem o ambiente estético desta estação. A mais antiga é de Maria Keil. Um fundo listado de verde e branco estabelece as bases para ondas infinitas que serpenteiam em altitude. Após a remodelação, a estação recebeu As Meninas de Júlia Ventura. Recorrendo a imagens de crianças a brincar, a artista criou um “recreio” flutuante no cais de embarque.
Alameda
Ano de inauguração: 1972
![Estação do Metro da Alameda](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00alameda.jpg?v1)
Noronha da Costa deu o seu toque artístico ao recinto sem perturbar os revestimentos das paredes de Maria Keil que já se encontravam no recinto. O conjunto de pinturas sobre placas de mármore de Noronha da Costa brinca com as cores e agracia a atmosfera.
Os espaços da estação Alameda II (Linha vermelha) contaram com a intervenção plástica de três artistas plásticos. Costa Pinheiro contribuiu com uma galeria de retratos em azulejo, que reflectem nomes dos Descobrimentos Portugueses; Alberto Carneiro trouxe a natureza para a estação com esculturas de diferentes grupos de árvores; e Juahana Bloomstedt, artista de origem finlandesa, pavimentou o átrio intermédio.
Arroios
Ano de inauguração: 1972
![Estação do Metro de Arroios](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00arroios.jpg?v1)
O toque artístico desta estação veio de Maria Keil. Pequenos rectângulos, ora horizontais, ora verticais, compõem um grande painel que decora as escadarias. Com recurso a linhas verticais negras, colocadas estrategicamente a delinear pequenas secções de diferentes cores ou orientação, a artista criou um ligeiro efeito de volume.
Anjos
Ano de inauguração: 1966
![Estação do Metro dos Anjos](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00anjos.jpg?v1)
Pela segunda vez, obras de Maria Keil e Rogério Ribeiro cruzam-se nas estações do Metropolitano de Lisboa. Primeiro, veio a participação de Maria Keil com um revestimento azulejar que revive “as barras que decoram os prédios do princípio do século”, explicou a artista.
Em 1982, depois da ampliação da estação, foi a vez de Rogério Ribeiro exibir o seu talento. A obra consiste na utilização do padrão que compõe o revestimento de Keil no átrio sul, um círculo marcado a branco sobre um fundo de dois tons de azul.
Intendente
Ano de inauguração: 1966
![Estação do Metro do Intendente](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00intendente.jpg?v1)
De toda a série produzida para o Metropolitano de Lisboa entre 1957 e 1982, o revestimento azulejar desta estação é o mais admirado por alguns autores. São quadrados ou rectângulos compostos por linhas negras e preenchidos por azul-turquesa ou castanho, multiplicados aparentemente de forma infinita. Uma lembrança subtil da paisagem urbana.
Alameda
Ano de inauguração: 1972
![Estação do Metro da Alameda](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00alameda.jpg?v1)
Noronha da Costa deu o seu toque artístico ao recinto sem perturbar os revestimentos das paredes de Maria Keil que já se encontravam no recinto. O conjunto de pinturas sobre placas de mármore de Noronha da Costa brinca com as cores e agracia a atmosfera.
Os espaços da estação Alameda II (Linha vermelha) contaram com a intervenção plástica de três artistas plásticos. Costa Pinheiro contribuiu com uma galeria de retratos em azulejo, que reflectem nomes dos Descobrimentos Portugueses; Alberto Carneiro trouxe a natureza para a estação com esculturas de diferentes grupos de árvores; e Juahana Bloomstedt, artista de origem finlandesa, pavimentou o átrio intermédio.
Martim Moniz
Ano de inauguração: 1966
![Estação do Metro do Martim Moniz](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00martim-moniz.jpg?v1)
No átrio, as obras de Maria Keil e de Gracinda Candeias são vizinhas. O amarelo e o verde abundante e as formas geométricas de Keil contrastam com os elementos árabes, africanos e portugueses de Candeias, que transmitem a confluência de culturas e diversidade étnica do local que dá nome à estação.
Na plataforma, pequenos guerreiros, cavaleiros medievais e personalidades eclesiásticas fazem companhia aos utentes do Metropolitano de Lisboa. José João Brito desenvolveu o tema da conquista de Lisboa sem se esquecer de retratar Martim Moniz, nobre cavaleiro que, reza a lenda, morreu a lutar contra os mouros.
Rossio
Ano de inauguração: 1963
![Estação do Metro do Rossio](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00rossio.jpg?v1)
A história artística desde estação não diferente de muitas outras do Metropolitano de Lisboa. Contém uma fase pré-remodelação, que contava somente com a intervenção plástica de Maria Keil, e uma fase pós-remodelação, que resulta em mais duas intervenções plásticas, nomeadamente de Artur Rosa e Helena Almeida.
Nesta estação destaca-se a lateral da escadaria e do átrio pintada pela pintora de cariz abstractizante, Helena Almeida. O friso em tons de azul, com apontamentos amarelos, é composto por módulos de doze azulejos. Nos azulejos, figuras femininas em andamento parecem acompanhar o passo ritmado dos passageiros.
Baixa-Chiado
Ano de inauguração: 1998
![Estação do Metro de Baixa-Chiado](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00baixa-chiado.jpg?v1)
A mais profunda de todas as estações, por estar localizada 45m abaixo do nível do solo, teve apenas uma pequena participação de Ângelo de Sousa. Tal deve-se ao pedido do arquitecto Álvaro Siza Vieira de deixar livre as zonas de embarque. Como tal, a intervenção plástica de Ângelo Sousa limita-se a signos soltos, semelhantes a elementos da arte islâmica, em azulejos brancos. Em tons de dourado, as inscrições são discretas, mas completam o ambientam estético da estação.
Cais do Sodré
Ano de inauguração: 1998
![Estação do Metro do Cais do Sodré](https://static.publico.pt/Multimedia/Infografias/250/img/00cais-sodre.jpg?v1)
Tic, toc. Tic, toc. “Estou atrasado”, lê-se nas paredes da estação. Um coelho apressado de relógio na mão ilustra a correria típica de quem anda de metro. Inspirado em Alice no País das Maravilhas, o clássico da literatura de Lewis Carroll, António Dacosta esboçou as imagens que cobrem as laterais da estação.