Gregor Schneider quer um espaço para morrer num museu para "dignificar" o ser humano

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Gregor Schneider é conhecido pelas suas representações que subvertem a realidade DR

"Penso que um artista pode construir um espaço humano para a morte, onde as pessoas possam morrer de forma digna - um quarto que crie dignidade e protecção. Como escultor, crio espaços. O espaço é a arte. Os espaços são a minha segunda pele", explica.

Apesar das "boas" intenções de Schneider em "dignificar" o ser humano, oferecendo-lhe um canto especial no Museu Haus Lange, em Krefeld, na Alemanha, o seu projecto foi alvo de várias críticas, entre as quais, "falta de humanidade". Outros leitores compararam os seus objectivos aos do regime nazi ou aos do antigo líder comunista Pol Pot, no Camboja.

"Lugares cheios de luz"

Segundo Schneider, os "espaços para morrer" deverão ser lugares "cheios de luz", que possibilitem uma experiência feliz. "A morte é tida como um momento muito íntimo e privado que normalmente não é 'bonito'. Ficaria feliz em morrer num quarto escolhido por mim, num lugar privado de um museu, rodeado por arte". Em defesa do seu projecto, o artista alemão falou também da necessidade de "agir de forma a libertar a morte de tabus", e fazer dela "uma experiência positiva, como o nascimento de uma criança" que "pode ajudar a afastar o medo".


Numa espécie de apelo publicitário, Schneider descreveu ainda o tipo de pessoa que procura para concretizar o seu projecto: "teria de ser alguém com quem eu tivesse muitas coisas em comum, que compreendesse as minhas intenções - ele ou ela teriam de achar os meus espaços acessíveis. Procuro alguém que está doente. Porque a pessoa que está a morrer pode determinar tudo, poderia também ser alguém que acabou de morrer".

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